Actual vereador do Desporto
candidato a Oeiras
Pôr cobro à autocracia
Apresentado anteontem, Arnaldo Pereira, actual vereador do Desporto e dos Centros
Históricos, afirmou, na presença do membro da Comissão
Política, José Casanova, que a CDU não é permeável
às pressões dos grupos económicos.
O
candidato referiu, na sua intervenção de apresentação,
ocorrida no fim da tarde de terça feira no Auditório Municipal
Amélia Rey Colaço, que, no poder local democrático, «a
CDU é, reconhecidamente, um espaço de intervenção
com um peso e prestígio indiscutíveis, com um valioso património
de obra feita, integridade no exercício dos cargos autárquicos,
e de serviço às comunidades locais e ao interesse público»,
o que concede aos seus eleitos e candidatos uma grande responsabilidade.
O vereador afirmou que é tempo de mudar e «pôr cobro a uma gestão de pendor autocrático, assente num culto da personalidade impróprio de uma democracia, servida por uma dispendiosa máquina de propaganda, mas que se está a revelar incapaz de responder aos problemas e desafios que temos pela frente», dos quais são exemplo o enorme crescimento urbanístico ocorrido nos últimos quatro anos que já fazem do concelho de Oeiras o terceiro da Área Metropolitana de Lisboa em densidade populacional.
O candidato da CDU acusa a maioria liderada por Isaltino Morais de ter licenciado, no presente mandato, «mais de uma centena de loteamentos sem construir, ou sequer programar para um horizonte de tempo razoável, as indispensáveis infra-estruturas e equipamentos de suporte, nomeadamente no plano das acessibilidades e dos transportes». Para o vereador, esta situação põe em causa a «política urbanística da Câmara, a única da Área Metropolitana cujo pelouro tem sido sempre da responsabilidade do actual presidente» e dá razão às críticas que a CDU tem vindo a fazer ao modelo de gestão da maioria camarária, considerada pelo candidato como desvalorizadora do «funcionamento colegial do órgão executivo».
A melhor alternativa
Arnaldo Pereira, militante do PCP desde 1974 e membro da concelhia de Oeiras, acredita ser a CDU a melhor alternativa à gestão do PSD, porque, desde o 25 de Abril que participa activamente na definição dos «princípios estruturantes da política municipal em áreas fundamentais como a Habitação Social, o Saneamento Básico, o Desporto e a Educação, tem apresentado propostas concretas sobre todas as matérias relevantes para a vida do Município».
«A CDU tem um projecto diferente para Oeiras, e tem experiência, autoridade moral e política, capacidade e competência para o realizar», disse o candidato, que afirmou ser a CDU «impermeável às pressões dos interesses e dos negócios».
Uma política ambiental que promova a reconversão e melhoria da rede de saneamento básico, uma política urbanística de respeito escrupuloso pelo PDM, uma política de habitação social, que não se esgote no realojamento das famílias que vivem em barracas, abrangendo também as muitas que residem em casas degradadas e uma política de reabilitação dos núcleos históricos e áreas urbanas degradadas foram algumas das prioridades avançadas pelo candidato, que também se referiu à importância da criação de emprego, das medidas de inserção social e do combate à toxicodependência como algumas das causas da candidatura da CDU.
Além da apresentação do cabeça de lista à
Câmara, a CDU apresentou também os quatro nomes que se seguem nesta
lista Maria Arlinda Néné, Francisco Carreiro Nunes, Maria
da Conceição Alves e Amílcar José da Silva Campos
bem como o cabeça de lista à Assembleia Municipal, José
António Tavares da Cruz, e os outros primeiros candidatos a este órgão.
«Avante!» Nº 1436 - 7.Junho.2001