Manifesto gigante lembra reivindicações
Os estudantes do superior de Lisboa pedem ao Governo que repense a sua estratégia para o sector e que não impeça as camadas mais carenciadas de estudar.
«Os estudantes são uma força de evolução científica do País»
Onze associações de estudantes de instituições do ensino superior de Lisboa entregaram um manifesto em formato gigante no Ministério da Ciência e do Ensino Superior, na sexta-feira. O texto – escrito em letras grandes e colocado dentro de um longo envelope – apresentava as principais reivindicações dos estudantes, criticando as políticas do Governo para o sector e considerando-as nefastas para o futuro dos jovens.
Os estudantes não aceitam a actual Lei de Financiamento do Ensino Superior e exigem a sua imediata revogação, apelando à criação de um amplo debate efectivo sobre a Lei de Autonomia e Gestão e a Lei de Bases da Educação.
«Os estudantes do ensino superior são uma força de evolução técnica, científica e económica do País e uma camada dinâmica e participativa da sociedade. O ensino superior público constitui o espaço privilegiado de formação dos jovens enquanto cidadãos envolvidos no desenvolvimento de Portugal», declaram as AEs.
«Preocupados com o actual curso deste sistema de ensino, não aceitamos que agora se negue direitos que foram adquiridos ao longo do tempo, através das nossas lutas e contributos. Passados trinta anos sobre a Revolução dos Cravos, os estudantes apelam ao Governo e à ministra da Ciência e do Ensino Superior que repensem as suas estratégias, já que excluem a possibilidade de frequência do ensino superior às camadas mais carenciadas da população e representam um forte retrocesso na construção de uma democracia que urge tornar-se mais coesa, mais participada e mais apelativa», sustentam.
Os estudantes manifestam a «esperança de que o Governo entenda a necessidade de um ensino superior público que não tenha restrições no acesso e na frequência e que proporcione uma educação de qualidade para todos os que nele queiram ingressar».
O protesto foi organizado pelas associações de estudantes da Faculdade de Ciências, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, do Instituto Superior de Agronomia, da Faculdade de Belas Artes, do Instituto Superior Técnico, do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, da Faculdade de Letras, da Faculdade de Direito, do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e das Faculdades de Direito e de Economia da Universidade Nova.
«Canudos» para todos
Cinco mil diplomas de curso simbólicas foram distribuídos pela Associação Académica da Universidade do Minho na sexta-feira, numa acção que pretendeu mostrar que «o País precisa de investir na educação, já que só com formação de qualidade será possível vencer os desafios da produtividade e da competitividade», como explicou o presidente da associação, Jorge Cristino, em declarações à Lusa.
Quem passou pela zona da Arcada e da Avenida Central, em Braga, e pelo Largo do Toural, em Guimarães, recebeu um «canudo» concedido pelos estudantes, como forma de compensar o facto de Portugal ser o país da União Europeia com as mais baixas taxas de investimento no ensino superior, com mais licenciados no desemprego e com as piores bolsas de estudo.
«O Governo está a desinvestir na educação, esquecendo que só com formação será possível desenvolver a economia e diminuir o desemprego», acusou Jorge Cristino.
Na segunda-feira, a Associação Académica entregou um caderno reivindicativo numa reunião com o Ministério do Ensino Superior, acompanhado pelas maquetas de três projectos arquitectónicos que se encontram suspensos na Universidade do Minho: a Escolas de Direito no pólo de Braga, a biblioteca e o complexo pedagógico em Guimarães.
Greve nacional a 1 de Abril
Os estudantes do ensino superior público cumprem uma greve nacional na próxima quinta-feira, 1 de Abril. Para a tarde de ontem estava marcada uma manifestação nacional em Lisboa, com alunos de todos os pontos do País.
Anteontem, a Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências de Lisboa sublinhou, em comunicado, que a mobilização, a preparação e a discussão sobre a manifestação não teve o contributo da Associação Académica de Lisboa. Por isso, a AE «não reconhece a essa instituição nem aos seus órgãos legitimidade para expressar a reivindicação estudantil».
Os protestos e as políticas do Governo que os motivaram foram o tema do plenário nacional realizado na semana passada, em Coimbra. Na reunião, os estudantes aprovaram a realização de um «debate público alargado» sobre este subsistema, pois «é urgente demonstrar a desadequação das políticas educativas adoptadas nos últimos anos no nosso país, bem como da actual reforma legislativa», como argumenta a moção que propôs o debate, da autoria da Associação Académica de Coimbra (AAC).
A iniciativa «envolverá os parceiros educativos e tem de surgir até ao mês de Maio, porque a tutela nunca fez este debate», afirmou à imprensa Miguel Duarte, presidente da AAC. Os estudantes devem promover um debate que permita «construir, com todos os parceiros educativos, uma perspectiva de futuro para o ensino superior público, bem como uma análise do binómio educação/desenvolvimento», considera a academia.
No plenário participaram estudantes de universidades de Aveiro, Beira Interior, Coimbra, Minho, Lisboa e Porto. Alguns intervenientes defenderam que os problemas do ensino superior só poderão ser solucionados com a demissão do Governo de Durão Barroso. «Derrubar o Governo com a nossa luta parece a única resposta que podemos dar», defendeu um estudante na ocasião, citado pela Lusa.
Os estudantes não aceitam a actual Lei de Financiamento do Ensino Superior e exigem a sua imediata revogação, apelando à criação de um amplo debate efectivo sobre a Lei de Autonomia e Gestão e a Lei de Bases da Educação.
«Os estudantes do ensino superior são uma força de evolução técnica, científica e económica do País e uma camada dinâmica e participativa da sociedade. O ensino superior público constitui o espaço privilegiado de formação dos jovens enquanto cidadãos envolvidos no desenvolvimento de Portugal», declaram as AEs.
«Preocupados com o actual curso deste sistema de ensino, não aceitamos que agora se negue direitos que foram adquiridos ao longo do tempo, através das nossas lutas e contributos. Passados trinta anos sobre a Revolução dos Cravos, os estudantes apelam ao Governo e à ministra da Ciência e do Ensino Superior que repensem as suas estratégias, já que excluem a possibilidade de frequência do ensino superior às camadas mais carenciadas da população e representam um forte retrocesso na construção de uma democracia que urge tornar-se mais coesa, mais participada e mais apelativa», sustentam.
Os estudantes manifestam a «esperança de que o Governo entenda a necessidade de um ensino superior público que não tenha restrições no acesso e na frequência e que proporcione uma educação de qualidade para todos os que nele queiram ingressar».
O protesto foi organizado pelas associações de estudantes da Faculdade de Ciências, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, do Instituto Superior de Agronomia, da Faculdade de Belas Artes, do Instituto Superior Técnico, do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, da Faculdade de Letras, da Faculdade de Direito, do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e das Faculdades de Direito e de Economia da Universidade Nova.
«Canudos» para todos
Cinco mil diplomas de curso simbólicas foram distribuídos pela Associação Académica da Universidade do Minho na sexta-feira, numa acção que pretendeu mostrar que «o País precisa de investir na educação, já que só com formação de qualidade será possível vencer os desafios da produtividade e da competitividade», como explicou o presidente da associação, Jorge Cristino, em declarações à Lusa.
Quem passou pela zona da Arcada e da Avenida Central, em Braga, e pelo Largo do Toural, em Guimarães, recebeu um «canudo» concedido pelos estudantes, como forma de compensar o facto de Portugal ser o país da União Europeia com as mais baixas taxas de investimento no ensino superior, com mais licenciados no desemprego e com as piores bolsas de estudo.
«O Governo está a desinvestir na educação, esquecendo que só com formação será possível desenvolver a economia e diminuir o desemprego», acusou Jorge Cristino.
Na segunda-feira, a Associação Académica entregou um caderno reivindicativo numa reunião com o Ministério do Ensino Superior, acompanhado pelas maquetas de três projectos arquitectónicos que se encontram suspensos na Universidade do Minho: a Escolas de Direito no pólo de Braga, a biblioteca e o complexo pedagógico em Guimarães.
Greve nacional a 1 de Abril
Os estudantes do ensino superior público cumprem uma greve nacional na próxima quinta-feira, 1 de Abril. Para a tarde de ontem estava marcada uma manifestação nacional em Lisboa, com alunos de todos os pontos do País.
Anteontem, a Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências de Lisboa sublinhou, em comunicado, que a mobilização, a preparação e a discussão sobre a manifestação não teve o contributo da Associação Académica de Lisboa. Por isso, a AE «não reconhece a essa instituição nem aos seus órgãos legitimidade para expressar a reivindicação estudantil».
Os protestos e as políticas do Governo que os motivaram foram o tema do plenário nacional realizado na semana passada, em Coimbra. Na reunião, os estudantes aprovaram a realização de um «debate público alargado» sobre este subsistema, pois «é urgente demonstrar a desadequação das políticas educativas adoptadas nos últimos anos no nosso país, bem como da actual reforma legislativa», como argumenta a moção que propôs o debate, da autoria da Associação Académica de Coimbra (AAC).
A iniciativa «envolverá os parceiros educativos e tem de surgir até ao mês de Maio, porque a tutela nunca fez este debate», afirmou à imprensa Miguel Duarte, presidente da AAC. Os estudantes devem promover um debate que permita «construir, com todos os parceiros educativos, uma perspectiva de futuro para o ensino superior público, bem como uma análise do binómio educação/desenvolvimento», considera a academia.
No plenário participaram estudantes de universidades de Aveiro, Beira Interior, Coimbra, Minho, Lisboa e Porto. Alguns intervenientes defenderam que os problemas do ensino superior só poderão ser solucionados com a demissão do Governo de Durão Barroso. «Derrubar o Governo com a nossa luta parece a única resposta que podemos dar», defendeu um estudante na ocasião, citado pela Lusa.