Agente do sector privado
Os comunistas do sector ferroviário acusam a administração da Refer de favorecer interesses do sector privado em prejuízo da empresa.
Os privados querem deitar a mão ao comboio de Alta Velocidade
A coordenadora nacional do PCP no sector ferroviário denuncia, em comunicado, o que considera ser uma «acção destruidora» da administração da Refer contra a própria empresa. Tudo, afirma, em favor de interesses privados instalados na empresa. Os comunistas do sector acusam a administração da empresa de actuar como «agente do sector privado no processo de concentração de capital à custa da destruição do património comum que é o sector empresarial do Estado».
A acusação vem a propósito da destruição progressiva da empresa que, afirmam os comunistas, actualmente «não dispõe de meios, equipamento e mão-de-obra para a actividade de construção, tendo que recorrer à subcontratação».
O sector privado tem-se vindo a instalar neste sector desde o início da década de noventa, tendo no processo de modernização da linha do Norte a sua principal intervenção, destacam os comunistas. «Nesta obra, tristemente conhecida por ainda estar em curso, com todo um rol de atropelos, gastos de dinheiro, incompetência e até acidentes com morte, os técnicos da Refer estiveram numa posição secundarizada relativamente ao envolvimento incrivelmente dominante de empresas de capital essencialmente norte-americano e inglês», denuncia o PCP. Estas empresas privadas «falharam em tudo o que é essencial desde a definição dos objectivos, passando pelo planeamento, até à gestão e fiscalização da obra e controlo de custos».
Para o PCP, o facto de «não aparecerem agora na imprensa notícias sobre a derrapagem das obras da Linha do Norte só pode indiciar uma protecção àqueles prestadores de serviços estrangeiros». Os comunistas consideram que o «esquecimento dos péssimos serviços ali prestados» surge no momento certo para aquelas empresas, empenhadas no «assalto à gestão das obras da RAVE, para a Alta Velocidade, como de facto está a ocorrer». Para os ferroviários comunistas, os «apetites do sector privado nesta área são fortíssimos quando se perspectiva haver financiamento para novos investimentos».
Público é melhor
Este mau desempenho das empresas privadas na Linha do Norte contrasta com a boa execução dos técnicos da Refer no processo de modernização do itinerário Lisboa/Faro. Este desempenho «marca claramente a diferença com o que se passa na Linha do Norte, onde a gestão do empreendimento não é da sua responsabilidade», assume o PCP. No itinerário Lisboa/Faro, «uma equipa constituída predominantemente por técnicos da Refer, realizou um trabalho notável», consideram os comunistas do sector ferroviário. «Numa intervenção tão extensa e multidisciplinar, foi cumprida a data de conclusão, ficando a linha disponível na abertura do Euro 2004», afirma o PCP.
Os comunistas destacam que tal desempenho positivo deveria ter constituído para a actual administração da Refer «um exemplo a seguir e um forte argumento para rentabilizar o potencial técnico que agora fica disponível para o aplicar nos novos empreendimentos, nomeadamente na Alta Velocidade». Mas, denuncia a coordenadora nacional do sector ferroviário do PCP, a administração actua no sentido inverso, tendo tomado medidas, após finalizada a obra no troço Lisboa/Faro, «tendentes a prescindir de muitos técnicos daquela estrutura, com experiência neste domínio e assim despojar-se das equipas que realizaram aquele trabalho».
A acusação vem a propósito da destruição progressiva da empresa que, afirmam os comunistas, actualmente «não dispõe de meios, equipamento e mão-de-obra para a actividade de construção, tendo que recorrer à subcontratação».
O sector privado tem-se vindo a instalar neste sector desde o início da década de noventa, tendo no processo de modernização da linha do Norte a sua principal intervenção, destacam os comunistas. «Nesta obra, tristemente conhecida por ainda estar em curso, com todo um rol de atropelos, gastos de dinheiro, incompetência e até acidentes com morte, os técnicos da Refer estiveram numa posição secundarizada relativamente ao envolvimento incrivelmente dominante de empresas de capital essencialmente norte-americano e inglês», denuncia o PCP. Estas empresas privadas «falharam em tudo o que é essencial desde a definição dos objectivos, passando pelo planeamento, até à gestão e fiscalização da obra e controlo de custos».
Para o PCP, o facto de «não aparecerem agora na imprensa notícias sobre a derrapagem das obras da Linha do Norte só pode indiciar uma protecção àqueles prestadores de serviços estrangeiros». Os comunistas consideram que o «esquecimento dos péssimos serviços ali prestados» surge no momento certo para aquelas empresas, empenhadas no «assalto à gestão das obras da RAVE, para a Alta Velocidade, como de facto está a ocorrer». Para os ferroviários comunistas, os «apetites do sector privado nesta área são fortíssimos quando se perspectiva haver financiamento para novos investimentos».
Público é melhor
Este mau desempenho das empresas privadas na Linha do Norte contrasta com a boa execução dos técnicos da Refer no processo de modernização do itinerário Lisboa/Faro. Este desempenho «marca claramente a diferença com o que se passa na Linha do Norte, onde a gestão do empreendimento não é da sua responsabilidade», assume o PCP. No itinerário Lisboa/Faro, «uma equipa constituída predominantemente por técnicos da Refer, realizou um trabalho notável», consideram os comunistas do sector ferroviário. «Numa intervenção tão extensa e multidisciplinar, foi cumprida a data de conclusão, ficando a linha disponível na abertura do Euro 2004», afirma o PCP.
Os comunistas destacam que tal desempenho positivo deveria ter constituído para a actual administração da Refer «um exemplo a seguir e um forte argumento para rentabilizar o potencial técnico que agora fica disponível para o aplicar nos novos empreendimentos, nomeadamente na Alta Velocidade». Mas, denuncia a coordenadora nacional do sector ferroviário do PCP, a administração actua no sentido inverso, tendo tomado medidas, após finalizada a obra no troço Lisboa/Faro, «tendentes a prescindir de muitos técnicos daquela estrutura, com experiência neste domínio e assim despojar-se das equipas que realizaram aquele trabalho».