Secundário intensifica contestação
Greve às aulas e a participação numa manifestação nacional em Lisboa foi a forma escolhida pelos estudantes para protestar contra o Ministério da Educação.
«É feita contra-informação nas escolas e na comunicação social»
Dois mil estudantes concentraram-se em Lisboa, no dia 7, numa manifestação nacional convocada pela Delegação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Básico e Secundário.
Jovens de todo o País aderiram ao protesto, não só participando na manifestação, mas igualmente fazendo greve às aulas. Como refere Daniel Vieira, membro da Associação de Estudantes da Escola Secundária de São Pedro da Cova, em Gondomar, a adesão à greve foi «muitíssimo superior» , devido às dificuldades económicas dos estudantes para alugar autocarros que os transportassem para a capital.
Os estudantes protestam contra a nova revisão curricular, o estatuto do aluno do ensino não-superior, o fim da segunda fase de exames nacionais, a criação de exames nacionais no 9.º ano, o estabelecimento de uma nota mínima de 9,5 valores nas provas para a entrada no ensino superior e a intensificação do processo de privatização das escolas. Os estudantes reivindicam ainda um sistema mais justo de acesso ao ensino superior, a melhoria das condições materiais e humanas das escolas e a implementação da lei da educação sexual.
«O balanço final é muito positivo pelas dificuldade de mobilização que tivemos. É muito bom termos posto todos aquelas pessoas em Lisboa. Os estudantes estão cada vez mais esclarecidos, mas não nos podemos esquecer da contra-informação que é feita nas escolas e na comunicação social», saliente o dirigente associativo.
Luta consequente
Daniel Vieira afirma que está a ser feita uma campanha de contra-informação dentro das escolas pelos conselhos executivos e pelos professores. «Diziam-nos que já não vale a pena protestar e muitas vezes fazem pressão sobre os alunos para que não faltem às aulas, marcado testes para aquele dia ou dizendo que vão dar aulas importantes de revisões de matéria.»
«Se os professores têm esta posição, é porque a orientação parte de algum lado. Não sabemos se será do Ministério da Educação ou dos próprios conselhos executivos, mas a verdade é que, por exemplo na minha escola, os directores de turma diziam que não justificariam as faltas nesse dia e que iriam tomar nota dos nomes das pessoas que iam para Lisboa para depois entregar essa lista no Conselho Executivo», acrescenta.
Apesar de todas as dificuldades, cerca de 30 estudantes de São Pedro da Cova deslocaram-se até à capital. «Se não fossem os problemas económicos, poderíamos ter levado muito mais alunos para Lisboa. Houve uma altura em que deixámos de aceitar inscrições porque tínhamos pessoas a mais», explica Daniel Vieira.
As camionetas foram pagas pelas associações de estudantes e nem todas tinham disponibilidade financeira para contribuir. «Pedimos às câmaras municipais que fornecessem transporte, mas aconselharam-nos a não participar nos protestos», revela o dirigente associativo.
Para Daniel Vieira, «a adesão depende muito da mobilização feita pela associação de estudantes da escola. A gente aqui empenhou-se, fizemos assembleias gerais de alunos, alertámos para o que está a acontecer no ensino secundário.»
Até anteontem os estudantes não tinham obtido qualquer resposta do Ministério da Educação. «Tentamos falar com eles, mas não nos querem ouvir», refere Miguel Vieira, sublinhando que os alunos vão continuar o esclarecimento nas escolas. O objectivo é «fazer uma luta consequente».
Jovens de todo o País aderiram ao protesto, não só participando na manifestação, mas igualmente fazendo greve às aulas. Como refere Daniel Vieira, membro da Associação de Estudantes da Escola Secundária de São Pedro da Cova, em Gondomar, a adesão à greve foi «muitíssimo superior» , devido às dificuldades económicas dos estudantes para alugar autocarros que os transportassem para a capital.
Os estudantes protestam contra a nova revisão curricular, o estatuto do aluno do ensino não-superior, o fim da segunda fase de exames nacionais, a criação de exames nacionais no 9.º ano, o estabelecimento de uma nota mínima de 9,5 valores nas provas para a entrada no ensino superior e a intensificação do processo de privatização das escolas. Os estudantes reivindicam ainda um sistema mais justo de acesso ao ensino superior, a melhoria das condições materiais e humanas das escolas e a implementação da lei da educação sexual.
«O balanço final é muito positivo pelas dificuldade de mobilização que tivemos. É muito bom termos posto todos aquelas pessoas em Lisboa. Os estudantes estão cada vez mais esclarecidos, mas não nos podemos esquecer da contra-informação que é feita nas escolas e na comunicação social», saliente o dirigente associativo.
Luta consequente
Daniel Vieira afirma que está a ser feita uma campanha de contra-informação dentro das escolas pelos conselhos executivos e pelos professores. «Diziam-nos que já não vale a pena protestar e muitas vezes fazem pressão sobre os alunos para que não faltem às aulas, marcado testes para aquele dia ou dizendo que vão dar aulas importantes de revisões de matéria.»
«Se os professores têm esta posição, é porque a orientação parte de algum lado. Não sabemos se será do Ministério da Educação ou dos próprios conselhos executivos, mas a verdade é que, por exemplo na minha escola, os directores de turma diziam que não justificariam as faltas nesse dia e que iriam tomar nota dos nomes das pessoas que iam para Lisboa para depois entregar essa lista no Conselho Executivo», acrescenta.
Apesar de todas as dificuldades, cerca de 30 estudantes de São Pedro da Cova deslocaram-se até à capital. «Se não fossem os problemas económicos, poderíamos ter levado muito mais alunos para Lisboa. Houve uma altura em que deixámos de aceitar inscrições porque tínhamos pessoas a mais», explica Daniel Vieira.
As camionetas foram pagas pelas associações de estudantes e nem todas tinham disponibilidade financeira para contribuir. «Pedimos às câmaras municipais que fornecessem transporte, mas aconselharam-nos a não participar nos protestos», revela o dirigente associativo.
Para Daniel Vieira, «a adesão depende muito da mobilização feita pela associação de estudantes da escola. A gente aqui empenhou-se, fizemos assembleias gerais de alunos, alertámos para o que está a acontecer no ensino secundário.»
Até anteontem os estudantes não tinham obtido qualquer resposta do Ministério da Educação. «Tentamos falar com eles, mas não nos querem ouvir», refere Miguel Vieira, sublinhando que os alunos vão continuar o esclarecimento nas escolas. O objectivo é «fazer uma luta consequente».