Mobilizar e protestar
Uma semana depois da greve nacional, os universitários reúnem-se este fim-de-semana em ENDA para discutir quais as próximas acções do movimento.
O reitor da Universidade de Coimbra solidarizou-se com os protestos
A greve de quinta-feira dos estudantes universitários foi «um sucesso», na opinião dos dirigentes associativos. Em Coimbra, a adesão foi superior a 90 por cento e em Lisboa e no Porto situou-se entre os 60 e os 70 por cento.
«Temos muitas escolas vazias e isto demonstra o nível de resposta por parte dos estudantes», afirmou nessa tarde, em conferência de imprensa, Vítor Rodrigues, da Associação de Estudantes do Instituto Superior de Agronomia. Um dirigente da Faculdade de Letras de Lisboa disse que, das 44 salas da sua escola, apenas sete estavam a funcionar, três delas com exames.
Em Coimbra, o reitor da universidade juntou-se aos protestos e assistiu ao encerramento da Porta Férrea, manifestando a sua solidariedade e mostrando que há «uma posição firme e coesa» na universidade, «orientada para a resposta aos novos desafios».
Seabra Santos disse estar «muito preocupado com a evolução das propostas» do Governo e aludiu ao facto do Conselho de Ministros ter aprovado na semana passada um conjunto de medidas «sem que as universidades tenham sido informadas» do seu conteúdo.
«O processo tem sido mais de apresentação de orientações gerais, como tal, muito difíceis de comentar. Teria sido preferível apresentar propostas concretas, para que pudéssemos manifestar posições objectivas», declarou.
Preparar a mobilização
Este fim-de-semana, realiza-se um Encontro Nacional de Direcções Associativas (ENDA), em Lisboa. Em discussão estará uma moção – apresentada pela Associação Académica de Coimbra (AAC) – que defende a promoção de uma forte mobilização dos estudantes no início do próximo ano lectivo, através de assembleias magnas, reuniões gerais de alunos e campanhas de consciencialização, prevendo ainda a realização de uma manifestação na capital e de uma greve nacional.
Esta moção tem com base um texto proposto pela Associação Académica de Lisboa e aprovado no plenário nacional de estudantes que se realizou na noite de quinta-feira, em Coimbra. As decisões saídas deste plenário não são vinculativas, por isso o documento será novamente votado no ENDA.
«Os próximos meses serão os mais quentes da contestação dos últimos anos. A hora de agir é agora. Se não houver agora mobilização, nunca mais vai haver», sustentou o presidente da AAC, Vítor Hugo Salgado.
Antes do plenário da semana passada, a Federação Académica do Porto (FAP) anunciou que iria apresentar uma moção que propunha a realização de uma greve por tempo indeterminado no início do próximo ano lectivo, se as reivindicações dos estudantes não forem aceites.
Contudo a moção não foi apresentada à votação. Segundo o presidente da FAP, Nuno Mendes, isso deveu-se ao facto de o plenário não ter carácter vinculativo. A moção «mereceu vontade, por parte de outras associações, de ser aprofundada», acrescentou.
De acordo com a agência Lusa, muitos estudantes consideram que o texto da FAP não refere iniciativas de mobilização e informação dos alunos, considerando-as essenciais antes de se partir para outra greve nacional. «Greve nacional sim, com trabalho anterior, construtivo, de sensibilização e mobilização dos estudantes», declarou Vítor Hugo Salgado.
«Inconstitucional», disse Lynce
A Associação Académica de Lisboa (AAL) considera que o aumento das propinas «é inconstitucional, pois tem efeitos retroactivos, defraudando assim as expectativas de quem já está no sistema de ensino».
Em comunicado, a AAL diz que, para chegar a esta conclusão, se baseou em declarações do ministro da Ciência e do Ensino Superior. Pedro Lynce assegurou recentemente que o aumento das propinas seria aplicado apenas aos estudantes do primeiro ano, porque o aumento dos alunos que já frequentam o ensino superior é «passível de ser considerado inconstitucional».
No texto, a AAL volta a exigir a demissão de Lynce, referindo a falta de diálogo com os estudantes. «É apenas pela imprensa que o Ministério nos dá as novidades, sempre atrasadas, sempre incompletas e sempre...para posterior regulamentação», sustenta.
«Temos muitas escolas vazias e isto demonstra o nível de resposta por parte dos estudantes», afirmou nessa tarde, em conferência de imprensa, Vítor Rodrigues, da Associação de Estudantes do Instituto Superior de Agronomia. Um dirigente da Faculdade de Letras de Lisboa disse que, das 44 salas da sua escola, apenas sete estavam a funcionar, três delas com exames.
Em Coimbra, o reitor da universidade juntou-se aos protestos e assistiu ao encerramento da Porta Férrea, manifestando a sua solidariedade e mostrando que há «uma posição firme e coesa» na universidade, «orientada para a resposta aos novos desafios».
Seabra Santos disse estar «muito preocupado com a evolução das propostas» do Governo e aludiu ao facto do Conselho de Ministros ter aprovado na semana passada um conjunto de medidas «sem que as universidades tenham sido informadas» do seu conteúdo.
«O processo tem sido mais de apresentação de orientações gerais, como tal, muito difíceis de comentar. Teria sido preferível apresentar propostas concretas, para que pudéssemos manifestar posições objectivas», declarou.
Preparar a mobilização
Este fim-de-semana, realiza-se um Encontro Nacional de Direcções Associativas (ENDA), em Lisboa. Em discussão estará uma moção – apresentada pela Associação Académica de Coimbra (AAC) – que defende a promoção de uma forte mobilização dos estudantes no início do próximo ano lectivo, através de assembleias magnas, reuniões gerais de alunos e campanhas de consciencialização, prevendo ainda a realização de uma manifestação na capital e de uma greve nacional.
Esta moção tem com base um texto proposto pela Associação Académica de Lisboa e aprovado no plenário nacional de estudantes que se realizou na noite de quinta-feira, em Coimbra. As decisões saídas deste plenário não são vinculativas, por isso o documento será novamente votado no ENDA.
«Os próximos meses serão os mais quentes da contestação dos últimos anos. A hora de agir é agora. Se não houver agora mobilização, nunca mais vai haver», sustentou o presidente da AAC, Vítor Hugo Salgado.
Antes do plenário da semana passada, a Federação Académica do Porto (FAP) anunciou que iria apresentar uma moção que propunha a realização de uma greve por tempo indeterminado no início do próximo ano lectivo, se as reivindicações dos estudantes não forem aceites.
Contudo a moção não foi apresentada à votação. Segundo o presidente da FAP, Nuno Mendes, isso deveu-se ao facto de o plenário não ter carácter vinculativo. A moção «mereceu vontade, por parte de outras associações, de ser aprofundada», acrescentou.
De acordo com a agência Lusa, muitos estudantes consideram que o texto da FAP não refere iniciativas de mobilização e informação dos alunos, considerando-as essenciais antes de se partir para outra greve nacional. «Greve nacional sim, com trabalho anterior, construtivo, de sensibilização e mobilização dos estudantes», declarou Vítor Hugo Salgado.
«Inconstitucional», disse Lynce
A Associação Académica de Lisboa (AAL) considera que o aumento das propinas «é inconstitucional, pois tem efeitos retroactivos, defraudando assim as expectativas de quem já está no sistema de ensino».
Em comunicado, a AAL diz que, para chegar a esta conclusão, se baseou em declarações do ministro da Ciência e do Ensino Superior. Pedro Lynce assegurou recentemente que o aumento das propinas seria aplicado apenas aos estudantes do primeiro ano, porque o aumento dos alunos que já frequentam o ensino superior é «passível de ser considerado inconstitucional».
No texto, a AAL volta a exigir a demissão de Lynce, referindo a falta de diálogo com os estudantes. «É apenas pela imprensa que o Ministério nos dá as novidades, sempre atrasadas, sempre incompletas e sempre...para posterior regulamentação», sustenta.