Os vereadores da oposição na Câmara Municipal de Coimbra manifestaram-se, na passada semana, contra a decisão do executivo aderir ao Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água e Saneamento do Baixo Mondego e Bairrada, alegando o aumento do preço do serviço.
O vereador da CDU, assim com os eleitos do PS, alega que a adesão ao sistema multimunicipal, irá, a curto prazo, penalizar os municípios da região centro ao aumentar o preço da água. As criticas estendem-se ainda à perda de controlo, por parte da autarquia, sobre a gestão e investimento.
A oposição argumenta, igualmente, que a adesão a este sistema de abastecimento de água, que teve os votos favoráveis da maioria PSD/CDS-PP e contra da CDU e do PS, abre o caminho à privatização do sector.
Gouveia Monteiro, vereador eleito pela CDU, justificou o seu voto considerando o sistema multimunicipal como uma «imposição à Câmara Municipal de Coimbra, tal como o foi já a outros municípios do País».
O autarca da CDU considera ainda que, com esta proposta, a população de Coimbra «perde o controlo democrático sobre importantíssimas opções de investimento e componentes de decisivas do tarifário, que até aqui passavam por órgãos eleitos».
Para o vereador «é visível que, mesmo no cenário mais optimista, os consumidores de Coimbra pagarão, a partir do sétimo ano, mais cara a água do que se fosse o município a realizar os investimentos».
Ainda segundo Gouveia Monteiro «não há qualquer garantia» que se mantém a propriedade pública, nem das Águas de Portugal, nem o IPE. «Pelo contrário, vão-se conhecendo cada vez mais declarações de altos responsáveis governamentais no sentido da sua privatização», concluiu.