Greve amanhã na CGD
Os trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos voltam a paralisar amanhã contra a tentativa governamental de retirar ao seu Fundo de Pensões quase 1,5 milhões de euros e dividir os bancários em função das datas de admissão e aposentação.
STEC não aceita «esta sangria ilegítima de dinheiro»
De tarde, os trabalhadores concentram-se no Palácio de Belém para exigir que o Presidente da República não promulgue o decreto-lei do quase ex-Governo. O protesto, convocado pelo Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD, engloba também a entrega na Comissão Europeia de mais de sete mil carta individuais de trabalhadores no activo e reformados.
O STEC considera que a decisão do Governo traduz «um total desrespeito pela vontade expressa pelos trabalhadores» de não autorizarem que o dinheiro dos Fundos de Pensões, do seu dinheiro, seja desviado para outros fins. Esta medida põe em causa a sustentabilidade futura do pagamento das suas pensões de reforma, sublinha o sindicato, lembrando que a sua posição é apoiado por diversas entidades e personalidades, nomeadamente ex-ministros das Finanças.
«Indiferente a isto tudo, o Governo legisla contra os interesses, a vontade e os direitos dos trabalhadores e tem ainda o descaramento de vir publicamente tentar passar de culpado a inocente e pedir aos trabalhadores uma palavra de agradecimento. Isto é o cúmulo da desfaçatez e um maquiavélico exercício de dissimulação», comenta a plataforma.
Segundo a divisão feita pelo Governo, cerca de 1400 milhões de euros serão retirados dos Fundos de Pensões e passarão para a Caixa Geral de Aposentações, ficando o primeiro dotado de uma verba de 1100 milhões de euros para garantir todas as pensões de reforma dos milhares de trabalhadores que entraram na empresa depois de 1992.
O sindicato não aceita «esta sangria ilegítima de dinheiro» nem a divisão dos trabalhadores «numa questão em que obrigatoriamente têm de estar em igualdade: a segurança das suas pensões».O STEC recusa ainda a possibilidade do futuro colectivo dos funcionários ficar comprometido «para salvar a face do ministro das Finanças e ajudar as contas do Governo», bem como o facto de a CGD ficar obrigada a pagar quatro por cento de juros pela impossibilidade prática de transferir de imediato os 1400 milhões de euros para a CGA.
Insólito, diz a CT
A Comissão de Trabalhadores da CGD apoia os protestos, classifica a decisão do Governo de «ignóbil» e considera que o Presidente da República não pode assistir passivamente «ao que se passa neste país, onde tudo vale, até “arrancar olhos”. O senhor Presidente da República não pode conviver com trapaças, porque é disso que se trata.»
A CT pediu uma audiência ao ministro das Finanças mas esta só foi concedida depois da decisão ser anunciada pela comunicação social. «A atitude de só receber a CT depois do facto consumado é elucidativa da postura deste governante», afirma o organismo.
Apesar de ter requerido a audiência apenas ao ministro, a CT foi recebida também pelo secretário de Estado do Tesouro, o presidente da CGD e um dos vice-presidentes na mesma reunião. «Porquê a companhia? Estranha aliança... Está na hora de retribuir as nomeações?», questiona. «Insólito é também o facto do senhor ministro mentir descaradamente à comunicação social ao afirmar que somos funcionários público. Deixámos de o ser em 1969, data em que a CGD passou a empresa pública.», acrescenta.
O STEC considera que a decisão do Governo traduz «um total desrespeito pela vontade expressa pelos trabalhadores» de não autorizarem que o dinheiro dos Fundos de Pensões, do seu dinheiro, seja desviado para outros fins. Esta medida põe em causa a sustentabilidade futura do pagamento das suas pensões de reforma, sublinha o sindicato, lembrando que a sua posição é apoiado por diversas entidades e personalidades, nomeadamente ex-ministros das Finanças.
«Indiferente a isto tudo, o Governo legisla contra os interesses, a vontade e os direitos dos trabalhadores e tem ainda o descaramento de vir publicamente tentar passar de culpado a inocente e pedir aos trabalhadores uma palavra de agradecimento. Isto é o cúmulo da desfaçatez e um maquiavélico exercício de dissimulação», comenta a plataforma.
Segundo a divisão feita pelo Governo, cerca de 1400 milhões de euros serão retirados dos Fundos de Pensões e passarão para a Caixa Geral de Aposentações, ficando o primeiro dotado de uma verba de 1100 milhões de euros para garantir todas as pensões de reforma dos milhares de trabalhadores que entraram na empresa depois de 1992.
O sindicato não aceita «esta sangria ilegítima de dinheiro» nem a divisão dos trabalhadores «numa questão em que obrigatoriamente têm de estar em igualdade: a segurança das suas pensões».O STEC recusa ainda a possibilidade do futuro colectivo dos funcionários ficar comprometido «para salvar a face do ministro das Finanças e ajudar as contas do Governo», bem como o facto de a CGD ficar obrigada a pagar quatro por cento de juros pela impossibilidade prática de transferir de imediato os 1400 milhões de euros para a CGA.
Insólito, diz a CT
A Comissão de Trabalhadores da CGD apoia os protestos, classifica a decisão do Governo de «ignóbil» e considera que o Presidente da República não pode assistir passivamente «ao que se passa neste país, onde tudo vale, até “arrancar olhos”. O senhor Presidente da República não pode conviver com trapaças, porque é disso que se trata.»
A CT pediu uma audiência ao ministro das Finanças mas esta só foi concedida depois da decisão ser anunciada pela comunicação social. «A atitude de só receber a CT depois do facto consumado é elucidativa da postura deste governante», afirma o organismo.
Apesar de ter requerido a audiência apenas ao ministro, a CT foi recebida também pelo secretário de Estado do Tesouro, o presidente da CGD e um dos vice-presidentes na mesma reunião. «Porquê a companhia? Estranha aliança... Está na hora de retribuir as nomeações?», questiona. «Insólito é também o facto do senhor ministro mentir descaradamente à comunicação social ao afirmar que somos funcionários público. Deixámos de o ser em 1969, data em que a CGD passou a empresa pública.», acrescenta.