Na agenda dos EUA
A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, iniciou terça-feira um périplo de quatro dias pela América Latina, com temas polémicos na agenda.
«Manobra de ingerência do Império no seu ‘pátio das traseiras’»
A primeira etapa de Rice foi o Brasil, onde estiveram na ordem do dia a política de Washington contra a Venezuela e o relançamento da negociações para a criação da Área de Livre Comércio da Américas (ALCA). São grandes as expectativas quanto aos resultados dos encontros de Rice com o presidente Lula da Silva e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Celso Amorim, sobretudo tendo em conta as divergências registadas entre os representantes dos dois países aquando das anteriores visitas de Colin Powell, em Outubro de 2004, e de Ronald Rumsfeld, em Março último.
As diferenças de opinião entre Powell e Celso Amorim impediram mesmo o habitual comunicado conjunto, enquanto a estada de Rumsfeld se saldou pelo confronto aberto com o vice-presidente José Alencar, que foi forçado a lembrar ao representante dos EUA, após um ataque deste à Venezuela, que o Brasil sempre defendeu e continua a defender a autodeterminação e a não ingerência nos assuntos internos de outros países.
Apesar de Condoleezza Rice ser recebida no Brasil com a máxima deferência e de estar apostada em aplanar o caminho para a provável visita que George W. Bush fará ao país em Setembro, é duvidoso que consiga resultados significativos em relação à ALCA, cujo processo está paralisado. Antes da chegada de Rice, o presidente Lula, ao inaugurar um congresso sindical internacional em Brasília, na passada quinta-feira, garantiu que o Brasil retirou o tema da agenda política. «Há dois anos que não se discute mais a ALCA. Tirámos a ALCA da agenda. De que forma? Fortalecendo o Mercosul e criando a Comunidade Sul-Americana de Nações», declarou Lula, após dizer que a intenção dessa política é evitar que o Brasil se torne dependente dos EUA.
Recorda-se que Brasília e Washington detêm a co-presidência das negociações da ALCA, provável tema central da próxima Cimeira das Américas, a realizar em Novembro na Argentina.
Ingerência na ordem do dia
Do Brasil, Condoleezza Rice segue para o Chile, Colômbia e El Salvador. No Chile, Rice deverá insistir nos planos da Casa Branca contra a Revolução Bolivariana e o presidente venezuelano, Hugo Chávez, bem como preparar o terreno para a eleição do próximo secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), a que se candidatam o Chile e o México.
Outro dos temas quentes na agenda de Rice é o famigerado Plano Colômbia, incontornável na deslocação a Bogotá, tanto mais que este instrumento da política hegemónica dos EUA poderá estar afectado pelos recentes acontecimentos no Equador.
Em El Salvador, para além do reconhecimento pelo apoio prestado à ocupação do Iraque, Condoleezza Rice deverá abordar outro tema recorrente da política norte-americana, o chamado Tratado de Livre Comércio (TLC) com a América Central e República Dominicana, agora marcar passo no Congresso dos EUA.
Numa altura de novas e fortes convulsões na América Latina, a visita de Rice dificilmente deixará de ser vista como mais uma manobra de ingerência do Império no seu «pátio das traseiras».
As diferenças de opinião entre Powell e Celso Amorim impediram mesmo o habitual comunicado conjunto, enquanto a estada de Rumsfeld se saldou pelo confronto aberto com o vice-presidente José Alencar, que foi forçado a lembrar ao representante dos EUA, após um ataque deste à Venezuela, que o Brasil sempre defendeu e continua a defender a autodeterminação e a não ingerência nos assuntos internos de outros países.
Apesar de Condoleezza Rice ser recebida no Brasil com a máxima deferência e de estar apostada em aplanar o caminho para a provável visita que George W. Bush fará ao país em Setembro, é duvidoso que consiga resultados significativos em relação à ALCA, cujo processo está paralisado. Antes da chegada de Rice, o presidente Lula, ao inaugurar um congresso sindical internacional em Brasília, na passada quinta-feira, garantiu que o Brasil retirou o tema da agenda política. «Há dois anos que não se discute mais a ALCA. Tirámos a ALCA da agenda. De que forma? Fortalecendo o Mercosul e criando a Comunidade Sul-Americana de Nações», declarou Lula, após dizer que a intenção dessa política é evitar que o Brasil se torne dependente dos EUA.
Recorda-se que Brasília e Washington detêm a co-presidência das negociações da ALCA, provável tema central da próxima Cimeira das Américas, a realizar em Novembro na Argentina.
Ingerência na ordem do dia
Do Brasil, Condoleezza Rice segue para o Chile, Colômbia e El Salvador. No Chile, Rice deverá insistir nos planos da Casa Branca contra a Revolução Bolivariana e o presidente venezuelano, Hugo Chávez, bem como preparar o terreno para a eleição do próximo secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), a que se candidatam o Chile e o México.
Outro dos temas quentes na agenda de Rice é o famigerado Plano Colômbia, incontornável na deslocação a Bogotá, tanto mais que este instrumento da política hegemónica dos EUA poderá estar afectado pelos recentes acontecimentos no Equador.
Em El Salvador, para além do reconhecimento pelo apoio prestado à ocupação do Iraque, Condoleezza Rice deverá abordar outro tema recorrente da política norte-americana, o chamado Tratado de Livre Comércio (TLC) com a América Central e República Dominicana, agora marcar passo no Congresso dos EUA.
Numa altura de novas e fortes convulsões na América Latina, a visita de Rice dificilmente deixará de ser vista como mais uma manobra de ingerência do Império no seu «pátio das traseiras».