União de Aveiro solidária com sindicalista
A União de Sindicatos de Aveiro (USA) está solidária com o sindicalista do sector da cortiça que está a ser alvo de julgamento no Tribunal de Santa Maria da Feira sob a acusação de injúria qualificada à GNR.
Tudo se terá passado quando elementos daquela força de segurança, exorbitando inequivocamente as suas funções, tentaram garantir os acessos aos portões de uma empresa de aglomerados do grupo Amorim, em S. Paio de Oleiros, Santa Maria da Feira, durante a greve geral de 10 de Dezembro.
Na ocasião foi detido outro sindicalista - o presidente do
Sindicato dos Corticeiros, Manuel Mendes - que ficou retido duas horas num jipe da GNR e depois foi levado a um posto policial para identificação, sendo mais tarde
libertado.
Justificando as detenções, o comandante do Destacamento da GNR de S. João da Madeira afirmou na altura que os piquetes de greve têm o direito de persuadir os trabalhadores a aderirem a uma greve, «mas essa persuasão tem de ser cordial, não podendo impedir a entrada nas empresas aos que querem trabalhar».
Para Manuel Paixão, da União de Sindicatos de Aveiro, foi outra a versão dos acontecimentos. Contrapôs que a força policial «assumiu o papel de piquete anti-greve ao serviço do grupo Amorim», sublinhando que esta posição «viola os direitos dos trabalhadores, ainda hoje consagrados na Lei da Greve».
Este e outro caso idêntico, ocorrido em Braga, na mesma altura, recorde-se, levaram o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, a exigir do Governo esclarecimentos sobre intervenções de forças policiais nestes incidentes.