Privatização da EDF-GDF

Conflito endurece

A luta contra a privatização incluiu a ocupação da central eléctrica de Argia, no sul de França, e o corte de uma linha de alta tensão que abastece Espanha.

Os trabalhadores da EDF opõem-se à abertura ao capital privado

Depois das jornadas nacionais de 8 e 22 de Abril, 27 de Maio, 15 e 24 de Junho, as quatro federações sindicais, CGT, CFDT, FO e CFTC convocaram diversas acções para anteontem, apelando a uma mobilização histórica no dia em que a Assembleia Nacional se preparava para aprovar em definitivo a alteração do estatuto público das duas empresas.
Em luta à vários meses contra a transformação da EDF-GDF em sociedades anónimas, os trabalhadores da central de Argia (País Basco francês), entraram em greve às 2,30 horas da madrugada de segunda-feira, provocando uma paragem na produção e o corte durante todo o dia no abastecimento da linha de alta tensão que serve a rede espanhola.
Cortes de energia foram registados igualmente noutros pontos de França, designadamente na estação parisiense de Saint-Lazare, onde um em cada três comboios ficou impedido de circular.
Para além de uma grande manifestação regional marcada para Paris, entre a Praça da República e a Ópera, os trabalhadores prosseguiram na terça-feira, 29, as diversas formas de luta que têm desenvolvido nas últimas semanas, que incluem a reposição de electricidade e gás cortados por falta de pagamento, a aplicação de tarifas nocturnas (mais baixas) em horários diurnos, redução controlada da produção, continuação da recolha de assinaturas, envio de petições ao presidente da República e apresentação de moções junto de eleitos e presidentes de câmara.
Aproveitando a sua deslocação a Paris, terça-feira da passada semana, a comissária europeia da Energia e Transportes, Loyola de Palacio, decidiu intervir no conflito, afirmando que «a Comissão Europeia pediu ao Estado francês para retirar à EDF-GDF o estatuto de entidade pública», uma vez que, considerou, a garantia do Estado provoca distorções na concorrência. Por isso, «a EDF deve ser transformada num empresa como a Renault», afirmou a responsável, esquecendo que a prestação dos serviços públicos essenciais continua a ser uma matéria da exclusiva competência dos Estados-membros.


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