Direita na CML faz dívidas!
Ao fim de apenas trinta e dois meses à frente da Câmara de Lisboa, a direita conduziu as finanças da Autarquia para uma situação muito problemática. Os dinheiros municipais têm sido tão mal geridos que se gasta hoje o dinheiro dos próximos anos. Está-se a atirar para os próximos mandatos o ónus de pagar as despesas. Mas a direita não só não assume a sua responsabilidade como ainda tenta atirar areia aos olhos dos cidadãos: em comunicados e declarações recentes, com mentiras e um chorrilho de contradições à mistura com os números da dívida conhecida – que é enorme: pelo menos 118 milhões de euros em 30 de Junho –, aparece a tentativa de responsabilizar ainda hoje, mais de dois anos e meio depois, a Coligação PS-PCP por uma parte significativa dessa dívida. Que não foi paga. Que devia ter sido paga a tempo e horas. E não foi. Pelo contrário: cada vez se acumula mais a dívida.
Neste quadro, é ainda muito mais preocupante o autismo da maioria PSD-CDS e a sua rejeição da realidade.
Esta dívida resulta de gastos sem medida que a CML tem vindo a fazer nos últimos trinta meses. Na sua maioria, infelizmente para a Cidade, não se trata de investimentos nem de despesas de capital que correspondam a benefícios reais para a população de Lisboa e cuja liquidação se venha a fazer nos próximos anos. Isso seria normal.
Mas não.
Trata-se, isso sim, de enormes despesas excessivas e desmedidas em gastos correntes, sem qualquer contrapartida de utilidade permanente para a Cidade.
Por isso se pode afirmar sem dúvidas que toda a responsabilidade e toda a culpa desta situação compete à direita, que deve assumir o resultado dos seus actos. Mas os factos vieram demonstrar que esta direita vive num mundo de realidade virtual: os vereadores do PSD-CDS negam, dizem que não têm culpa da situação. Entraram numa atitude de verdadeiro autismo político. Ou seja: branqueiam a sua gestão e dispõem-se a continuar na mesma senda. O que é grave e não augura bom futuro próximo para Lisboa.
Finanças em ruptura
Desde finais de 2003 tornou-se evidente que as finanças municipais estavam em ruptura. A dívida visível da CML estava a ficar sem controlo. A situação era já muito complicada. Mas o pior estaria para vir a público. Há duas semanas, veio ao de cima que afinal a crueza dos números era bem pior: 118 milhões de euros seria o valor da dívida em fins de Junho passado.
Sabia-se que aqueles números diziam respeito apenas à dívida contabilizada, visível. E não se sabe a quanto vai a dívida ainda não escriturada àquela data. Ora é preciso dizer-se com clareza que a questão pode ainda atingir níveis mais elevados e mais preocupantes se se vier a saber, como é quase certo, que as finanças das empresas municipais levam o mesmo regime de degradação desde Janeiro de 2002. Saber-se-á isso com maior segurança nos próximos meses. Infelizmente para Cidade de Lisboa.
Mentiras descaradas
Os factos desmentem a tese da direita. Primeiro: as dívidas vindas do mandato anterior referem-se a investimentos reais efectuados e existentes na Cidade. Não se referem a festas, cartazes e propaganda. Referem-se a obras de equipamentos de desporto, saneamento, projectos de ambiente, imóveis reabilitados, habitação construída etc. etc..
Segundo: as eventuais dívidas que estejam por liquidar desde há mais de dois anos e meio apenas provam o desleixo desta maioria que se atreve a manter essa dívida e os cidadãos e empresas prejudicadas sem pudor, e ainda tem a desvergonha de o referir como quem atira pedras a terceiros.
Terceiro: tão ou mais grave é que nessa pretensa listagem de dívidas antigas está incluído um chorrilho de misturas e de trapalhadas que merece denúncia imediata. O maior exemplo desse facto é a referência descabelada a uma dívida que viria de Dezembro de 2001 a uma empresa que nessa altura ainda não funcionava, a SIMTEJO, mas para a constituição da qual as obrigações da CML foram então cumpridas até ao centavo da altura. Os 30 milhões em dívida derivam dos serviços prestados nos últimos 2 anos, que a CML nunca pagou, apesar de cobrar aos cidadãos da Cidade a tarifa de saneamento.
Opções erradas
Diz a direita que quer defender o bom nome da Câmara de Lisboa – bom nome que primeiro enlamearam com esta gestão desbragada. Depois de um comportamento destes, só faltava agora que os próprios viessem afirmar-se como campeões da defesa da honorabilidade da Autarquia, exactamente eles que colocam em causa essa mesma honorabilidade da Autarquia. Incrível.
O justo desafio que lhes deve ser feito é exactamente esse: que limpem o nome que sujaram com as suas próprias opções erradas, que deixem a sua atitude perigosamente arrogante e mudem de rumo.
Neste quadro, é ainda muito mais preocupante o autismo da maioria PSD-CDS e a sua rejeição da realidade.
Esta dívida resulta de gastos sem medida que a CML tem vindo a fazer nos últimos trinta meses. Na sua maioria, infelizmente para a Cidade, não se trata de investimentos nem de despesas de capital que correspondam a benefícios reais para a população de Lisboa e cuja liquidação se venha a fazer nos próximos anos. Isso seria normal.
Mas não.
Trata-se, isso sim, de enormes despesas excessivas e desmedidas em gastos correntes, sem qualquer contrapartida de utilidade permanente para a Cidade.
Por isso se pode afirmar sem dúvidas que toda a responsabilidade e toda a culpa desta situação compete à direita, que deve assumir o resultado dos seus actos. Mas os factos vieram demonstrar que esta direita vive num mundo de realidade virtual: os vereadores do PSD-CDS negam, dizem que não têm culpa da situação. Entraram numa atitude de verdadeiro autismo político. Ou seja: branqueiam a sua gestão e dispõem-se a continuar na mesma senda. O que é grave e não augura bom futuro próximo para Lisboa.
Finanças em ruptura
Desde finais de 2003 tornou-se evidente que as finanças municipais estavam em ruptura. A dívida visível da CML estava a ficar sem controlo. A situação era já muito complicada. Mas o pior estaria para vir a público. Há duas semanas, veio ao de cima que afinal a crueza dos números era bem pior: 118 milhões de euros seria o valor da dívida em fins de Junho passado.
Sabia-se que aqueles números diziam respeito apenas à dívida contabilizada, visível. E não se sabe a quanto vai a dívida ainda não escriturada àquela data. Ora é preciso dizer-se com clareza que a questão pode ainda atingir níveis mais elevados e mais preocupantes se se vier a saber, como é quase certo, que as finanças das empresas municipais levam o mesmo regime de degradação desde Janeiro de 2002. Saber-se-á isso com maior segurança nos próximos meses. Infelizmente para Cidade de Lisboa.
Mentiras descaradas
Os factos desmentem a tese da direita. Primeiro: as dívidas vindas do mandato anterior referem-se a investimentos reais efectuados e existentes na Cidade. Não se referem a festas, cartazes e propaganda. Referem-se a obras de equipamentos de desporto, saneamento, projectos de ambiente, imóveis reabilitados, habitação construída etc. etc..
Segundo: as eventuais dívidas que estejam por liquidar desde há mais de dois anos e meio apenas provam o desleixo desta maioria que se atreve a manter essa dívida e os cidadãos e empresas prejudicadas sem pudor, e ainda tem a desvergonha de o referir como quem atira pedras a terceiros.
Terceiro: tão ou mais grave é que nessa pretensa listagem de dívidas antigas está incluído um chorrilho de misturas e de trapalhadas que merece denúncia imediata. O maior exemplo desse facto é a referência descabelada a uma dívida que viria de Dezembro de 2001 a uma empresa que nessa altura ainda não funcionava, a SIMTEJO, mas para a constituição da qual as obrigações da CML foram então cumpridas até ao centavo da altura. Os 30 milhões em dívida derivam dos serviços prestados nos últimos 2 anos, que a CML nunca pagou, apesar de cobrar aos cidadãos da Cidade a tarifa de saneamento.
Opções erradas
Diz a direita que quer defender o bom nome da Câmara de Lisboa – bom nome que primeiro enlamearam com esta gestão desbragada. Depois de um comportamento destes, só faltava agora que os próprios viessem afirmar-se como campeões da defesa da honorabilidade da Autarquia, exactamente eles que colocam em causa essa mesma honorabilidade da Autarquia. Incrível.
O justo desafio que lhes deve ser feito é exactamente esse: que limpem o nome que sujaram com as suas próprias opções erradas, que deixem a sua atitude perigosamente arrogante e mudem de rumo.