Darfur

Cimeira de Tripoli apoia Cartum

Dirigentes da Líbia, Sudão, Egipto, Nigéria e Chade manifestam o seu apoio ao regime sudanês e rejeitam «qualquer intervenção estrangeira» no Darfur.

«A África quer assumir as suas responsabilidades inteiramente»

O governo sudanês, ameaçado de sanções internacionais, saiu reforçado da cimeira africana realizada no passado fim-de-semana na capital líbia, Tripoli.
De acordo com o comunicado distribuído no final dos trabalhos, citado pela Lusa, os participantes no encontro rejeitaram «qualquer intervenção estrangeira» na «questão puramente africana» do Darfur, sublinhando que uma ingerência nos assuntos internos do Sudão poderá travar os esforços que estão a ser feitos para estabilizar o país.
O documento pede também aos movimentos rebeldes que assinem rapidamente o protocolo de acordo sobre as questões humanitárias, já concluído com Cartum, durante a sessão de negociações que está prevista para hoje, 21 de Outubro, em Abuja. Os rebeldes, note-se, exigem a conclusão de um acordo sobre as questões de segurança antes da assinatura do protocolo humanitário.
Segundo os números das Nações Unidas, a crise do Darfur provocou, desde Março de 2003, perto de 50 000 mortos e 1,4 milhões de deslocados, 200 000 dos quais se refugiaram no Chade.
De referir ainda que a cimeira de Tripoli «acolheu favoravelmente a decisão do governo sudanês de aumentar sensivelmente o número das tropas da União Africana no Darfur e pediu a todos os países africanos para contribuir com as suas tropas», segundo informou Olu Adeniji, ministro dos Negócios Estrangeiros da Nigéria, país que detém actualmente a presidência União Africana (UA). Segundo a mesma fonte, foram mantidas conversações com os Estados Unidos e com a União Europeia para que estes forneçam uma ajuda logística e financeira às forças da União Africana.
O comunicado final informa igualmente que os ministros dos Negócios Estrangeiros dos cinco países reunidos em Tripoli vão continuar encontrar-se para acompanhar a situação no Darfur, prevendo-se que a próxima reunião tenha lugar no Cairo.
O chefe da diplomacia sudanesa, Mustafa Osmane Ismail, congratulando-se com os resultados da cimeira, considerou por seu lado que o evento «deixa uma clara mensagem à comunidade internacional afirmando que a África quer assumir as suas responsabilidades inteiramente e recusa qualquer intervenção estrangeira».


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