Governo cego, surdo e mudo
Professores e educadores, contratados a prazo, exigem medidas que permitam a colocação de 30 mil docentes, actualmente no desemprego.
Há um milhão de analfabetos em Portugal
Mais de 200 docentes, reunidos em plenário, promovido pelo Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC), em Viseu, aprovaram, no sábado, por unanimidade, uma moção onde se propõe ao Governo várias medidas que, de seguida, entregaram no Governo Civil e no Centro da Área Educativa de Viseu.
Trata-se de um documento «feito pela positiva», «porque aponta medidas que ajudariam a ultrapassar o grave problema social que é a existência de 30 mil professores desempregados no nosso país», disse o dirigente sindical Francisco Almeida.
A redução do número de alunos por turma e o alargamento da rede pública de educação pré-escolar, para que todas as crianças lhe tenham acesso, são algumas dessas medidas, propostas pelos docentes.
O Governo «não pode continuar cego, surdo e mudo, a olhar para o umbigo, como se não houvesse problemas no país, porque há, por exemplo, um milhão de analfabetos, baixas qualificações, turmas com números excessivos de alunos e educação pré-escolar que não chega a todos», afirmou o sindicalista, concluindo: «E depois, dizem ainda que há professores a mais. Não há, é uma mentira do Governo e do Ministério da Educação».
«É uma vergonha»
À margem do plenário, os professores denunciaram ainda a existência de falhas na distribuição de leite em vários concelhos do distrito de Viseu, que privou algumas crianças do seu único alimento ao almoço.
Francisco Almeida, do SPRC, afirmou, em conversa com os jornalistas, que as falhas ocorreram sobretudo em escolas dos concelhos do Douro-Sul, que estão sob a alçada da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN).
«Esta situação é uma vergonha. No distrito de Viseu há um conjunto largo de concelhos onde a distribuição de leite escolar faltou 15 dias, um mês, nos últimos tempos», acusou.
Segundo Francisco Almeida, «os papeis e as burocracias não podem servir para justificar tudo, até o facto de as crianças não terem a distribuição do pacote de leite escolar».
Criticou, por isso, as justificações dadas pelo responsável da DREN, Lino Ferreira, na edição de sábado do Jornal de Noticias, onde aludia ao facto de terem sido abertos concursos públicos internacionais para o fornecimento de leite, que, nalguns casos, foram ganhos por uma empresa espanhola.
Demissão imediata!
Dias antes, a Federação Nacional dos Professores reivindicou a demissão do secretário de Estado da Administração Educativa, Abílio Morgado, acusando-o de ter violado a lei e mentido ao Parlamento acerca da constituição dos agrupamentos escolares.
Em conferência de imprensa, realizada no Porto, a Fenprof apresentou documentos que provam que pelo menos 58 agrupamentos escolares de 26 concelhos foram constituídos contrariando os pareceres autárquicos vinculativos, nuns casos, ou sem terem esses pareceres.
A Fenprof disse ainda que há outro tipo de «ilegalidades» na constituição de alguns agrupamentos verticais, por integrarem escolas secundárias. Montalegre, Sertão, Alcains, Lousá e Arganil são concelhos onde situações dessas ocorreram, segundo a Fenprof.
Trata-se de um documento «feito pela positiva», «porque aponta medidas que ajudariam a ultrapassar o grave problema social que é a existência de 30 mil professores desempregados no nosso país», disse o dirigente sindical Francisco Almeida.
A redução do número de alunos por turma e o alargamento da rede pública de educação pré-escolar, para que todas as crianças lhe tenham acesso, são algumas dessas medidas, propostas pelos docentes.
O Governo «não pode continuar cego, surdo e mudo, a olhar para o umbigo, como se não houvesse problemas no país, porque há, por exemplo, um milhão de analfabetos, baixas qualificações, turmas com números excessivos de alunos e educação pré-escolar que não chega a todos», afirmou o sindicalista, concluindo: «E depois, dizem ainda que há professores a mais. Não há, é uma mentira do Governo e do Ministério da Educação».
«É uma vergonha»
À margem do plenário, os professores denunciaram ainda a existência de falhas na distribuição de leite em vários concelhos do distrito de Viseu, que privou algumas crianças do seu único alimento ao almoço.
Francisco Almeida, do SPRC, afirmou, em conversa com os jornalistas, que as falhas ocorreram sobretudo em escolas dos concelhos do Douro-Sul, que estão sob a alçada da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN).
«Esta situação é uma vergonha. No distrito de Viseu há um conjunto largo de concelhos onde a distribuição de leite escolar faltou 15 dias, um mês, nos últimos tempos», acusou.
Segundo Francisco Almeida, «os papeis e as burocracias não podem servir para justificar tudo, até o facto de as crianças não terem a distribuição do pacote de leite escolar».
Criticou, por isso, as justificações dadas pelo responsável da DREN, Lino Ferreira, na edição de sábado do Jornal de Noticias, onde aludia ao facto de terem sido abertos concursos públicos internacionais para o fornecimento de leite, que, nalguns casos, foram ganhos por uma empresa espanhola.
Demissão imediata!
Dias antes, a Federação Nacional dos Professores reivindicou a demissão do secretário de Estado da Administração Educativa, Abílio Morgado, acusando-o de ter violado a lei e mentido ao Parlamento acerca da constituição dos agrupamentos escolares.
Em conferência de imprensa, realizada no Porto, a Fenprof apresentou documentos que provam que pelo menos 58 agrupamentos escolares de 26 concelhos foram constituídos contrariando os pareceres autárquicos vinculativos, nuns casos, ou sem terem esses pareceres.
A Fenprof disse ainda que há outro tipo de «ilegalidades» na constituição de alguns agrupamentos verticais, por integrarem escolas secundárias. Montalegre, Sertão, Alcains, Lousá e Arganil são concelhos onde situações dessas ocorreram, segundo a Fenprof.