Um Partido mais ligado à vida
Realizado no passado dia 8, o 12.º Encontro de Quadros do Alentejo foi a primeira grande iniciativa partidária após o Congresso e confirmou um PCP ligado à vida e à luta, como afirmou, no final, o secretário-geral Jerónimo de Sousa.
O encontro concretiza as orientações do Congresso, realizado semana e meia antes
«Temos Partido no Alentejo!» Foi com esta convicção que o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, terminou a sua intervenção no 12.º Encontro Regional de Quadros do Alentejo. Esta certeza, longe de ser um slogan, representa uma convicção de quem assistiu a um dia de intenso debate, onde foram analisadas as dificuldades, mas também as potencialidades que existem a partir dos problemas a resolver e das aspirações do povo da região.
Para o secretário-geral comunista, o encontro concretizou algumas das principais orientações definidas na resolução política aprovada no Congresso: ligar o Partido à vida e reforçar a sua organização. «Para haver reforço da organização do Partido tem de haver reforço da acção e da intervenção», lembrou Jerónimo de Sousa.
Na opinião do dirigente do PCP, se houve lição que os comunistas aprenderam ao longo da sua história foi a seguinte: «Enquanto continuar ancorado profundamente nos sentimentos, nas aspirações e nos problemas do nosso povo e dos trabalhadores, este será um Partido indestrutível, um Partido que continuará a ter futuro!»
Para Jerónimo de Sousa, tal como o Congresso – por onde «perpassou um sentimento fundo de confiança», criando expectativas que ultrapassam as fronteiras do próprio Partido –, também o Encontro do Alentejo desmentiu por completo os modernos «cavaleiros do apocalipse», que destinavam ao PCP uma de duas hipóteses: «Descaracterizar para morrer ou fechar para morrer de pé.» «Que magnífica resposta demos», no Congresso e no encontro, realçou o secretário-geral. Que prometeu que o Partido continua, sim, mas «para viver e lutar de pé».
Encontrar soluções
Da facto, a convicção do secretário-geral tinha razão de ser. Durante todo o dia de trabalhos, passaram pela tribuna do 12.º Encontro Regional de Quadros do Alentejo os vários problemas que afectam os trabalhadores e as populações alentejanas: desemprego e precariedade, baixos salários e pensões, encerramento e deficientes condições de centros de saúde, escolas e instituições para a terceira idade.
Mas, longe de se limitarem a constatar a situação difícil que a região enfrenta, os comunistas avançaram com propostas e linhas de trabalho e orientação. Reforçar a organização partidária e a sua ligação às massas e às suas lutas é a orientação fundamental. Quem revelou seguir já esta direcção foi a organização de Évora da JCP : 60 novos militantes num ano, formação de novos colectivos e o reforço de outros. A este reforço – entre a juventude estudantil, de vários graus de ensino, ou trabalhadora – não será alheio o crescimento da luta nas escolas secundárias neste ano. A distribuição de documentos específicos para os jovens trabalhadores das empresas foi outra das medidas levadas a cabo pelos jovens comunistas de Évora.
Também as alterações levadas a cabo no Alentejo mereceram um vivo debate por parte dos quadros comunistas: Retomados os latifúndios, encerrada grande parte da actividade mineira e não tendo sido feitos investimentos de monta ao nível da criação de emprego, a população da região está mais idosa, enquanto os jovens procuram outras paragens em busca do merecido futuro. Para inverter a situação são precisas propostas. E os comunistas têm-nas!
Um dos participantes afirmou mesmo que o Alentejo necessita que sejam criados, na próxima década, entre 10 a 15 mil postos de trabalho. E confrontou o PS com a política que praticará caso venha a ser governo: «Vai ou não revogar o Pacote Laboral? Vai ou não avançar com a Regionalização?» O futuro o dirá.
Duas eleições em 2005 e outras no início de 2006
Um ano de difíceis batalhas
Entre o momento em que foi convocado o 12.º Encontro Regional de Quadros do Alentejo e a sua realização, no passado dia 8, muita coisa mudou. Se a ideia, aquando da sua marcação era discutir fundamentalmente as eleições autárquicas, foram as legislativas antecipadas a merecer destaque principal nas intervenções que se referiram a matérias eleitorais. O próprio lema do Encontro, «Eleições 2005, para mudar de política – dar mais força ao PCP», reflecte isso mesmo.
Na intervenção final, o secretário-geral destacou que a urgência de preparação legislativas antecipadas «não colide nem é contraditória com a necessidade de prosseguir com as dinâmicas em curso para a preparação das eleições autárquicas». Pelo contrário, estas dinâmicas podem mesmo «criar as condições para travarmos esta importantíssima batalha das eleições legislativas», afirmou Jerónimo de Sousa.
O prazo para apresentação das listas é muito curto, lembrou um comunista de Portalegre. Assim, há que começar «desde hoje» a preparar as listas e a falar com as pessoas, destacou. O trabalho que vinha já a ser feito com vista à composição das listas de candidatos e apoiantes da CDU para as autarquias, afirmou, deverá servir também para as legislativas.
Mas dar prioridade à batalha mais próxima não pode significar esquecer ou relegar para segundo plano as importantes eleições para as autarquias. Prestar contas do trabalho realizado e das propostas dos eleitos comunistas deve continuar a constituir uma preocupação. Esta prestação de contas, afirmou um participante, deverá ser feita em contacto directo com as populações. Em seguida, lembrou (no que foi seguido por muitos outros intervenientes) que na região é o PS o principal adversário.
Este partido é também responsável, denunciou o Executivo na Direcção Regional do Alentejo, num comunicado do dia 2, pela possível divisão do Alentejo, no âmbito da nova lei das áreas metropolitanas. Os comunistas acusam o PS de, ao contrário do PCP (que defende a formação da Grande Área Metropolitana do Alentejo), pugnar pela divisão da região, passando alguns concelhos para as beiras e outros para o Algarve. «Seria péssimo para a região», defendeu um dos participantes. «Mais uma vez, o PS revela não ser um partido digno da confiança que muitos alentejanos lhe têm manifestado através do seu voto em sucessivos actos eleitorais», considera o Executivo da DRA.
É possível crescer no Alentejo
Momento de proceder a balanços do trabalho efectuado e de traçar orientações para o futuro, o Encontro de Quadros do Alentejo revelou um Partido mais forte e coeso. No decorrer de 2004, entraram para o Partido 237 novos militantes o que a resolução, aprovada por unanimidade, considera que «confirma as reais possibilidades de alargamento da organização do Partido na região». Também a venda orgânica da imprensa do Partido aumentou, salienta-se no documento. Os órgãos de imprensa do Partido são «insubstituíveis no combate à desinformação e manipulação da opinião pública», afirma a resolução, que realça porém o facto de a divulgação do Avante! e de O Militante ser ainda insuficiente.
2004 foi um ano muito exigente, com as eleições para o Parlamento Europeu e o Congresso do Partido, consideram os comunistas alentejanos. As iniciativas de comemoração do 83.º aniversário do PCP foram as que mais gente envolveu: Mais de 5 mil militantes e amigos, em mais de 50 iniciativas por toda a região.
A resolução destaca ainda a Festa Alentejana e a homenagem a Catarina Eufémia como momentos de grande importância na vida partidária. A realização, em Beja, do primeiro encontro de reformados comunistas, com a participação de 260 pessoas, foi outra das iniciativas em relevo em 2004.
Para o ano, as coisas não serão mais fáceis: Duas eleições e um referendo, para não falar das eleições presidenciais de Janeiro de 2006, que terão de ser preparadas durante o próximo ano. Isto a juntar às habituais – mas não menos exigentes – tarefas como o aniversário do Partido, a Festa do Avante!, a Festa Alentejana e a homenagem a Catarina Eufémia são algumas delas. A luta dos trabalhadores e das populações, em que os comunistas se empenham corajosa e quotidianamente, continuará a ser uma linha de intervenção prioritária, que urge reforçar.
Para o secretário-geral comunista, o encontro concretizou algumas das principais orientações definidas na resolução política aprovada no Congresso: ligar o Partido à vida e reforçar a sua organização. «Para haver reforço da organização do Partido tem de haver reforço da acção e da intervenção», lembrou Jerónimo de Sousa.
Na opinião do dirigente do PCP, se houve lição que os comunistas aprenderam ao longo da sua história foi a seguinte: «Enquanto continuar ancorado profundamente nos sentimentos, nas aspirações e nos problemas do nosso povo e dos trabalhadores, este será um Partido indestrutível, um Partido que continuará a ter futuro!»
Para Jerónimo de Sousa, tal como o Congresso – por onde «perpassou um sentimento fundo de confiança», criando expectativas que ultrapassam as fronteiras do próprio Partido –, também o Encontro do Alentejo desmentiu por completo os modernos «cavaleiros do apocalipse», que destinavam ao PCP uma de duas hipóteses: «Descaracterizar para morrer ou fechar para morrer de pé.» «Que magnífica resposta demos», no Congresso e no encontro, realçou o secretário-geral. Que prometeu que o Partido continua, sim, mas «para viver e lutar de pé».
Encontrar soluções
Da facto, a convicção do secretário-geral tinha razão de ser. Durante todo o dia de trabalhos, passaram pela tribuna do 12.º Encontro Regional de Quadros do Alentejo os vários problemas que afectam os trabalhadores e as populações alentejanas: desemprego e precariedade, baixos salários e pensões, encerramento e deficientes condições de centros de saúde, escolas e instituições para a terceira idade.
Mas, longe de se limitarem a constatar a situação difícil que a região enfrenta, os comunistas avançaram com propostas e linhas de trabalho e orientação. Reforçar a organização partidária e a sua ligação às massas e às suas lutas é a orientação fundamental. Quem revelou seguir já esta direcção foi a organização de Évora da JCP : 60 novos militantes num ano, formação de novos colectivos e o reforço de outros. A este reforço – entre a juventude estudantil, de vários graus de ensino, ou trabalhadora – não será alheio o crescimento da luta nas escolas secundárias neste ano. A distribuição de documentos específicos para os jovens trabalhadores das empresas foi outra das medidas levadas a cabo pelos jovens comunistas de Évora.
Também as alterações levadas a cabo no Alentejo mereceram um vivo debate por parte dos quadros comunistas: Retomados os latifúndios, encerrada grande parte da actividade mineira e não tendo sido feitos investimentos de monta ao nível da criação de emprego, a população da região está mais idosa, enquanto os jovens procuram outras paragens em busca do merecido futuro. Para inverter a situação são precisas propostas. E os comunistas têm-nas!
Um dos participantes afirmou mesmo que o Alentejo necessita que sejam criados, na próxima década, entre 10 a 15 mil postos de trabalho. E confrontou o PS com a política que praticará caso venha a ser governo: «Vai ou não revogar o Pacote Laboral? Vai ou não avançar com a Regionalização?» O futuro o dirá.
Duas eleições em 2005 e outras no início de 2006
Um ano de difíceis batalhas
Entre o momento em que foi convocado o 12.º Encontro Regional de Quadros do Alentejo e a sua realização, no passado dia 8, muita coisa mudou. Se a ideia, aquando da sua marcação era discutir fundamentalmente as eleições autárquicas, foram as legislativas antecipadas a merecer destaque principal nas intervenções que se referiram a matérias eleitorais. O próprio lema do Encontro, «Eleições 2005, para mudar de política – dar mais força ao PCP», reflecte isso mesmo.
Na intervenção final, o secretário-geral destacou que a urgência de preparação legislativas antecipadas «não colide nem é contraditória com a necessidade de prosseguir com as dinâmicas em curso para a preparação das eleições autárquicas». Pelo contrário, estas dinâmicas podem mesmo «criar as condições para travarmos esta importantíssima batalha das eleições legislativas», afirmou Jerónimo de Sousa.
O prazo para apresentação das listas é muito curto, lembrou um comunista de Portalegre. Assim, há que começar «desde hoje» a preparar as listas e a falar com as pessoas, destacou. O trabalho que vinha já a ser feito com vista à composição das listas de candidatos e apoiantes da CDU para as autarquias, afirmou, deverá servir também para as legislativas.
Mas dar prioridade à batalha mais próxima não pode significar esquecer ou relegar para segundo plano as importantes eleições para as autarquias. Prestar contas do trabalho realizado e das propostas dos eleitos comunistas deve continuar a constituir uma preocupação. Esta prestação de contas, afirmou um participante, deverá ser feita em contacto directo com as populações. Em seguida, lembrou (no que foi seguido por muitos outros intervenientes) que na região é o PS o principal adversário.
Este partido é também responsável, denunciou o Executivo na Direcção Regional do Alentejo, num comunicado do dia 2, pela possível divisão do Alentejo, no âmbito da nova lei das áreas metropolitanas. Os comunistas acusam o PS de, ao contrário do PCP (que defende a formação da Grande Área Metropolitana do Alentejo), pugnar pela divisão da região, passando alguns concelhos para as beiras e outros para o Algarve. «Seria péssimo para a região», defendeu um dos participantes. «Mais uma vez, o PS revela não ser um partido digno da confiança que muitos alentejanos lhe têm manifestado através do seu voto em sucessivos actos eleitorais», considera o Executivo da DRA.
É possível crescer no Alentejo
Momento de proceder a balanços do trabalho efectuado e de traçar orientações para o futuro, o Encontro de Quadros do Alentejo revelou um Partido mais forte e coeso. No decorrer de 2004, entraram para o Partido 237 novos militantes o que a resolução, aprovada por unanimidade, considera que «confirma as reais possibilidades de alargamento da organização do Partido na região». Também a venda orgânica da imprensa do Partido aumentou, salienta-se no documento. Os órgãos de imprensa do Partido são «insubstituíveis no combate à desinformação e manipulação da opinião pública», afirma a resolução, que realça porém o facto de a divulgação do Avante! e de O Militante ser ainda insuficiente.
2004 foi um ano muito exigente, com as eleições para o Parlamento Europeu e o Congresso do Partido, consideram os comunistas alentejanos. As iniciativas de comemoração do 83.º aniversário do PCP foram as que mais gente envolveu: Mais de 5 mil militantes e amigos, em mais de 50 iniciativas por toda a região.
A resolução destaca ainda a Festa Alentejana e a homenagem a Catarina Eufémia como momentos de grande importância na vida partidária. A realização, em Beja, do primeiro encontro de reformados comunistas, com a participação de 260 pessoas, foi outra das iniciativas em relevo em 2004.
Para o ano, as coisas não serão mais fáceis: Duas eleições e um referendo, para não falar das eleições presidenciais de Janeiro de 2006, que terão de ser preparadas durante o próximo ano. Isto a juntar às habituais – mas não menos exigentes – tarefas como o aniversário do Partido, a Festa do Avante!, a Festa Alentejana e a homenagem a Catarina Eufémia são algumas delas. A luta dos trabalhadores e das populações, em que os comunistas se empenham corajosa e quotidianamente, continuará a ser uma linha de intervenção prioritária, que urge reforçar.