Desemprego maciço
As duas maiores economias europeias, Alemanha e França, registam um desemprego crescente, que os respectivos governos se mostram incapazes de combater.
As duas maiores economias da Europa têm quase 8 milhões de desempregados
O número de desempregados na Alemanha registou um novo recorde desde a 2ª Grande Guerra Mundial, segundo anunciou segundo anunciou na terça-feira, dia 1, a Agência Federal do Trabalho.
No mês de Fevereiro, cinco milhões e 216 mil pessoas estavam desempregadas, ou seja 11,7 por cento da população activa alemã. Em relação a Janeiro, mais 177 mil pessoas ficaram sem trabalho, número que sobe para 575 mil quando comparado com os dados de Fevereiro de 2004, ou seja, uma subida percentual de 0,5 de 1,5 por cento, respectivamente.
Por um lado, o forte aumento em relação ao ano anterior é explicado pelo o efeito estatístico resultante da reforma laboral, que entrou em vigor em Janeiro passado, em consequência da qual os beneficiários de ajuda social (semelhante ao rendimento mínimo) passaram a ser considerados desempregados. No entanto, por outro lado, a acentuada subida em relação a Janeiro ultrapassou as piores previsões das entidades oficiais.
Segundo o presidente da Agência Federal do Emprego, Frank-Jürgen Weise, os factores sazonais, em particular o frio extremo, contribuíram para o desemprego tenha aumentado mais do que o normal nesta época do ano. A persistente debilidade da conjuntura económica alemã terá feito o resto, levando o País a atingir mais um triste recorde, como reconheceu Weise.
Quinze anos após a reunificação, a fractura entre o Oeste e o Este continua a evidenciar-se nas estatísticas do desemprego. Enquanto no Ocidente, os desempregados representam 10,4 por cento da população, no território da antiga RDA, esta taxa sobre para o dobro, 20,7 por cento.
Incapaz de reverter a tendência de destruição de postos de trabalho, o governo SPD-Verdes esforça-se para relativizar estes números, chegando ao ponto de, pela primeira vez, publicar uma taxa de desemprego calculada segundo as normas mais restritivas da Organização Internacional do Trabalho. Caso fosse essa a realidade alemã, no primeiro mês do ano, só haveria 3,99 milhões de desempregados, ou seja, uma taxa de 9,3 por cento da população activa.
Mas o executivo de Schroeder dificilmente poderá disfarçar o fracasso das suas políticas sociais e económicas de cariz neoliberal, Mesmo para o vicepresidente do grupo parlamentar da União Cristã Democrática (CDU), Ronald Pofalla, a passada terça-feira ficará marcada como «um dia catastrófico para a Alemenha», acusando o ministro da Economia, Wolfgang Clement, de ser «pessoalmente responsável» pelo novo recorde do desemprego.
Lucros em alta
economia em crise
Em França, o governo de direita liderado por Jean-Pierre Raffarin está igualmente sob fogo da oposição, apesar de a economia gaulesa apresentar um crescimento ligeiramente superior à alemã. Os dados do desemprego publicados, na sexta-feira, dia 25, revelam que, pela primeira vez nos últimos cinco anos, foi ultrapassada a fasquia dos dez por cento da população activa, ou seja 2 milhões e 461 mil franceses estão actualmente inscritos nos centros de emprego.
Este agravamento ocorre precisamente no ano em que o primeiro-ministro francês assumiu o compromisso de diminuir a taxa de desemprego para nove por cento.
Indiferentes ao flagelo social, as grandes empresas de ambos os lados do Reno multiplicam os seus lucros, que são generosamente distribuídos pelos accionistas sob a forma de dividendos. Como denunciam os sindicatos, estes recursos são retirados da economia não gerando nem postos de trabalho, nem aumento real do poder de compra.
Por isso, o desemprego continuará a agravar-se já que as previsões de crescimento económico em ambos os países (1,6 por cento na Alemanha e 2,5% em França) não permitem sequer travar a destruição de emprego quanto mais criar novos postos de trabalho.
No mês de Fevereiro, cinco milhões e 216 mil pessoas estavam desempregadas, ou seja 11,7 por cento da população activa alemã. Em relação a Janeiro, mais 177 mil pessoas ficaram sem trabalho, número que sobe para 575 mil quando comparado com os dados de Fevereiro de 2004, ou seja, uma subida percentual de 0,5 de 1,5 por cento, respectivamente.
Por um lado, o forte aumento em relação ao ano anterior é explicado pelo o efeito estatístico resultante da reforma laboral, que entrou em vigor em Janeiro passado, em consequência da qual os beneficiários de ajuda social (semelhante ao rendimento mínimo) passaram a ser considerados desempregados. No entanto, por outro lado, a acentuada subida em relação a Janeiro ultrapassou as piores previsões das entidades oficiais.
Segundo o presidente da Agência Federal do Emprego, Frank-Jürgen Weise, os factores sazonais, em particular o frio extremo, contribuíram para o desemprego tenha aumentado mais do que o normal nesta época do ano. A persistente debilidade da conjuntura económica alemã terá feito o resto, levando o País a atingir mais um triste recorde, como reconheceu Weise.
Quinze anos após a reunificação, a fractura entre o Oeste e o Este continua a evidenciar-se nas estatísticas do desemprego. Enquanto no Ocidente, os desempregados representam 10,4 por cento da população, no território da antiga RDA, esta taxa sobre para o dobro, 20,7 por cento.
Incapaz de reverter a tendência de destruição de postos de trabalho, o governo SPD-Verdes esforça-se para relativizar estes números, chegando ao ponto de, pela primeira vez, publicar uma taxa de desemprego calculada segundo as normas mais restritivas da Organização Internacional do Trabalho. Caso fosse essa a realidade alemã, no primeiro mês do ano, só haveria 3,99 milhões de desempregados, ou seja, uma taxa de 9,3 por cento da população activa.
Mas o executivo de Schroeder dificilmente poderá disfarçar o fracasso das suas políticas sociais e económicas de cariz neoliberal, Mesmo para o vicepresidente do grupo parlamentar da União Cristã Democrática (CDU), Ronald Pofalla, a passada terça-feira ficará marcada como «um dia catastrófico para a Alemenha», acusando o ministro da Economia, Wolfgang Clement, de ser «pessoalmente responsável» pelo novo recorde do desemprego.
Lucros em alta
economia em crise
Em França, o governo de direita liderado por Jean-Pierre Raffarin está igualmente sob fogo da oposição, apesar de a economia gaulesa apresentar um crescimento ligeiramente superior à alemã. Os dados do desemprego publicados, na sexta-feira, dia 25, revelam que, pela primeira vez nos últimos cinco anos, foi ultrapassada a fasquia dos dez por cento da população activa, ou seja 2 milhões e 461 mil franceses estão actualmente inscritos nos centros de emprego.
Este agravamento ocorre precisamente no ano em que o primeiro-ministro francês assumiu o compromisso de diminuir a taxa de desemprego para nove por cento.
Indiferentes ao flagelo social, as grandes empresas de ambos os lados do Reno multiplicam os seus lucros, que são generosamente distribuídos pelos accionistas sob a forma de dividendos. Como denunciam os sindicatos, estes recursos são retirados da economia não gerando nem postos de trabalho, nem aumento real do poder de compra.
Por isso, o desemprego continuará a agravar-se já que as previsões de crescimento económico em ambos os países (1,6 por cento na Alemanha e 2,5% em França) não permitem sequer travar a destruição de emprego quanto mais criar novos postos de trabalho.