Iraquianos contra a ocupação
A «poeira» da guerra ainda não assentou e no Iraque já se fazem ouvir diariamente os protestos populares «contra o colonialismo, contra a ocupação, contra o imperialismo».
A administração norte-americana, em Washington, diz não estar preocupada com as manifestações de hostilidade dos iraquianos, mas a «paz» revela-se mais difícil do que a guerra.
Ahmad Chalabi, a marioneta que a Casa Branca querem colocar no poder em Bagdad, está hoje ainda mais descredibilizado do que quando estava exilado nos EUA, foragido à justiça jordanas. Sem qualquer representatividade interna, tal como o seu Congresso Nacional Iraquiano (CNI), Chalabi defende a «necessidade» da presença militar americana no país. Na sua opinião, essa presença «é necessária pelo menos até às primeiras eleições democráticas», as quais, considera, não devem ocorrer antes de dois anos. «Na minha opinião, uma aliança estratégica entre o Iraque e os EUA é vantajosa para as duas partes», afirmou no fim-de-semana.
Quanto ao intendente norte-americano, Jay Garner, que segunda-feira chegou a Bagdad, não consegue disfarçar com as suas declarações conciliatórias que o mandato que leva é de longo prazo.
Ocupação militar
General reformado e ex-responsável da SY Technology, uma sociedade especializada orientação de mísseis, Jay Garner diz que o seu objectivo é restabelecer os serviços básicos «o mais cedo possível», sem fixar datas. «Ficaremos aqui o tempo que for preciso», afirmou à imprensa.
O homem escolhido por Donald Rumsfeld para esta missão tem também a seu cargo a instalação de um governo iraquiano, mas mais uma vez não revela pressa. «Nós entregaremos aos iraquianos as rédeas do governo, não segundo um calendário, mas quando eles estiverem prontos para o aceitar», disse Garner ao Washington Post.
A par destes planos, e apesar dos desmentidos de Rumsfeld, prepara-se a instalação das forças militares americanas na região, em quatro bases aéreas: uma situada na área do aeroporto internacional de Bagdad, outra em Tallil, perto de Nassiriyah (sul), uma terceira designada por H1 situada no deserto, e a última em Bashur, no Curdistão. A notícia, divulgado no domingo pelo New York Times, foi classificada de «pura especulação» por Rumsfeld, que no entanto admitiu que os EUA já estão a utilizar as quatro bases para «ajudar a escoltar a ajuda humanitária, para contribuir para a estabilidade das operações».
A Voz do Povo
O primeiro jornal a aparecer depois da queda de Saddam Hussein foi a Voz do Povo, do Partido Comunista Iraquiano (PCI). Distribuído gratuitamente em Bagdad, no domingo, o jornal dedica as sua oito páginas a relembrar as atrocidades cometidas pelo regime «de terror e de sangue» e as atrocidades de que foram vítimas os comunistas, quando Saddam era ainda um amigo dos EUA.
O futuro político do país é outro dos temas abordados. «O nosso povo quer um Iraque democrático, federal, independente e unido», afirma o jornal, cuja primeira página mostra uma criança vítima dos bombardeamentos norte-americanos.
Entretanto, o PCI anunciou a abertura da sua sede em Bagdad, tal como já havia sucedido nas principais cidades do país.
A administração norte-americana, em Washington, diz não estar preocupada com as manifestações de hostilidade dos iraquianos, mas a «paz» revela-se mais difícil do que a guerra.
Ahmad Chalabi, a marioneta que a Casa Branca querem colocar no poder em Bagdad, está hoje ainda mais descredibilizado do que quando estava exilado nos EUA, foragido à justiça jordanas. Sem qualquer representatividade interna, tal como o seu Congresso Nacional Iraquiano (CNI), Chalabi defende a «necessidade» da presença militar americana no país. Na sua opinião, essa presença «é necessária pelo menos até às primeiras eleições democráticas», as quais, considera, não devem ocorrer antes de dois anos. «Na minha opinião, uma aliança estratégica entre o Iraque e os EUA é vantajosa para as duas partes», afirmou no fim-de-semana.
Quanto ao intendente norte-americano, Jay Garner, que segunda-feira chegou a Bagdad, não consegue disfarçar com as suas declarações conciliatórias que o mandato que leva é de longo prazo.
Ocupação militar
General reformado e ex-responsável da SY Technology, uma sociedade especializada orientação de mísseis, Jay Garner diz que o seu objectivo é restabelecer os serviços básicos «o mais cedo possível», sem fixar datas. «Ficaremos aqui o tempo que for preciso», afirmou à imprensa.
O homem escolhido por Donald Rumsfeld para esta missão tem também a seu cargo a instalação de um governo iraquiano, mas mais uma vez não revela pressa. «Nós entregaremos aos iraquianos as rédeas do governo, não segundo um calendário, mas quando eles estiverem prontos para o aceitar», disse Garner ao Washington Post.
A par destes planos, e apesar dos desmentidos de Rumsfeld, prepara-se a instalação das forças militares americanas na região, em quatro bases aéreas: uma situada na área do aeroporto internacional de Bagdad, outra em Tallil, perto de Nassiriyah (sul), uma terceira designada por H1 situada no deserto, e a última em Bashur, no Curdistão. A notícia, divulgado no domingo pelo New York Times, foi classificada de «pura especulação» por Rumsfeld, que no entanto admitiu que os EUA já estão a utilizar as quatro bases para «ajudar a escoltar a ajuda humanitária, para contribuir para a estabilidade das operações».
A Voz do Povo
O primeiro jornal a aparecer depois da queda de Saddam Hussein foi a Voz do Povo, do Partido Comunista Iraquiano (PCI). Distribuído gratuitamente em Bagdad, no domingo, o jornal dedica as sua oito páginas a relembrar as atrocidades cometidas pelo regime «de terror e de sangue» e as atrocidades de que foram vítimas os comunistas, quando Saddam era ainda um amigo dos EUA.
O futuro político do país é outro dos temas abordados. «O nosso povo quer um Iraque democrático, federal, independente e unido», afirma o jornal, cuja primeira página mostra uma criança vítima dos bombardeamentos norte-americanos.
Entretanto, o PCI anunciou a abertura da sua sede em Bagdad, tal como já havia sucedido nas principais cidades do país.