Lutar, resistir, avançar!
O inicio de 2003 está a ser marcado pela continuação da ofensiva do Governo do PSD/CDS-PP aplicando a sua política de classe ao serviço dos grupos económicos e financeiros e por uma situação nacional, das finanças públicas às deslocalizações e falência de empresas, que revela crescentes sinais do fracasso de um modelo de desenvolvimento (ou sub-desenvolvimento) imposto ao País por mais de duas décadas de políticas de direita e abdicação nacional.
Um modelo em que de forma arrogante o actual Governo continua a insistir pondo em causa o futuro do País. No momento em que a ofensiva do Governo está em curso, em que é necessário dar força à luta dos trabalhadores e do povo português, em que se impõe a ruptura com a política que conduziu o País à situação em que se encontra, o PS assume mais uma vez a postura a que nos habituou.
No Governo fez o que se sabe. Agora, na oposição, após o comportamento dúbio sobre a Greve Geral, não tem parado na vinculação à política de direita e na convergência com o PSD e o CDS/PP. Foi a aprovação da privatização da rede pública de telecomunicações. Foi a viabilização do pacto de estabilidade e crescimento, que consagra linhas de ataque à administração pública e aos serviços públicos e prevê o aumento das propinas e das taxas moderadoras na saúde. É o acordo manifestado por responsáveis do PS com o ataque em curso contra o Serviço Nacional de Saúde. São as hesitações, contradições e manobras sobre o pacote laboral. E, como se não bastasse, é ainda, mais uma vez em aliança com o PSD e o CDS/PP, a opção do PS por alterações do sistema político de cariz profundamente antidemocrático visando uma intromissão inadmissível na vida interna dos partidos e um ataque directo ao PCP.
Quando uns assim agem, quando outros têm da acção política a concepção de exibição mediática que lhes é propiciada por favores que o tempo virá a esclarecer e quando outros ainda atacam sistematicamente o PCP com uma violência que nem os anticomunistas de sempre conseguem ter, o PCP luta, resiste e avança cumprindo o seu papel, cumprindo os seus compromissos com os trabalhadores o povo e o País.
A importância da intervenção
Numa situação em que o Governo intensifica a sua acção, em que a situação do País se agrava, em que o descontentamento alastra, em que mais uma vez no panorama político nacional o PCP se destaca como a única força capaz de dinamizar o protesto a resistência dos trabalhadores e de todas as camadas da população atingidas pela actual política e como portador da política alternativa de que Portugal precisa, é necessário uma forte intervenção dos comunistas.
Intervenção para o desenvolvimento da luta de massas, o seu alargamento e intensificação como factor decisivo para travar a ofensiva em curso e abrir caminho a uma política diferente, contribuindo, após a Greve Geral de 10 de Dezembro com o enorme sucesso que constituiu, para o êxito da manifestação nacional de 8 de Fevereiro convocada para Lisboa pela CGTP-IN e que constitui um marco maior na afirmação do descontentamento, no combate ao pacote laboral, na exigência de um caminho que assegure o progresso, a melhoria das condições de vida, o desenvolvimento do País.
Intervenção para intensificar o qualificado trabalho do Partido nas instituições, designadamente na Assembleia da República e no Parlamento Europeu, e para prosseguir com êxito a iniciativa «Em movimento por um Portugal com futuro», evidenciando que o nosso país não está condenado ao atraso, que é possível um País mais justo e mais desenvolvido com a participação popular e uma política alternativa.
Intervenção para o desenvolvimento de uma vasta acção pela paz contra a guerra que o imperialismo americano quer desencadear contra o Iraque, na concretização da sua estratégia de domínio do mundo, em particular para o sucesso da manifestação de 15 de Fevereiro em Lisboa e de outras acções previstas para outros pontos do País.
Intervenção para levar à prática o movimento geral de reforço da organização partidária «Sim, é possível! Um PCP mais forte» conjunto de orientações e medidas, a que, a partir de final de Janeiro, se associa a acção geral de contacto com os membros do Partido para o esclarecimento de situações, actualização de dados e contactos e elevação da participação na vida partidária, passos indispensáveis para que o PCP seja mais forte e mais influente e esteja assim em melhores condições para travar com êxito o exigente e exaltante combate, de que não abdica, por um futuro de paz, desenvolvimento e progresso social.