Nova central sindical na Venezuela
A União Nacional de Trabalhadores (UNT), integrada por 120 sindicatos e 24 federações regionais, é desde 1 de Agosto a nova central sindical da Venezuela.
«Uma lição de unidade de classe e força revolucionária»
Com a presença de 911 delegados e convidados, representando mais de meio milhão de trabalhadores filiados em 120 sindicatos e 25 federações regionais, teve lugar no início do mês, no Parque Central de Caracas, o acto solene de constituição da União Nacional de Trabalhadores da Venezuela.
Com a criação da nova central, afirmou Jacobo Torres de León, dirigente da Força Bolivariana de Trabalhadores, «é definitivamente enterrada» a antiga «casta burocrática da Confederação de Trabalhadores, CTV, fundada em 1945» pelo partido Acção Democrática e controlada pelo Estado.
Também uma das principais referências da UNT, Orlando Chirinos, considera que a fundação da central «é outra manifestação do processo revolucionário que se vive na Venezuela» desde a derrota do golpe de Estado, em Abril último. Uma opinião partilhada pelos participantes no evento, que durante a cerimónia não pouparam esforços nas palavras de ordem e cantos revolucionários, dando «uma impressionante lição de unidade de classe e força revolucionária».
Testemunho elucidativo do profundo trabalho de base que levou à constituição da UNT é o facto de a cerimónia ter sido financiada por cerca de 400 mil trabalhadores filiados na nova central, que tiveram de desembolsar 10 mil bolívares cada um para fazer face aos custos da iniciativa, num total de 4 milhões de bolívares, como informou a organizadora nacional, Marcela Máspero.
No evento estiveram representadas 19 das 21 províncias do país, cujos delegados elegeram os 30 membros que durante um ano, e de forma colegial, vão dirigir a UNT. No fim deste período terão lugar eleições gerais de base para a escolha dos órgãos sociais da central.
O processo de constituição da UNT culmina um intenso trabalho sindical desenvolvido durante o último ano, em que foram criados 123 novos sindicatos, expressando o empenhamento social e político dos trabalhadores nas profundas transformações em curso na Venezuela.
A luta de classe é o caminho
O nascimento da UNT contou ainda com a solidariedade internacional, demonstrada pela presença de 24 dirigentes de centrais sindicais de diversos países, da Europa e da América Latina, que em documento conjunto apelaram aos trabalhadores venezuelanos para que «sejam um exemplo de luta e determinação».
Reconhecendo que «a crise do capitalismo repercute os seus efeitos da forma mais brutal na América Latina», onde «milhões de seres humanos são condenados à fome, à pobreza e à exploração em benefício de um punhado de parasitas que expoliam as riquezas do continente», o documento faz notar que esta realidade não se limita à América Latina, pois «em todos os países do mundo a burguesia ataca constantemente os direitos mais elementares» dos trabalhadores. A luta de classes é o caminho, refere o texto, sublinhando que «na Europa uma onda de mobilizações e greves gerais está a demonstrar a necessidade de recuperar os sindicatos e as organizações operárias para a luta, rompendo com a política de pactos e consensos conduzida até agora pelos dirigentes sindicais».
Saudando a «constituição da UNT e a ruptura com a golpista CTV, (...) que traiu e abandonou a luta (...) entregando-se à lógica do capitalismo e entregando-se às forças da reacção», o documento afirma ainda que falta agora dotar a nova central com um programa «verdadeiramente revolucionário» capaz de «dirigir a força colossal» dos trabalhadores para «a construção de uma nova sociedade, a sociedade socialista».
Com a criação da nova central, afirmou Jacobo Torres de León, dirigente da Força Bolivariana de Trabalhadores, «é definitivamente enterrada» a antiga «casta burocrática da Confederação de Trabalhadores, CTV, fundada em 1945» pelo partido Acção Democrática e controlada pelo Estado.
Também uma das principais referências da UNT, Orlando Chirinos, considera que a fundação da central «é outra manifestação do processo revolucionário que se vive na Venezuela» desde a derrota do golpe de Estado, em Abril último. Uma opinião partilhada pelos participantes no evento, que durante a cerimónia não pouparam esforços nas palavras de ordem e cantos revolucionários, dando «uma impressionante lição de unidade de classe e força revolucionária».
Testemunho elucidativo do profundo trabalho de base que levou à constituição da UNT é o facto de a cerimónia ter sido financiada por cerca de 400 mil trabalhadores filiados na nova central, que tiveram de desembolsar 10 mil bolívares cada um para fazer face aos custos da iniciativa, num total de 4 milhões de bolívares, como informou a organizadora nacional, Marcela Máspero.
No evento estiveram representadas 19 das 21 províncias do país, cujos delegados elegeram os 30 membros que durante um ano, e de forma colegial, vão dirigir a UNT. No fim deste período terão lugar eleições gerais de base para a escolha dos órgãos sociais da central.
O processo de constituição da UNT culmina um intenso trabalho sindical desenvolvido durante o último ano, em que foram criados 123 novos sindicatos, expressando o empenhamento social e político dos trabalhadores nas profundas transformações em curso na Venezuela.
A luta de classe é o caminho
O nascimento da UNT contou ainda com a solidariedade internacional, demonstrada pela presença de 24 dirigentes de centrais sindicais de diversos países, da Europa e da América Latina, que em documento conjunto apelaram aos trabalhadores venezuelanos para que «sejam um exemplo de luta e determinação».
Reconhecendo que «a crise do capitalismo repercute os seus efeitos da forma mais brutal na América Latina», onde «milhões de seres humanos são condenados à fome, à pobreza e à exploração em benefício de um punhado de parasitas que expoliam as riquezas do continente», o documento faz notar que esta realidade não se limita à América Latina, pois «em todos os países do mundo a burguesia ataca constantemente os direitos mais elementares» dos trabalhadores. A luta de classes é o caminho, refere o texto, sublinhando que «na Europa uma onda de mobilizações e greves gerais está a demonstrar a necessidade de recuperar os sindicatos e as organizações operárias para a luta, rompendo com a política de pactos e consensos conduzida até agora pelos dirigentes sindicais».
Saudando a «constituição da UNT e a ruptura com a golpista CTV, (...) que traiu e abandonou a luta (...) entregando-se à lógica do capitalismo e entregando-se às forças da reacção», o documento afirma ainda que falta agora dotar a nova central com um programa «verdadeiramente revolucionário» capaz de «dirigir a força colossal» dos trabalhadores para «a construção de uma nova sociedade, a sociedade socialista».