Situação laboral preocupante
A Comissão Concelhia de Anadia do PCP, depois de analisar a situação sócio laboral do Concelho, constatou que a realidade do concelho «em nada difere do que se passa na generalidade do País».
Criticando a política do actual Governo, a Concelhia do PCP considera que, passada que foi a campanha eleitoral e as promessas então feitas, surge agora a realidade: mais desemprego, mais desespero para as famílias de menos recursos.
Os comunistas referem algumas situações que ilustram a realidade do concelho e que se prendem com os despedimentos, o incumprimento da legislação laboral e o regresso aos salários em atraso.
As situações mais significativas provêem, porém, de sectores com significativo peso económico no concelho, «Duas rodas», «Cerâmica» e «Vinhos».
Alguns exemplos mereceram a especial atenção da Concelhia de Anadia. É o caso da Sangal e da Caves Barrocão, que procederam a despedimentos sem cumprir com o pagamento das indemnizações legais devidas aos trabalhadores; da António Augusto Nunes Maia, com o pagamento de subsídios de férias e Natal de 2002 e o salário de Fevereiro de 2003 em atraso; da Caves Aliança que utilizando os chamados «despedimentos por mútuo acordo», lançou no desemprego um conjunto de trabalhadores; da Esmaltina, que no último ano despediu 100 dos seus 150 trabalhadores, enquanto adquire a outros países componentes para a indústria tradicionalmente produzidos na empresa; da Sanitana, que tem procedido também a despedimentos de trabalhadores e quadros técnicos, soando rumores de que estará a preparar-se para deslocalizar a empresa para outro País.
Preocupada com estas situações, a Concelhia do PCP decidiu dar nota delas ao Grupo Parlamentar do PCP, na Assembleia da República, para uma eventual interpelação ao Governo. Estranha, entretanto, que o actual executivo da Câmara, não tenha ainda tomado qualquer iniciativa pública sobre a situação, pois, não lhe cabendo, é certo, a resolução do problema, cabe-lhe, contudo, o dever de intervir nesse sentido.