Mostrar como o PCP é diferente
Até às eleições legislativas, o apelo ao voto na CDU surgia naturalmente nas conversas dos militantes da JCP com os trabalhadores: «Para que a nossa luta avance, não se esqueça de votar no dia 20 na CDU» era uma das frases mais comuns.
Durante a entrevista, feita em plena campanha eleitoral, foi abordada a possível a concretização do lema da Juventude CDU, «Leva a luta até ao voto». Os quatro militantes da JCP lembram que muitos dos trabalhadores que se envolveram em lutas sindicais nos últimos anos não votam de acordo com as suas reivindicações. «É uma questão ideológica. O pensamento que domina é o da classe dominante. Da luta sindical até a uma evolução ideológica vai um caminho muito grande», adianta Gonçalo Pereira.
Ricardo Santos considera que a comunicação social tem uma parte da responsabilidade, porque muitos eleitores pensam só têm duas opções, o PS e o PSD. «Depois há a questão da descrença na política, que leva à abstenção. Há muita gente que também tem memória curta e que se esquece de quem esteve ao seu lado nos momentos difíceis, quem os ajudou e quem lutou por eles. Mas temos que ver que o sistema está viciado e a possível reforma eleitoral serve para aumentar o desinteresse dos eleitores, para que não votem e não participem. O nosso trabalho passa por mostrar que há alternativas a isso», defende.
José António Moreira critica a «memória curta»: «Os portugueses parece que são masoquistas: o PSD está mal, mudam para o PS e vice versa. E não saem disso! Depois há pessoas que se abstêm, completamente descrentes. A abstenção é também um dos nossos grandes inimigos.»
O povo que temos
João Tiago Silva aconselha uma «atitude descomplexada» nos contactos com a população. «Este é o nosso povo, são os nossos trabalhadores, que passam grandes dificuldades, pagos com salários baixos ou à procura de emprego», diz. «O voto na CDU e no PCP é um voto mais consciente, mais de classe. Podemos ganhar mais gente para isso, também no grupo de descrentes. Não entendemos a política de uma forma burocrática, mas sim revolucionária. Como é que alguém não se desilude com este sistema?», questiona.
«Quando alguém me diz que não gosta da política, eu respondo: “Por eu também não gostar deste sistema e de como as coisas são feitas é que eu sou do PCP.” Foi essa revolta e uma necessidade de me distanciar dos outros partidos que me fez ver que o PCP era diferente. Não gosto dos outros, mas deste sim, este é o meu Partido, que defende os meus direitos e que luta ao nosso lado. É importante esta atitude descomplexada quando vamos à conversa, porque esta gente é a mesma que é explorada, que vai no autocarro cansada e apertada, que é vítima do sistema... É o povo que nós temos e por isso temos que continuar na luta. Eles queriam era que desanimássemos, mas não vamos dar este gosto ao patronato e à direita», sublinha João Tiago.
Durante a entrevista, feita em plena campanha eleitoral, foi abordada a possível a concretização do lema da Juventude CDU, «Leva a luta até ao voto». Os quatro militantes da JCP lembram que muitos dos trabalhadores que se envolveram em lutas sindicais nos últimos anos não votam de acordo com as suas reivindicações. «É uma questão ideológica. O pensamento que domina é o da classe dominante. Da luta sindical até a uma evolução ideológica vai um caminho muito grande», adianta Gonçalo Pereira.
Ricardo Santos considera que a comunicação social tem uma parte da responsabilidade, porque muitos eleitores pensam só têm duas opções, o PS e o PSD. «Depois há a questão da descrença na política, que leva à abstenção. Há muita gente que também tem memória curta e que se esquece de quem esteve ao seu lado nos momentos difíceis, quem os ajudou e quem lutou por eles. Mas temos que ver que o sistema está viciado e a possível reforma eleitoral serve para aumentar o desinteresse dos eleitores, para que não votem e não participem. O nosso trabalho passa por mostrar que há alternativas a isso», defende.
José António Moreira critica a «memória curta»: «Os portugueses parece que são masoquistas: o PSD está mal, mudam para o PS e vice versa. E não saem disso! Depois há pessoas que se abstêm, completamente descrentes. A abstenção é também um dos nossos grandes inimigos.»
O povo que temos
João Tiago Silva aconselha uma «atitude descomplexada» nos contactos com a população. «Este é o nosso povo, são os nossos trabalhadores, que passam grandes dificuldades, pagos com salários baixos ou à procura de emprego», diz. «O voto na CDU e no PCP é um voto mais consciente, mais de classe. Podemos ganhar mais gente para isso, também no grupo de descrentes. Não entendemos a política de uma forma burocrática, mas sim revolucionária. Como é que alguém não se desilude com este sistema?», questiona.
«Quando alguém me diz que não gosta da política, eu respondo: “Por eu também não gostar deste sistema e de como as coisas são feitas é que eu sou do PCP.” Foi essa revolta e uma necessidade de me distanciar dos outros partidos que me fez ver que o PCP era diferente. Não gosto dos outros, mas deste sim, este é o meu Partido, que defende os meus direitos e que luta ao nosso lado. É importante esta atitude descomplexada quando vamos à conversa, porque esta gente é a mesma que é explorada, que vai no autocarro cansada e apertada, que é vítima do sistema... É o povo que nós temos e por isso temos que continuar na luta. Eles queriam era que desanimássemos, mas não vamos dar este gosto ao patronato e à direita», sublinha João Tiago.