Lay-off e despedimentos <br>avançam em Aveiro

Na fábrica Rhode foi imposto o lay-off, a Clarks fechou as portas, a Bawo tem salários em atraso e na SCBO estão a substituir trabalhadores efectivos. Estes foram os casos mais graves referidos por Joaquim Almeida, coordenador da União de Sindicatos de Aveiro, ao Avante!, comentando a situação social no distrito.
A fábrica de calçado Rhode, em Santa Maria da Feira, fechou na sexta-feira passada devido à imposição de um lay-off que suspendeu os contratos de trabalho dos cerca de 900 trabalhadores, após os sindicatos do sector terem denunciado o uso de dinheiros da segurança social em proveito da empresa. Segundo Joaquim Almeida, a empresa não vivia qualquer tipo de dificuldade que justificasse a atitude. Para o dirigente sindical, «muito do desemprego em Portugal não se deve a falências mas antes à intenção de substituir quadros efectivos por contratos precários, de forma a destruir as contratações colectivas».
Foi entretanto solicitado à Inspecção Geral do Trabalho que vistorie a empresa, já que existem suspeitas de que violou a lei e lesou o Estado, ao tomar aquela medida.
A fábrica de calçado Clarks fechou as portas na passada sexta-feira, deixando 600 trabalhadores no desemprego. Nas vésperas do encerramento, o Governo anunciou um programa de formação profissional para 150 trabalhadores. Quanto ao futuro para os restantes 450, nada foi adiantado.
Os trabalhadores da fábrica têxtil Bawo, com os salários de Fevereiro e Março em atraso, foram, segundo Joaquim Almeida, «pressionados para assinarem» os recibos de Fevereiro e Março, sem terem recebido os respectivos salários. A administração alegou que, de outra forma, não seriam disponibilizadas as verbas para o pagamento do salário de Abril, que também está em atraso. Os trabalhadores assinaram as folhas de Fevereiro e Março após a administração se ter comprometido a pagar depois este salário.
A SCBO, antiga Philips, está a admitir em Ovar dezenas de trabalhadores contratados em empresas de contrato temporário do Porto, após a administração ter anunciado a intenção de despedir 400 do total de 600 trabalhadores efectivos, situação que levou à denúncia por parte daquela União de Sindicatos. Os trabalhadores do quadro foram substituídos e proibidos de ocuparem os seus postos de trabalho.


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