Comissão Europeia pessimista

Pobreza agrava-se em Portugal

A versão preliminar do relatório sobre inclusão social, divulgada na passada semana, dia 18, pela Comissão Europeia, indica que, em 2001, 20 por cento da população portuguesa vivia em risco de pobreza e exclusão social.
A situação portuguesa, apenas ultrapassada pela Irlanda (21 por cento), contrasta com países como a Suécia (dez por cento) e a Dinamarca (11 por cento) e é superior em cinco pontos percentuais à média da União, onde 55 milhões de pessoas vivem em risco de pobreza e de exclusão social, uma criança em cada cinco está ameaçada de pobreza e uma em cada dez vive numa família sem emprego. Os desempregados, mães solteiras, famílias numerosas, pessoas sem escolaridade, sem abrigo e emigrantes são os grupos considerados naus vulneráveis.
Segundo fonte comunitária, citada pela Agência Lusa, Portugal, apesar de manter um dos mais altos índices, viu reduzida em três por cento a percentagem de pessoas em risco de pobreza entre 1995 e 2001, o que é atribuído à uma evolução favorável do emprego naquele período, mas também ao impacto do rendimento mínimo garantido, factores que se entretanto se alteraram radicalmente.
Por isso, é com pessimismo que Bruxelas encara o objectivo de reduzir em mais dois por cento estes valores, entre 2003 e 2005. A «má» situação económica em que vive o país e o aumento do desemprego são os principais obstáculos.
As soluções também não são novidade e passam designadamente, segundo a Comissão Europeia, pela educação, uma vez que Portugal é o país da União com a mais elevada taxa de abandono escolar dos jovens: 45 por cento dos jovens entre os 18 e os 24 anos deixaram precocemente a escola e não seguem qualquer formação. A seguir, vem a Espanha, com 25 por cento.
O aumento do investimento na protecção social é outro caminho, uma vez que os países da União que mais investem nesta área são os que apresentam as taxas de risco de pobreza mais baixa.
O relatório faz uma análise sobre os planos nacionais para a inclusão, concluindo que a luta contra a pobreza deve continuar numa base de coordenação entre os Estados-membros e no estabelecimento de metas ambiciosas, tendo em vista o objectivo da cimeira de Lisboa de erradicar a pobreza até 2010.


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