ONU defende direito à autodeterminação
A condenação do mercenarismo e a solidariedade com a Palestina assinalam as duas primeiras derrotas dos EUA na Comissão de Direitos Humanos da ONU.
«O recurso a mercenários está ligado a actividades terroristas»
A Comissão de Direitos Humanos (CDH) das Nações Unidas aprovou a 8 de Abril, por maioria, duas moções que desagradaram aos EUA: uma apresentada por Cuba e outra pela Líbia, em nome da Liga Árabe.
A proposta cubana, patrocinada por 28 países, condena o recurso a mercenários como forma de «impedir o exercício do direito dos povos à autodeterminação».
Aprovada por 35 votos a favor, 15 contra e duas abstenções, a resolução agora adoptada pela CDH - com o título «Utilização de mercenários como meio de violar os direitos humanos e impedir o exercício dos povos à livre determinação» - reafirma que a utilização, recrutamento, financiamento e treino de mercenários constitui um motivo de «profunda preocupação para todos os estados», pois «viola os desígnios e princípios consagrados na Carta das Nações Unidas».
Os EUA, por razões óbvias, votaram contra.
O voto norte-americano não surpreendeu o representante cubano, Rodolfo Reyes, que em declarações à agência Prensa Latina (PL) lembrou que o recurso a mercenários está muito ligado a actividades terroristas, que Cuba bem conhece por ter sofrido as suas consequências «com saldo de perdas humanas e danos materiais».
Reyes sublinhou ainda que a resolução visa igualmente a participação de empresas privadas internacionais de segurança no Iraque, país onde se estima actuarem hoje cerca de 20 mil mercenários, incluindo os que participam em interrogatórios e torturas ao serviço do Pentágono.
Sem surpresa
Não deixa de ser significativo que um dos governos que se absteve na votação da proposta cubana tenha sido o das Honduras, cujo território serviu de base, na década de 80, a mercenários de vários países que a mando de Washington participaram na guerra suja contra a revolução sandinista na Nicarágua.
A credibilidade dos EUA como mediador no processo de paz no Médio Oriente saiu igualmente abalada desta sessão da CDH, onde foi finalmente votada a proposta da Liga Árabe que defende o direito do povo palestiniano à autodeterminação e à criação de um Estado soberano e independente. O texto, que insta Israel a abster-se de «assassinar, atacar e prender palestinianos», contou com a oposição dos EUA e a abstenção da Costa Rica, o que não constituiu surpresa.
De referir que a resolução adoptada pela Comissão de Direitos Humanos da ONU exige o fim de práticas que agravam as condições humanitárias e económicas nos territórios ocupados, bem como o fim das incursões e ataques militares e o desmantelamento dos postos de controlo das forças israelitas em território palestiniano.
O caixote do lixo de Israel
Israel pretende transformar a Cisjordânia na sua lixeira privada, despejando mensalmente neste território palestiniano 10 000 toneladas do lixo doméstico produzido na região metropolitana de Telavive e de Sharon, a Leste de Natanya. O local escolhido para os despejos, a pedreira palestiniana de Abu Shusha, situa-se entre a cidade cisjordana de Nablus e o colonato israelita de Qedumim.
De acordo com especialistas, o uso da pedreira poderá pôr em sério risco o aquífero da Montanha, um dos maiores mananciais de água doce que abastecem Israel e a Palestina.
De acordo com informações divulgadas pelo Rebelión, a lixeira está ser construída pela empresa Baron Industrial Park, propriedade conjunta dos (ilegais) colonatos de Qedumim e Qarne Shomron e pelo Conselho Regional de Shomron, e a sua gestão está a cargo da empresa privada D.S.H, com sede em Netanya.
Para além de violar os tratados e leis internacionais, que proíbem semelhantes abusos nos territórios ocupados, o projecto é ilegal mesmo à luz da legislação israelita, já que a companhia está a fazer depósito de lixos sem a aprovação do Ministério do Meio Ambiente nem da Comissão de Água e as obras estão a ser feitas sem autorização.
A proposta cubana, patrocinada por 28 países, condena o recurso a mercenários como forma de «impedir o exercício do direito dos povos à autodeterminação».
Aprovada por 35 votos a favor, 15 contra e duas abstenções, a resolução agora adoptada pela CDH - com o título «Utilização de mercenários como meio de violar os direitos humanos e impedir o exercício dos povos à livre determinação» - reafirma que a utilização, recrutamento, financiamento e treino de mercenários constitui um motivo de «profunda preocupação para todos os estados», pois «viola os desígnios e princípios consagrados na Carta das Nações Unidas».
Os EUA, por razões óbvias, votaram contra.
O voto norte-americano não surpreendeu o representante cubano, Rodolfo Reyes, que em declarações à agência Prensa Latina (PL) lembrou que o recurso a mercenários está muito ligado a actividades terroristas, que Cuba bem conhece por ter sofrido as suas consequências «com saldo de perdas humanas e danos materiais».
Reyes sublinhou ainda que a resolução visa igualmente a participação de empresas privadas internacionais de segurança no Iraque, país onde se estima actuarem hoje cerca de 20 mil mercenários, incluindo os que participam em interrogatórios e torturas ao serviço do Pentágono.
Sem surpresa
Não deixa de ser significativo que um dos governos que se absteve na votação da proposta cubana tenha sido o das Honduras, cujo território serviu de base, na década de 80, a mercenários de vários países que a mando de Washington participaram na guerra suja contra a revolução sandinista na Nicarágua.
A credibilidade dos EUA como mediador no processo de paz no Médio Oriente saiu igualmente abalada desta sessão da CDH, onde foi finalmente votada a proposta da Liga Árabe que defende o direito do povo palestiniano à autodeterminação e à criação de um Estado soberano e independente. O texto, que insta Israel a abster-se de «assassinar, atacar e prender palestinianos», contou com a oposição dos EUA e a abstenção da Costa Rica, o que não constituiu surpresa.
De referir que a resolução adoptada pela Comissão de Direitos Humanos da ONU exige o fim de práticas que agravam as condições humanitárias e económicas nos territórios ocupados, bem como o fim das incursões e ataques militares e o desmantelamento dos postos de controlo das forças israelitas em território palestiniano.
O caixote do lixo de Israel
Israel pretende transformar a Cisjordânia na sua lixeira privada, despejando mensalmente neste território palestiniano 10 000 toneladas do lixo doméstico produzido na região metropolitana de Telavive e de Sharon, a Leste de Natanya. O local escolhido para os despejos, a pedreira palestiniana de Abu Shusha, situa-se entre a cidade cisjordana de Nablus e o colonato israelita de Qedumim.
De acordo com especialistas, o uso da pedreira poderá pôr em sério risco o aquífero da Montanha, um dos maiores mananciais de água doce que abastecem Israel e a Palestina.
De acordo com informações divulgadas pelo Rebelión, a lixeira está ser construída pela empresa Baron Industrial Park, propriedade conjunta dos (ilegais) colonatos de Qedumim e Qarne Shomron e pelo Conselho Regional de Shomron, e a sua gestão está a cargo da empresa privada D.S.H, com sede em Netanya.
Para além de violar os tratados e leis internacionais, que proíbem semelhantes abusos nos territórios ocupados, o projecto é ilegal mesmo à luz da legislação israelita, já que a companhia está a fazer depósito de lixos sem a aprovação do Ministério do Meio Ambiente nem da Comissão de Água e as obras estão a ser feitas sem autorização.