MUSP contra assimetrias regionais
O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos defende a correcção das assimetrias regionais e a necessidade de dar voz aos utilizadores dos serviços de saúde, a propósito de um inquérito que realizou sobre o tema.
O estudo revela uma grande insatisfação dos utentes
O inquérito foi realizado em colaboração com a Associação Nacional de Juntas de Freguesia no primeiro semestre de 2004 e, das 4254 juntas existentes no País, responderam 785, que concentraram cerca de três milhões de habitantes.
Em conferencia de imprensa, realizada na passada semana, José Reis, coordenador nacional para a área da saúde do Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP), disse ser «fundamental» que as assimetrias reveladas no inquérito «sejam corrigidas e seja dada a palavra aos utentes», considerando que o estudo demonstra como tem sido «negligenciada a gestão do Sistema Nacional de Saúde».
De acordo com o inquérito sobre os cuidados de saúde primários, cerca de 600 freguesias do País não têm centro de saúde.
O presidente do MUSP, Carlos Braga, explicou que o inquérito teve em conta um conjunto de preocupações manifestadas pelos utentes dos serviços públicos e teve como objectivo avaliar a qualidade e as condições em que são prestados os serviços de saúde aos utentes na área geográfica de cada uma.
O estudo revela uma grande «insatisfação» dos utentes, com 70 por cento a queixarem-se das dificuldades de acesso às consultas e da falta de médicos de medicina geral e familiar.
Segundo o documento, 36 por cento das freguesias com mais de 20 mil habitantes não têm centro de saúde. Esta percentagem sobe para 95 por cento quando se trata de freguesias com menos de 500 habitantes.
Falta de equipamentos
O MUSP questionou ainda as freguesias sobre os horários dos centros e extensões de saúde, mas 75 por cento não respondeu. Das que responderam, 36 por cento indicou como horário mais frequente das 8 às 20 horas e apenas 13 por cento um horário de 24 horas.
Os equipamentos nos centros de saúde foram outro tema abordado pelo inquérito, que constatou que 86 por cento não dispõe de raio-x e 84 por cento não dispõe de equipamentos para fazer análises.
Nas extensões de saúde, a situação é mais grave: 97 por cento não dispõe de equipamento de raio-x e para fazer análises, adianta o documento, assinalando que as unidades mais bem equipadas se encontram nas áreas metropolitanas. Apenas um décimo das extensões de saúde e 42 por cento dos centros de saúde têm especialidades médicas, que estão dependentes da localização da freguesia.
No que respeita às condições do serviço de ambulâncias, 74 por cento responderam que está preparado para reanimação cardíaca, ventilação e fornecimento de soro a doentes em estado grave e 24 por cento afirmaram que este serviço não está preparado para tais funções.
Nas freguesias das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e da Península de Setúbal, a proporção dos centros e extensões de saúde com problemas de acesso é de 68 por cento e fora destas áreas a proporção sobe para 85 por cento.
Em conferencia de imprensa, realizada na passada semana, José Reis, coordenador nacional para a área da saúde do Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP), disse ser «fundamental» que as assimetrias reveladas no inquérito «sejam corrigidas e seja dada a palavra aos utentes», considerando que o estudo demonstra como tem sido «negligenciada a gestão do Sistema Nacional de Saúde».
De acordo com o inquérito sobre os cuidados de saúde primários, cerca de 600 freguesias do País não têm centro de saúde.
O presidente do MUSP, Carlos Braga, explicou que o inquérito teve em conta um conjunto de preocupações manifestadas pelos utentes dos serviços públicos e teve como objectivo avaliar a qualidade e as condições em que são prestados os serviços de saúde aos utentes na área geográfica de cada uma.
O estudo revela uma grande «insatisfação» dos utentes, com 70 por cento a queixarem-se das dificuldades de acesso às consultas e da falta de médicos de medicina geral e familiar.
Segundo o documento, 36 por cento das freguesias com mais de 20 mil habitantes não têm centro de saúde. Esta percentagem sobe para 95 por cento quando se trata de freguesias com menos de 500 habitantes.
Falta de equipamentos
O MUSP questionou ainda as freguesias sobre os horários dos centros e extensões de saúde, mas 75 por cento não respondeu. Das que responderam, 36 por cento indicou como horário mais frequente das 8 às 20 horas e apenas 13 por cento um horário de 24 horas.
Os equipamentos nos centros de saúde foram outro tema abordado pelo inquérito, que constatou que 86 por cento não dispõe de raio-x e 84 por cento não dispõe de equipamentos para fazer análises.
Nas extensões de saúde, a situação é mais grave: 97 por cento não dispõe de equipamento de raio-x e para fazer análises, adianta o documento, assinalando que as unidades mais bem equipadas se encontram nas áreas metropolitanas. Apenas um décimo das extensões de saúde e 42 por cento dos centros de saúde têm especialidades médicas, que estão dependentes da localização da freguesia.
No que respeita às condições do serviço de ambulâncias, 74 por cento responderam que está preparado para reanimação cardíaca, ventilação e fornecimento de soro a doentes em estado grave e 24 por cento afirmaram que este serviço não está preparado para tais funções.
Nas freguesias das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e da Península de Setúbal, a proporção dos centros e extensões de saúde com problemas de acesso é de 68 por cento e fora destas áreas a proporção sobe para 85 por cento.