«Novos Caminhos para a Igualdade»
O MDM vai desenvolver nos próximos dois anos um projecto para ajudar mulheres desempregadas ou situações de precariedade do distrito de Aveiro.
«A situação laboral das mulheres é muito mais preocupante»
Intitulado «Novos Caminhos para a Igualdade» o projecto pretende «fornecer alguns mecanismos de ajuda facilitadores da sua intervenção e interacção pessoal, familiar e social», afirmou, esta semana, Alcina Fernandes, do Movimento Democrático das Mulheres.
Em concreto, o MDM quer constituir parcerias com autarquias e instituições de solidariedade social que permitam, nomeadamente, valorizar os méritos das mulheres operárias do distrito e fomentar soluções de auto-emprego.
Candidatado a um apoio de 250 mil euros dos fundos comunitários e em fase de apreciação pela Comissão da Igualdade e Direitos das Mulheres, o projecto vai sedear-se em Santa Maria da Feira, um concelho onde a situação laboral das mulheres «é muito mais preocupante», de acordo com Alcina Fernandes.
Naquele município, seis em cada dez desempregados são mulheres e 61 por cento do trabalho feminino é desenvolvido na área industrial e pago 10 a 35 por cento abaixo do masculino.
Segundo Alcina Fernandes, em Santa Maria da Feira como em todo o distrito, este quadro «degrada-se ainda mais» pela baixa auto-estima da generalidade das mulheres operárias e pela «perspectiva de centenas de novos despedimentos numa região onde o desemprego tem rosto feminino».
«Não há um só concelho de Aveiro onde o desemprego masculino seja superior ao feminino», disse a activista do MDM, acrescentando que «os novos despedimentos que se adivinham ocorrerão em empresas que empregam maioritariamente mulheres».
Discriminação
Um estudo designado «Itinerários da discriminação e da pobreza da mulher trabalhadora» - elaborado por Anselmo Dias, da Comissão Nacional de Trabalho das Mulheres do PCP - confirma um quadro de discriminação das mulheres trabalhadoras da região.
Nesse estudo frisa-se que em praticamente todos os ramos de actividade e profissões, as mulheres trabalhadoras de Santa Maria da Feira têm invariavelmente salários mais baixos que os dos homens.
Sublinhando que em 61 por cento dos casos há diferenças salariais homem/mulher entre 10 e 35 por cento, o autor indica que a maioria da discriminação se regista no têxtil, com as 484 mulheres empregadas no sector a auferirem, em média, 334,6 euros, contra 466,7 euros dos 1440 homens.
Santa Maria da Feira é o mais industrializado e populoso concelho do distrito de Aveiro, com 135.964 habitantes, onde as 25 451 mulheres empregadas representam 43,5 por cento do trabalho por conta de outrem e exercem a sua actividade maioritariamente nos sectores-chave da economia local como o calçado (6806) e a cortiça (3647), refere o estudo.
Além de mais mal pagas, as mulheres trabalhadoras de Santa Maria da Feira são também as mais afectadas pelo desemprego: 2535 (61 por cento do total), de acordo com dados do Instituto de Emprego, reportados a Março deste ano.
Em concreto, o MDM quer constituir parcerias com autarquias e instituições de solidariedade social que permitam, nomeadamente, valorizar os méritos das mulheres operárias do distrito e fomentar soluções de auto-emprego.
Candidatado a um apoio de 250 mil euros dos fundos comunitários e em fase de apreciação pela Comissão da Igualdade e Direitos das Mulheres, o projecto vai sedear-se em Santa Maria da Feira, um concelho onde a situação laboral das mulheres «é muito mais preocupante», de acordo com Alcina Fernandes.
Naquele município, seis em cada dez desempregados são mulheres e 61 por cento do trabalho feminino é desenvolvido na área industrial e pago 10 a 35 por cento abaixo do masculino.
Segundo Alcina Fernandes, em Santa Maria da Feira como em todo o distrito, este quadro «degrada-se ainda mais» pela baixa auto-estima da generalidade das mulheres operárias e pela «perspectiva de centenas de novos despedimentos numa região onde o desemprego tem rosto feminino».
«Não há um só concelho de Aveiro onde o desemprego masculino seja superior ao feminino», disse a activista do MDM, acrescentando que «os novos despedimentos que se adivinham ocorrerão em empresas que empregam maioritariamente mulheres».
Discriminação
Um estudo designado «Itinerários da discriminação e da pobreza da mulher trabalhadora» - elaborado por Anselmo Dias, da Comissão Nacional de Trabalho das Mulheres do PCP - confirma um quadro de discriminação das mulheres trabalhadoras da região.
Nesse estudo frisa-se que em praticamente todos os ramos de actividade e profissões, as mulheres trabalhadoras de Santa Maria da Feira têm invariavelmente salários mais baixos que os dos homens.
Sublinhando que em 61 por cento dos casos há diferenças salariais homem/mulher entre 10 e 35 por cento, o autor indica que a maioria da discriminação se regista no têxtil, com as 484 mulheres empregadas no sector a auferirem, em média, 334,6 euros, contra 466,7 euros dos 1440 homens.
Santa Maria da Feira é o mais industrializado e populoso concelho do distrito de Aveiro, com 135.964 habitantes, onde as 25 451 mulheres empregadas representam 43,5 por cento do trabalho por conta de outrem e exercem a sua actividade maioritariamente nos sectores-chave da economia local como o calçado (6806) e a cortiça (3647), refere o estudo.
Além de mais mal pagas, as mulheres trabalhadoras de Santa Maria da Feira são também as mais afectadas pelo desemprego: 2535 (61 por cento do total), de acordo com dados do Instituto de Emprego, reportados a Março deste ano.