Na Viabilis Representis, em nome do lucro

Exploração sem limites

Na empresa Viabilis Representis o desrespeito pela lei e pelos mais elementares direitos dos trabalhadores continua a ser a prática corrente. Bem se pode dizer que nesta empresa, como em tantas outras, o fito do lucro tudo justifica, não havendo limites para a exploração e o abuso dos trabalhadores.
Este é mais um caso que chegou ao conhecimento do Grupo Parlamentar do PCP e motivou um requerimento do seu presidente, Bernardino Soares, pedindo esclarecimentos ao Ministério das Actividades Económicas e do Trabalho quanto a saber não apenas se o IDICT (Instituto para o Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho) tem conhecimento da situação como também sobre as medidas que pensa adoptar para repor a legalidade.
A Viabilis Representis desenvolve a sua actividade recorrendo a trabalhadores desempregados que mantém em situação de precariedade, não pagando salários e renovando sucessivamente os contingentes de mão-de-obra nessas condições de acordo com as suas necessidades.
Ao que se sabe – o que torna esta situação ainda mais escandalosa, dado pôr em evidência a inércia se não mesmo a cumplicidade de entidades que teriam a obrigação de intervir –, a empresa desenvolve este tipo de práticas há mais de cinco anos, tendo sucedido a uma outra de nome IPC.

Vishay Electrónica Portugal

Outro caso pouco edificante refere-se à Vishay Electrónica Portugal, Lda, em Famalicão, cuja história nos últimos anos tem sido marcada por sucessivas deslocalizações de segmentos da produção para o estrangeiro e por despedimentos colectivos com carácter selectivo.
Actualmente com apenas 270 trabalhadores, a Vishey volta a estar ameaçada com um novo processo de deslocalização, desta feita para a India, segundo o deputado comunista Honório Novo, que denuncia a tentativa de eliminação de mais cem postos de trabalho.
Inadmissível neste processo, como salienta o deputado do PCP no requerimento que sobre o assunto dirigiu ao Governo, é o facto de aquela empresa, tal como uma outra por si entretanto adquirida (a Roderstein) terem recedido nos últimos dez anos, por mais de uma vez, apoios financeiros públicos. nacionais e comunitários, para projectos de modernização e de formação profissional.
«Que estratégia ou estratégias, ao nível interno ou ao nível comunitário, está o Governo a desenvolver para regular e impedir os movimentos de deslocação baseados na busca de custos de mão-de-obra e de situações sociais cada vez mais degradantes?», pergunta Honório Novo, para quem o investimento deve estar subordinado a regras que impeçam a «cínica estratégia de deslocalização produtiva que utiliza fundos públicos para se fixar temporariamente e de novo recebe apoios para se mudar e deixar no terreno abandonado um rasto de angústia, desemprego e fome».


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