Direita recua
O Partido Popular perdeu, em número de votos, para o PSOE as eleições municipais e regionais realizadas no domingo, em Espanha.
Independentistas bascos mantiveram forte expressão eleitoral
Com 99 por cento dos votos contados, na segunda-feira, 26, era clara a derrota global do PP ao obter 33,9 por cento dos votos, contra os 34,7 por cento conseguidos pelo Partido Socialista Operário Espanhol.
No entanto, a formação de direita liderada pelo primeiro-ministro José Maria Aznar não reconheceu o fracasso, alegando que «o Partido Popular continua a ser o grande partido de sempre», mantendo-se à frente em número de eleitos e de câmaras conquistadas.
De facto, contrariando a descida nas sondagens na sequência do apoio à guerra contra o Iraque e da má gestão da crise do naufrágio do petroleiro «Prestige» nas costas da Galiza, o PP conservou o município de Madrid e a maioria das capitais regionais, perdendo apenas para o PSOE a cidade de Zaragoça.
No âmbito das regiões autónomas, o PP recuperou as Baleares, mas perdeu a maioria na região de Madrid, onde o avanço do PSOE e da Izquerda Unida poderá levar ao afastamento da direita do poder. A hipótese de coligação entre PSOE e IU coloca-se igualmente nas Astúrias, mantendo os socialistas a maioria na Extremadura, Aragão e Castilla-La Mancha.
Esquerda sobe
No País Basco, onde, depois da ilegalização do partido Batasuna, foram proibidas de concorrer as listas independentistas da Plataforma AuB, a Izquerda Unida registou uma subida assinalável, (14 por cento em relação às eleições de 2001) convertendo-a, na palavras do seu coordenador-geral, Gaspar Llamazares, numa «força determinante» para formar governos. Llamazares mostrou-se ainda satisfeito com a «derrota» do PP nas municipais e pelo avanço da esquerda em toda a Espanha.
No país basco o PP registou um verdadeiro desastre eleitoral perdendo mais de 110 mil votos, ou seja cerca de um terço da sua anterior base eleitoral.
Menos negativo foi o comportamento do Partido Nacionalista Basco (PNV), que ainda assim perdeu mais de 90 mil votos, falhando o objectivo de atrair o eleitorado das 225 listas independentistas ilegalizadas. A subida percentual que registou o PNV e o reforço das suas posições institucionais resultaram do aumento exponencial dos votos nulos, atribuídos à formação AuB, que chegaram a atingir 16,1 por cento, em Gipuzkoa; 8,2 por cento, em Bizkaia; sete por cento em Navarra; e 6,5 por cento, em Araba.
Os votos considerados nulos e os expressos nas 16 listas concorrentes da AuB e das plataformas populares independentistas totalizaram mais de 168 mil, contra apenas cerca de 13.500 verificados nas eleições de Maio de 2001. A diferença, de quase 153.500 votos, suficiente para eleger 579 representantes, é reivindicada pela esquerda independentista que, segundo estas contas, terá mantido a mesma expressão eleitoral de 2001, confirmando-se como a segunda força eleitoral no País Basco, a seguir ao PNV.
Na Galiza, seis meses após o desastre do «Prestige», o PP manteve-se como a primeira força política apesar de ter baixado quase quatro pontos percentuais. Os socialistas ganharam nas principais cidades, em particular em Vigo, Santiago e Corunha.
No entanto, a formação de direita liderada pelo primeiro-ministro José Maria Aznar não reconheceu o fracasso, alegando que «o Partido Popular continua a ser o grande partido de sempre», mantendo-se à frente em número de eleitos e de câmaras conquistadas.
De facto, contrariando a descida nas sondagens na sequência do apoio à guerra contra o Iraque e da má gestão da crise do naufrágio do petroleiro «Prestige» nas costas da Galiza, o PP conservou o município de Madrid e a maioria das capitais regionais, perdendo apenas para o PSOE a cidade de Zaragoça.
No âmbito das regiões autónomas, o PP recuperou as Baleares, mas perdeu a maioria na região de Madrid, onde o avanço do PSOE e da Izquerda Unida poderá levar ao afastamento da direita do poder. A hipótese de coligação entre PSOE e IU coloca-se igualmente nas Astúrias, mantendo os socialistas a maioria na Extremadura, Aragão e Castilla-La Mancha.
Esquerda sobe
No País Basco, onde, depois da ilegalização do partido Batasuna, foram proibidas de concorrer as listas independentistas da Plataforma AuB, a Izquerda Unida registou uma subida assinalável, (14 por cento em relação às eleições de 2001) convertendo-a, na palavras do seu coordenador-geral, Gaspar Llamazares, numa «força determinante» para formar governos. Llamazares mostrou-se ainda satisfeito com a «derrota» do PP nas municipais e pelo avanço da esquerda em toda a Espanha.
No país basco o PP registou um verdadeiro desastre eleitoral perdendo mais de 110 mil votos, ou seja cerca de um terço da sua anterior base eleitoral.
Menos negativo foi o comportamento do Partido Nacionalista Basco (PNV), que ainda assim perdeu mais de 90 mil votos, falhando o objectivo de atrair o eleitorado das 225 listas independentistas ilegalizadas. A subida percentual que registou o PNV e o reforço das suas posições institucionais resultaram do aumento exponencial dos votos nulos, atribuídos à formação AuB, que chegaram a atingir 16,1 por cento, em Gipuzkoa; 8,2 por cento, em Bizkaia; sete por cento em Navarra; e 6,5 por cento, em Araba.
Os votos considerados nulos e os expressos nas 16 listas concorrentes da AuB e das plataformas populares independentistas totalizaram mais de 168 mil, contra apenas cerca de 13.500 verificados nas eleições de Maio de 2001. A diferença, de quase 153.500 votos, suficiente para eleger 579 representantes, é reivindicada pela esquerda independentista que, segundo estas contas, terá mantido a mesma expressão eleitoral de 2001, confirmando-se como a segunda força eleitoral no País Basco, a seguir ao PNV.
Na Galiza, seis meses após o desastre do «Prestige», o PP manteve-se como a primeira força política apesar de ter baixado quase quatro pontos percentuais. Os socialistas ganharam nas principais cidades, em particular em Vigo, Santiago e Corunha.