responderam ao apelo da CGTP-IN
A luta conta<br>e vai continuar
Em Lisboa e mais duas dezenas de cidades, abrangendo todos os distritos e regiões autónomas, o dia nacional de luta trouxe às ruas muitos milhares de pessoas, contra a exploração e o empobrecimento, contra a política de direita e o terrorismo social, pela demissão do Governo e a antecipação das eleições legislativas, por uma ruptura com o memorando da troika e por uma alternativa de esquerda e soberana.
Este movimento sindical não desiste, não se ilude nem vacila
A CGTP-IN saudou as lutas realizadas mais recentemente e valorizou os seus resultados, mas exortou os trabalhadores a manterem e intensificarem a resistência, tanto durante o mês de Fevereiro, por aumentos salariais e pela satisfação de outras reivindicações laborais e sociais, como na «semana de luta e protesto» que vai realizar-se a partir de 8 de Março, e também na acção por «trabalho digno com direitos», a culminar no Dia Nacional da Juventude.
No prosseguimento da luta, a central destaca as comemorações populares dos 40 anos do 25 de Abril e do 1.º de Maio em liberdade. E avança, desde já, que as eleições para o Parlamento Europeu terão que ser também um momento para exibir o «cartão vermelho» aos executores de uma política que, na UE e em Portugal, «inferniza a nossa vida e hipoteca o desenvolvimento do País».
A mensagem político-sindical do dia nacional de luta ficou expressa na intervenção de Arménio Carlos e dos dirigentes distritais da CGTP-IN e numa resolução, ratificada pelos participantes nas manifestações. A degradação das condições de vida, o agravamento das desigualdades, a exigência de melhores salários e de emprego com direitos, a determinação de não abandonar a luta foram igualmente bem visíveis nas palavras de ordem gritadas por todo o País, nas faixas e nos cartazes exibidos nas ruas e praças e nos sinais de compreensão e solidariedade de muitos dos que, no sábado passado, ainda ficaram só a ver passar os manifestantes.
Interessa
unir
«O momento que vivemos exige a união de esforços e vontades, para defender os nossos interesses de classe, nesta luta, que não pára, pela defesa dos nossos direitos e da nossa dignidade e pela construção de um Portugal de progresso e justiça social», salientou Arménio Carlos, na Praça dos Restauradores, para onde desfilaram, desde o Cais do Sodré, milhares de trabalhadores dos distritos de Lisboa e Setúbal.
A contrariar constantes e insistentes pressões e manobras de sentido inverso, o Secretário-geral da CGTP-IN sublinhou que «a acção do movimento sindical que somos – um movimento sindical dos e para os trabalhadores, dos jovens (com e sem vínculo laboral precário), dos desempregados, das mulheres, dos pensionistas, reformados e aposentados – implica o alargamento e a intensificação da luta, a partir dos locais de trabalho, de resposta aos problemas concretos e imediatos, para abrir caminho à construção de uma verdadeira alternativa, de esquerda e soberana, forçar o derrube deste Governo e a convocação de eleições antecipadas para acabar com a política de direita».
Como «movimento sindical que não desiste e resiste, que não se ilude nem vacila», a Intersindical valorizou, nesta jornada nacional, «entre tantas outras», as lutas:
- dos trabalhadores da Administração Local, que já conseguiram manter o horário das 35 horas semanais em 195 câmaras municipais,
- dos trabalhadores da Pizza Hut, que lutaram, conquistaram e derrotaram a intenção do patronato de reduzir as suas remunerações,
- dos professores, que solidariamente lutaram e descredibilizaram a prova vexatória que lhes queriam impor,
- dos trabalhadores da STEF, que conseguiram a integração de pessoal com vínculo precário no quadro de efectivos.
Mereceram ainda referência as lutas dos trabalhadores da Administração Pública, da Justiça, da cultura, da investigação científica, dos transportes (nomeadamente, dos trabalhadores e reformados do Metropolitano, da Carris, da STCP, da Rodoviária do Tejo, dos TST), dos centros de atendimento (call center) da EDP, dos CTT, da INCM, da linha Saúde 24, do Município de Lisboa.