Manipulações laranjas
Já passaram uns anos desde que num comício eleitoral Santana Lopes proclamou a intenção do seu partido de transformar Portugal numa imensa laranjada. Não se sabe se essa era a intenção do autor de tão significativa frase, mas nunca um objectivo programático do PPD-PSD foi, por portas travessas ou linhas tortas como preferirem, tão transparente.
A laranjada é um produto fabricado com um sabor que se procura aproximar do sabor original do verdadeiro sumo de laranja mas que é e sempre será um sucedâneo. É qualquer coisa que se faz a partir de recuperações, melhor ou pior sucedidas, do que é sobrante no fruto.
Politicamente falando, entre o sumo de laranja e a laranjada existe a enorme distância entre o que é autêntico e o que aproveita manhosamente a aproximação a uma imagem. A laranjada é e será sempre fruto da manipulação e é esse acto fundador que, na ausência de um corpo de ideias consistente, foi, desde a origem, perfeitamente apreendido pelo PPD-PSD.
Ainda muito recentemente, e sem grande proveito como o voto largamente comprovou, agarrou-se como uma lapa a um dos «slogans» de apoio à selecção nacional. E para que a margem de dúvida sobre o aproveitamento manipulador do Euro 2004 fosse nenhuma, um dos seus cartazes de propaganda fazia apelo ao força Portugal com uma imagem que decalcava a de uma qualquer claque de futebol. Era um apelo ao voto na coligação de direita onde deliberadamente se confundia um desejo que atravessa transversalmente todos os votantes, apropriando-se malevolamente de um ímpeto nacional, legítimo e natural, procurando extrair, em proveito próprio, a secância temporal entre dois acontecimentos.
De nada valeram os protestos porque a CNE não vislumbrou paralelismos, coincidências, proximidades semânticas entre os «slogans» esmagando debaixo dos calhamaços da jurisprudência o que para o senso comum mais primário é óbvio e que é uma evidência em todo o mundo e arredores.
A partir dessa decisão nada nos iria surpreender por isso, quando logo a seguir tropeçamos com o anúncio que corria as ruas das cidades aposto na retaguarda dos autocarros, e em que se fazia apelo ao voto nas eleições europeias, achámos lógico que a cor dominante fosse a cor de laranja e que nas legendas e outros desenhos de apoio as outras cores mais utilizadas fossem o azul e o amarelo.
Claro que poderão argumentar que estamos a ver mosquitos por cordas! Talvez, mas lá que a cor principal era cor de laranja era e que a cor emblemática do PPD-PSD é desde sempre o laranja é, e que as há, há!!! Mas quem não vê coincidências entre Força Portugal e Força Portugal mais facilmente é daltónico.
Andávamos ruminando essas indignações nas ruas da cidade, quando numa esplanada lisboeta deparamos com um expositor de postais onde descobrimos um que tem por tema o Parque de Monsanto que é outro top de manipulação, o edil Lopes está sempre atento para nos presentear com estes mimos. A frase Monsanto já foi assim… sobrepõe-se a uma foto a preto/branco, talvez do principio do século, que mostra um campo desolado trabalhado à enxada, Ao lado, ocupando um pouco mais de metade do resto de espaço, uma série de fotos a cores ilustram o Parque de Monsanto actual. No verso um texto onde parece que tudo o que o Parque de Monsanto tem para oferecer, até mesmo o que foi desenhado por Keil do Amaral, foi feito por esta edilidade. Essa, mais uma manipulação laranja, é o ecrã que serve de antepara para intervenções anunciadas pelo edil como a deslocação do Hipódromo de Lisboa, mais a Feira Popular mais o não sei quê e talvez o perdido oásis da praia da Figueira da Foz, tudo com o ar avulso que tem o perigo, que já se tornou uma normalidade neste executivo, de não se saber exactamente o que vai ou não fazer, é só reler, entre outros, o folhetim Parque Mayer, e de se fazerem coisas assim que poderiam ser assado, sem planeamento sem pensar a cidade apenas guiado pela técnica do fogacho e da negociata, com a inconsistência de julgar que tudo lhe é permitido porque tudo lhe é cinicamente perdoado nas visitas guiadas ao túnel do Marquês onde espera que os lisboetas enterrem as mágoas de terem eleito o animador dos Congressos PPD-PSD e esqueçam promessas não cumpridas, apesar dos inúmeros e gigantescos painéis com que a Câmara de Lisboa os presenteia por toda a cidade.
As europeias não sustentam essa esperança ao Lopes, o da laranjada. Em 2005 terá a resposta.
A laranjada é um produto fabricado com um sabor que se procura aproximar do sabor original do verdadeiro sumo de laranja mas que é e sempre será um sucedâneo. É qualquer coisa que se faz a partir de recuperações, melhor ou pior sucedidas, do que é sobrante no fruto.
Politicamente falando, entre o sumo de laranja e a laranjada existe a enorme distância entre o que é autêntico e o que aproveita manhosamente a aproximação a uma imagem. A laranjada é e será sempre fruto da manipulação e é esse acto fundador que, na ausência de um corpo de ideias consistente, foi, desde a origem, perfeitamente apreendido pelo PPD-PSD.
Ainda muito recentemente, e sem grande proveito como o voto largamente comprovou, agarrou-se como uma lapa a um dos «slogans» de apoio à selecção nacional. E para que a margem de dúvida sobre o aproveitamento manipulador do Euro 2004 fosse nenhuma, um dos seus cartazes de propaganda fazia apelo ao força Portugal com uma imagem que decalcava a de uma qualquer claque de futebol. Era um apelo ao voto na coligação de direita onde deliberadamente se confundia um desejo que atravessa transversalmente todos os votantes, apropriando-se malevolamente de um ímpeto nacional, legítimo e natural, procurando extrair, em proveito próprio, a secância temporal entre dois acontecimentos.
De nada valeram os protestos porque a CNE não vislumbrou paralelismos, coincidências, proximidades semânticas entre os «slogans» esmagando debaixo dos calhamaços da jurisprudência o que para o senso comum mais primário é óbvio e que é uma evidência em todo o mundo e arredores.
A partir dessa decisão nada nos iria surpreender por isso, quando logo a seguir tropeçamos com o anúncio que corria as ruas das cidades aposto na retaguarda dos autocarros, e em que se fazia apelo ao voto nas eleições europeias, achámos lógico que a cor dominante fosse a cor de laranja e que nas legendas e outros desenhos de apoio as outras cores mais utilizadas fossem o azul e o amarelo.
Claro que poderão argumentar que estamos a ver mosquitos por cordas! Talvez, mas lá que a cor principal era cor de laranja era e que a cor emblemática do PPD-PSD é desde sempre o laranja é, e que as há, há!!! Mas quem não vê coincidências entre Força Portugal e Força Portugal mais facilmente é daltónico.
Andávamos ruminando essas indignações nas ruas da cidade, quando numa esplanada lisboeta deparamos com um expositor de postais onde descobrimos um que tem por tema o Parque de Monsanto que é outro top de manipulação, o edil Lopes está sempre atento para nos presentear com estes mimos. A frase Monsanto já foi assim… sobrepõe-se a uma foto a preto/branco, talvez do principio do século, que mostra um campo desolado trabalhado à enxada, Ao lado, ocupando um pouco mais de metade do resto de espaço, uma série de fotos a cores ilustram o Parque de Monsanto actual. No verso um texto onde parece que tudo o que o Parque de Monsanto tem para oferecer, até mesmo o que foi desenhado por Keil do Amaral, foi feito por esta edilidade. Essa, mais uma manipulação laranja, é o ecrã que serve de antepara para intervenções anunciadas pelo edil como a deslocação do Hipódromo de Lisboa, mais a Feira Popular mais o não sei quê e talvez o perdido oásis da praia da Figueira da Foz, tudo com o ar avulso que tem o perigo, que já se tornou uma normalidade neste executivo, de não se saber exactamente o que vai ou não fazer, é só reler, entre outros, o folhetim Parque Mayer, e de se fazerem coisas assim que poderiam ser assado, sem planeamento sem pensar a cidade apenas guiado pela técnica do fogacho e da negociata, com a inconsistência de julgar que tudo lhe é permitido porque tudo lhe é cinicamente perdoado nas visitas guiadas ao túnel do Marquês onde espera que os lisboetas enterrem as mágoas de terem eleito o animador dos Congressos PPD-PSD e esqueçam promessas não cumpridas, apesar dos inúmeros e gigantescos painéis com que a Câmara de Lisboa os presenteia por toda a cidade.
As europeias não sustentam essa esperança ao Lopes, o da laranjada. Em 2005 terá a resposta.