Chávez na mira do Império (1)
Medo no país mais poderoso do mundo?...
Em 2003, o regime de George (War) Bush gastou perto de 450 mil milhões de dólares em armas, o que é igual a metade do despendido a nível mundial.
Entretanto, durante as últimas semanas, diferentes porta-vozes de Washington têm manifestado crescente «preocupação» porque a Venezuela está em negociações com a Rússia para a aquisição de 100 000 fuzis AK-47 e 40 helicópteros. Uma «preocupação» risível se não fosse sumamente perigosa pelo cinismo que encerra.
Que o principal vendedor de armamento militar a nível mundial se «preocupe» porque outro do seu «quintal das traseiras» compra armas a outro fornecedor ou é dor de cotovelo porque perdeu o negócio ou algo pior.
Que o país onde comprar uma arma de guerra é quase tão fácil como entrar numa qualquer loja de comida rápida e engolir uma hamburguesa se «preocupe» dessa forma ou é estupidez ou algo pior.
É algo pior.
Leque de opções aproxima-se do fim
Para afastar Chávez, o Império já ensaiou várias alternativas.
O golpe de estado foi sangrento mas terminou num fiasco, apesar da participação inocultável do governo de Bush no mesmo. A maioria dos líderes optaram pelo exílio, outros simplesmente deram o fora, uns poucos foram presos, um deles em condições caricatas já que – depois de ter obtido asilo na Costa Rica e de ali ter sido expulso por conduta imprópria – foi apanhado ingloriamente a jogar num casino… com um bilhete de identidade
falsificado.
A sabotagem económica – depois de dois meses de lock-out patronal – deu barraca. Queria atirar o país ao abismo – quase que o conseguia – mas terminou levando à falência milhares de profissionais e pequenos e médios comerciantes que caíram na rasteira.
A incursão de paramilitares provenientes da Colômbia foi foguete que rebentou antes de começar a festa. O grosso da força foi capturado e já começam a sair na imprensa fragmentos de declarações dos detidos bastante comprometedores para conspiradores ainda à solta.
O referendo revogatório, convocado pela oligarquia e apoiado pela quase totalidade dos meios de comunicação, foi um desastre político, confirmado imediatamente nas autárquicas. No primeiro caso, Chávez ganhou 6 a 4, e no segundo os bolivarianos meteram uma cabazada ‘escandalosa’ à oposição, resultados ambos que, apesar da observação internacional por ela solicitada, foram rejeitados e os observadores, entre eles Carter e
Gaviria, acusados de vendidos e traidores.
As repetidas tentativas de matar dois coelhos de uma só cajadada, inimizando a Venezuela com os países vizinhos e, de passagem, sabotando a integração latino-americana, abortaram nos primeiros dias da gestação. O Brasil e o Chile responderam claramente no sentido de que não alinhavam nas mesmas «preocupações». O Brasil chegou mesmo a dizer que isso de afirmar que a Venezuela pretendia subverter outros países da região era «um despropósito de algum funcionário mal informado». Os negócios comerciais bilaterais vão em aumento. A Colômbia de Uribe ficou mal no retrato com a questão Granda. E a recente cimeira a quatro (Brasil, Colômbia, Espanha e Venezuela) terminou com vários acordos e apelos à integração.
Contudo, o Império na desiste e o cerco à Venezuela cresce dia a dia.
Funcionários de diferentes calibres «alertam» constantemente o mundo, em geral, e a América Latina, em particular, para o «perigo» Chávez. A imprensa e a televisão ao serviço de Washington não pára. A táctica não é nova, e o exemplo mais recente temo-lo no Iraque, o tal das armas de destruição maciça que, afinal, não só não tinha as tais armas – até a Casa
Branca e a CIA já o admitiram – como até parece que não tinha melhor arsenal do que uma loja de armas bem surtida de qualquer subúrbio norte-americano.
Num país onde a rádio, a imprensa e a televisão – maioritariamente nas mãos de uma oposição suicida e assassina – fazem o que querem, Chávez seria um perigo para a liberdade de expressão, e a Sociedade Inter-americana de Imprensa (proprietários de jornais), que nunca piou durante as várias ditaduras do continente, brada aos céus porque a liberdade está ameaçada. E di-lo numa reunião realizada em … Caracas. Estranha ditadura esta onde cada
quem quer diz o que lhe apetece e onde se chega à monstruosidade de apelar, sorrateiramente uma vezes outras não tanto, à guerra civil e ao assassínio.
Sobre esta opção, a que está a tomar forma ameaçadora e não repugna ao Império, falaremos na próxima entrega.
Em 2003, o regime de George (War) Bush gastou perto de 450 mil milhões de dólares em armas, o que é igual a metade do despendido a nível mundial.
Entretanto, durante as últimas semanas, diferentes porta-vozes de Washington têm manifestado crescente «preocupação» porque a Venezuela está em negociações com a Rússia para a aquisição de 100 000 fuzis AK-47 e 40 helicópteros. Uma «preocupação» risível se não fosse sumamente perigosa pelo cinismo que encerra.
Que o principal vendedor de armamento militar a nível mundial se «preocupe» porque outro do seu «quintal das traseiras» compra armas a outro fornecedor ou é dor de cotovelo porque perdeu o negócio ou algo pior.
Que o país onde comprar uma arma de guerra é quase tão fácil como entrar numa qualquer loja de comida rápida e engolir uma hamburguesa se «preocupe» dessa forma ou é estupidez ou algo pior.
É algo pior.
Leque de opções aproxima-se do fim
Para afastar Chávez, o Império já ensaiou várias alternativas.
O golpe de estado foi sangrento mas terminou num fiasco, apesar da participação inocultável do governo de Bush no mesmo. A maioria dos líderes optaram pelo exílio, outros simplesmente deram o fora, uns poucos foram presos, um deles em condições caricatas já que – depois de ter obtido asilo na Costa Rica e de ali ter sido expulso por conduta imprópria – foi apanhado ingloriamente a jogar num casino… com um bilhete de identidade
falsificado.
A sabotagem económica – depois de dois meses de lock-out patronal – deu barraca. Queria atirar o país ao abismo – quase que o conseguia – mas terminou levando à falência milhares de profissionais e pequenos e médios comerciantes que caíram na rasteira.
A incursão de paramilitares provenientes da Colômbia foi foguete que rebentou antes de começar a festa. O grosso da força foi capturado e já começam a sair na imprensa fragmentos de declarações dos detidos bastante comprometedores para conspiradores ainda à solta.
O referendo revogatório, convocado pela oligarquia e apoiado pela quase totalidade dos meios de comunicação, foi um desastre político, confirmado imediatamente nas autárquicas. No primeiro caso, Chávez ganhou 6 a 4, e no segundo os bolivarianos meteram uma cabazada ‘escandalosa’ à oposição, resultados ambos que, apesar da observação internacional por ela solicitada, foram rejeitados e os observadores, entre eles Carter e
Gaviria, acusados de vendidos e traidores.
As repetidas tentativas de matar dois coelhos de uma só cajadada, inimizando a Venezuela com os países vizinhos e, de passagem, sabotando a integração latino-americana, abortaram nos primeiros dias da gestação. O Brasil e o Chile responderam claramente no sentido de que não alinhavam nas mesmas «preocupações». O Brasil chegou mesmo a dizer que isso de afirmar que a Venezuela pretendia subverter outros países da região era «um despropósito de algum funcionário mal informado». Os negócios comerciais bilaterais vão em aumento. A Colômbia de Uribe ficou mal no retrato com a questão Granda. E a recente cimeira a quatro (Brasil, Colômbia, Espanha e Venezuela) terminou com vários acordos e apelos à integração.
Contudo, o Império na desiste e o cerco à Venezuela cresce dia a dia.
Funcionários de diferentes calibres «alertam» constantemente o mundo, em geral, e a América Latina, em particular, para o «perigo» Chávez. A imprensa e a televisão ao serviço de Washington não pára. A táctica não é nova, e o exemplo mais recente temo-lo no Iraque, o tal das armas de destruição maciça que, afinal, não só não tinha as tais armas – até a Casa
Branca e a CIA já o admitiram – como até parece que não tinha melhor arsenal do que uma loja de armas bem surtida de qualquer subúrbio norte-americano.
Num país onde a rádio, a imprensa e a televisão – maioritariamente nas mãos de uma oposição suicida e assassina – fazem o que querem, Chávez seria um perigo para a liberdade de expressão, e a Sociedade Inter-americana de Imprensa (proprietários de jornais), que nunca piou durante as várias ditaduras do continente, brada aos céus porque a liberdade está ameaçada. E di-lo numa reunião realizada em … Caracas. Estranha ditadura esta onde cada
quem quer diz o que lhe apetece e onde se chega à monstruosidade de apelar, sorrateiramente uma vezes outras não tanto, à guerra civil e ao assassínio.
Sobre esta opção, a que está a tomar forma ameaçadora e não repugna ao Império, falaremos na próxima entrega.