Seis grandes limitam orçamento da UE

No rescaldo da cimeira de Bruxelas, os líderes da Alemanha, Áustria, Holanda, França, Reino Unido e Suécia dirigiram uma carta ao presidente da Comissão Europeia, Romano Prodi, com data de 15 de Dezembro, sublinhando que, por sua vontade, o orçamento da União alargada não deverá ultrapassar o actual nível de um por cento do Produto Interno Bruto (PIB) europeu.
Estes seis países, que são os maiores contribuintes para o orçamento comunitário, afirmam-se prontos a solidarizarem-se, mas apenas com os países mais pobres, o que é entendido como uma represália à Espanha pelo seu veto à «constituição» europeia. Note-se que o alargamento a 25 países produzirá um efeito artificial de «enriquecimento», colocando muitas regiões espanholas fora dos mecanismos de ajudas comunitárias.
Prodi reagiu afirmando que, «com um orçamento de apenas um por cento será impossível realizar aquilo que estes estados-membros e todos os outros esperam de nós». O Presidente da Comissão Europeia interroga-se ainda se a carta dos seis «reflecte o nível de responsabilidade que quiseram atribuir à Europa alargada?».
Também o ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Wlodzimierz Cimoszewicz, reagiu à missiva declarando que a União Europeia não pode «funcionar segundo o princípio do cacete e da cenoura». A Polónia tem naturais expectativas em relação aos fundos europeus, já que o seu PIB representa menos de 40 por cento da média europeia.


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