Pensões de reforma

Rendimentos de miséria

Em Portugal, as diferenças de rendimentos entre reformados e trabalhadores no activo são as maiores registadas numa dezena de países desenvolvidos.

Reformados portugueses são os mais penalizados da Europa

Com base nos inquéritos aos orçamentos familiares de 2000, o estudo sobre a «desigualdade e pobreza nos grupos em idade de reforma», da responsabilidade da Direcção Geral de Estudos e Previsão do Ministério das Finanças, afirma que os agregados com idades superiores a 65 anos, constituídos por dois ou mais adultos, dispunham de um rendimento equivalente a apenas 64 por cento do auferido por quem está no mercado de trabalho.
Estes valores ficam muito aquém dos registados em países que dispõem de fortes sistemas de segurança social. Na Suécia, um casal de reformados aufere 91 por cento do rendimento que teria se estivesse no activo. No Canadá, 89 por cento; na Alemanha, 85 por cento; Finlândia, 83 por cento; Holanda, 82 por cento.
Em contrapartida, nos países em que predominam os esquemas privados de protecção social, verifica-se um aumento das diferenças entre reformados e trabalhadores no activo. É o caso do Reino Unido que apresenta um dos piores diferenciais de rendimentos (70%) só superado por Portugal e pelo Japão ambos com 64 por cento. Nos Estados Unidos da América, um casal de reformados ganha em média apenas 77 por cento do seu rendimento no activo.
No nosso país, os agregados que residem no meio rural são os penalizados, embora as situações de pobreza sejam atenuadas graças a fontes de rendimento complementares, com destaque para a agricultura de subsistência.
O cenário agrava-se nos meios urbanos, onde a pobreza afecta em particular os reformados com mais de 65 anos, cuja sobrevivência depende em exclusivo das pensões e reformas pagas pelo Estado. O estudo conclui ainda que as políticas de assistência social desempenham um papel fulcral na redução da incidência da pobreza, sobretudo entre as camadas da população de mais baixos rendimentos.


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