Bush vaiado em cidade fechada

O governo alemão fechou a cidade de Mainz, em 23 de Fevereiro, para receber a visita do presidente norte-americano George Bush. Cerca de 10 mil polícias patrulharam as ruas, onde lojas e outros estabelecimentos estavam fechados e de montras cobertas. A fábrica da Opel foi forçada a dar feriado aos seus trabalhadores, que retomaram a laboração apenas no sábado, 26. As entradas e saídas da cidade foram bloqueadas e os habitantes aconselhados a permanecer nas suas habitações.
Estima-se que a gigantesca operação tenha representado um custo de 100 milhões de euros, entre encargos directos e prejuízos causados à economia local. Bush e a sua comitiva acabaram por cancelar um encontro na cidade quando se aperceberam que seriam confrontados com perguntas hostis.
Mas apesar destas medidas draconianas, entre 15 mil e 20 mil pessoas, vindas de toda a Alemanha e de outros países, manifestaram-se contra a presença de Bush. Desafiando a repressão, muitos residentes de Mainz colocaram cartazes anti-Bush nos seus apartamentos e montras de lojas. Um grupo de manifestantes conseguiu ainda vaiar Laura Bush numa visita a um museu, chegando a alcançar uma vez o próprio presidente.
Os activistas desfilaram com cartazes que qualificavam o presidente dos EUA como um criminoso de guerra, exigiam a retirada do Iraque, a assinatura do tratado de Quioto e o das violações dos direitos humanos em todo o mundo.
Entre os manifestantes encontravam-se alguns cidadãos norte-americanos, designadamente John Catalinotto, colaborador do nosso jornal, que se deslocou à Europa em representação do Centro de Acção Internacional para as manifestações anti-Bush.


Mais artigos de: Europa

Desemprego maciço

As duas maiores economias europeias, Alemanha e França, registam um desemprego crescente, que os respectivos governos se mostram incapazes de combater.

Precários em risco maior

Na União Europeia, todos os anos são registados cinco milhões de acidentes de trabalho. Os trabalhadores precários têm duas vezes mais acidentes de que os permanentes.

Aborto e anticomunismo

No seu novo livro «Memória e Identidade», o Papa João Paulo II considera que o aborto constitui um «extermínio legal» comparável aos genocídios da história da humanidade, como o holocausto.Na obra, apresentada em 22 de Fevereiro, em Roma, pelo cardeal alemão Josef Ratzinger, depois de evocar a «solução final» adoptada...

Recursos escassos na I&D

Portugal está os países da União Europeia que menos gastam em inovação. Em 2003, apenas foi destinado a esta área 0,79 por cento do Produto Interno Bruto nacional.Um estudo do Eurostat, o organismo responsável pelas estatísticas comunitárias, indica que, em 1998 os 25 Estado-membros gastaram em média 1,82 por cento do...

Cinco anos da «Estratégia de Lisboa»

Um dos temas centrais em debate, neste momento, no Parlamento Europeu, é a revisão, a meio termo, da chamada Estratégia de Lisboa, aprovada em Março de 2000, durante a Presidência Portuguesa, e que pretendia que a União Europeia fosse, em 2010, «a economia do conhecimento mais competitiva e mais dinâmica do mundo».Como...