Aborto e anticomunismo
No seu novo livro «Memória e Identidade», o Papa João Paulo II considera que o aborto constitui um «extermínio legal» comparável aos genocídios da história da humanidade, como o holocausto.
Na obra, apresentada em 22 de Fevereiro, em Roma, pelo cardeal alemão Josef Ratzinger, depois de evocar a «solução final» adoptada pelo regime de hitleriano para exterminar os judeus, que equipara às repressões dos opositores aos regimes socialistas constituídos na Europa do pós-guerra, João Paulo II acusa dos parlamentos eleitos nos países do ex-bloco socialista de estarem hoje a legalizar o que qualifica como novas formas de mal e novos extermínios.
«O extermínio legal de seres humanos que foram concebidos mas que ainda não nasceram continua em curso», escreve a santidade. «E desta vez falamos de um extermínio que foi autorizado por nada menos que parlamentos democraticamente eleitos onde, normalmente, se ouvem apelos ao progresso da sociedade e da humanidade».
Na Alemanha, país onde alguns extractos do livro foram prépublicados, o Conselho central dos Judeus considerou inaceitável a comparação papal. Radzinger tentou acalmar a polémica, garantindo que o Papa apenas quis prevenir que o mal se imiscui por todo o lado, «mesmo nos sistemas políticos liberais».
Mas o anticomunismo do papa não se fica por aqui. Voltando a desenterrar o caso do atentado de que foi vítima em 13 de Maio de 1981, na Praça de S. Pedro, o chefe da igreja católica considera que a iniciativa não partiu de Mehmet Ali Agça, o turco que atingiu à queima-roupa. «Alguém o dirigiu e alguém o comandou», afirma o primeiro papa polaco que se destinguiu pelo apoiou activo ao movimento anticomunista do Sindicato Solidarnosc, liderado por Lech Walesa.
A tentativa de assassinato poderá ter constituído «a última convulsão» das ideologias do século XX, escreve, numa alusão clara à possibilidade de o antigo bloco soviético ter estado por detrás do atentado contra a sua vida.
Recorde-se que as duas investigações efectuadas nos anos 80 não conseguiram estabelecer qualquer ligação entre a tentativa de assassinato e os serviços secretos búlgaros que foram de imediato acusados de terem montado a operação.
Na obra, apresentada em 22 de Fevereiro, em Roma, pelo cardeal alemão Josef Ratzinger, depois de evocar a «solução final» adoptada pelo regime de hitleriano para exterminar os judeus, que equipara às repressões dos opositores aos regimes socialistas constituídos na Europa do pós-guerra, João Paulo II acusa dos parlamentos eleitos nos países do ex-bloco socialista de estarem hoje a legalizar o que qualifica como novas formas de mal e novos extermínios.
«O extermínio legal de seres humanos que foram concebidos mas que ainda não nasceram continua em curso», escreve a santidade. «E desta vez falamos de um extermínio que foi autorizado por nada menos que parlamentos democraticamente eleitos onde, normalmente, se ouvem apelos ao progresso da sociedade e da humanidade».
Na Alemanha, país onde alguns extractos do livro foram prépublicados, o Conselho central dos Judeus considerou inaceitável a comparação papal. Radzinger tentou acalmar a polémica, garantindo que o Papa apenas quis prevenir que o mal se imiscui por todo o lado, «mesmo nos sistemas políticos liberais».
Mas o anticomunismo do papa não se fica por aqui. Voltando a desenterrar o caso do atentado de que foi vítima em 13 de Maio de 1981, na Praça de S. Pedro, o chefe da igreja católica considera que a iniciativa não partiu de Mehmet Ali Agça, o turco que atingiu à queima-roupa. «Alguém o dirigiu e alguém o comandou», afirma o primeiro papa polaco que se destinguiu pelo apoiou activo ao movimento anticomunista do Sindicato Solidarnosc, liderado por Lech Walesa.
A tentativa de assassinato poderá ter constituído «a última convulsão» das ideologias do século XX, escreve, numa alusão clara à possibilidade de o antigo bloco soviético ter estado por detrás do atentado contra a sua vida.
Recorde-se que as duas investigações efectuadas nos anos 80 não conseguiram estabelecer qualquer ligação entre a tentativa de assassinato e os serviços secretos búlgaros que foram de imediato acusados de terem montado a operação.