Um Partido à altura das suas responsabilidades
Completam-se hoje 82 anos sobre a fundação do Partido Comunista Português. Foi precisamente no dia 6 de Março de 1921, na sede da Associação dos Empregados de Escritório, em Lisboa.
São 82 anos de luta e de história que enraízam na história e na luta do povo português, delas sendo parte indissociável.
Ao longo de mais de oito décadas, gerações de comunistas lutaram abnegada, anonimamente, para pôr fim à desigualdade, à injustiça social, à exploração do homem pelo homem, contra qualquer tipo de opressão, pela paz, pelo progresso. A clandestinidade, as prisões, a própria vida foram preços que tiveram de pagar por uma luta que finalmente viu os seus resultados no 25 de Abril, após uma dura noite fascista que durou quase meio século.
Há 82 anos, a criação do PCP resultou de uma necessidade histórica da sociedade portuguesa que hoje, 82 anos depois, se coloca com a mesma força.
Como ontem, agudizam-se as contradições de classe, a exploração ressurge com novo ímpeto, ainda que assumindo formas cada vez mais sofisticadas, a ofensiva ideológica contra as forças mais consequentes na defesa dos trabalhadores, atinge foros nunca vistos desde o 25 de Abril.
Assim, 29 anos depois dessa gloriosa data, as forças do capital e os partidos de direita ao seu serviço pretendem liquidar todos os históricos avanços que então se registaram na sociedade portuguesa, todas as conquistas alcançadas pelos trabalhadores, tudo o que de progressista foi duramente alcançado pelo povo português. De novo procuram liquidar o único partido que consequentemente defende os mais desfavorecidos, o PCP.
Em todas as situações, porém, o PCP soube estar à altura das suas responsabilidades e responder aos desafios que se lhe colocaram. E fê-lo porque sempre assentou a sua actividade nos princípios do marxismo-leninismo e o seu funcionamento no centralismo democrático, ou seja, numa intensa actividade democrática interna - ímpar no panorama político português -, e na participação activa dos seus militantes na vida do Partido, aí radicando a justeza da sua orientação, a sua combatividade, a sua coesão. No PCP, como em nenhum outro partido, a orientação definida em cada momento resulta do apuramento de uma discussão colectiva franca e fraterna, em que as opiniões individuais são respeitadas e tidas em conta.
Todo este legado de luta e de história do PCP é, pois, assumido pelos comunistas de hoje com legítimo orgulho. E se o PCP não cobra o seu passado, não apresenta factura por cada sacrifício, cada renúncia, cada vida perdida dos seus militantes, ao longo dos seus 82 anos de vida, não aceita, também, e nunca aceitará que lhe apaguem o passado, lhe conspurquem o presente, lhe neguem um futuro que sabe seguramente ser seu. Assim o afirmam todos os dias milhares de membros do Partido que, como é seu direito e dever, participam nas centenas de reuniões, plenários, assembleias que semanalmente se realizam por todo o País.