O «discurso do charlatão»

A CGTP-IN reafirma que a aplicação do memorando, há quase três anos, representa «um roubo gigantesco, o esbulho de direitos, a degradação das nossas condições de vida, destruição de postos de trabalho, empobrecimento generalizado, perda de soberania e comprometimento do nosso futuro». Desde Maio de 2011, como lembrou Arménio Carlos, «acentuou-se o definhamento económico, a subordinação do poder político ao poder económico e financeiro e aumentou a dependência externa, atingindo níveis sem paralelo na história recente do País».

Agora, «bem pode o Governo PSD/CDS-PP recorrer ao discurso do charlatão, para tentar transformar em êxito o fracasso e em “sinais positivos” para Portugal o rasto de miséria que atinge cada vez mais portugueses, porque a realidade e os factos, vividos e sentidos pelos trabalhadores e o povo, desmontam o embuste e a fraude, o cinismo e a mentira, a manipulação e o contrabando ideológico em curso».

No dia 1 foram apontados alguns casos, nomeadamente:

«Vangloria-se o Governo com o resultado do défice, mas esconde que este foi conseguido à custa de um gigantesco assalto fiscal, que empobrece quem trabalha e trabalhou, que alarga a desprotecção social a novas camadas da população, que retira à saúde, à educação e à Segurança Social, para entregar milhares de milhões de euros ao capital especulativo»;

«Propagandeiam a redução do número de desempregados, mas a verdade é que está em marcha uma monumental limpeza de ficheiros, em simultâneo com uma emigração forçada de centenas de milhares de portugueses»;

«Pavoneiam-se com a suposta criação de emprego, mas escondem que nos últimos cinco anos foram destruídos mais de 700 mil postos de trabalho»;

«Empolam a subida das exportações, mas omitem, propositadamente, que estas assentam num perfil produtivo enfraquecido, em baixos salários e na precariedade»;

o Governo «afirma que há justiça na repartição dos sacrifícios, mas impõe uma Contribuição Extraordinária de Solidariedade que, em vez de ser suportada pelos ricos para ajudar os pobres, é paga pelos pobres para aumentar as benesses atribuídas aos ricos»;

o Governo «derrama lágrimas de crocodilo sobre as reformas mais baixas, que actualiza em uns miseráveis oito cêntimos diários, ao mesmo tempo que enterra dezenas de milhares de milhões de euros nos juros da dívida, nas PPP e nos swap».




Mais artigos de: Em Foco

A luta conta<br>e vai continuar

Em Lisboa e mais duas dezenas de cidades, abrangendo todos os distritos e regiões autónomas, o dia nacional de luta trouxe às ruas muitos milhares de pessoas, contra a exploração e o empobrecimento, contra a política de direita e o terrorismo social, pela demissão do Governo e a antecipação das eleições legislativas, por uma ruptura com o memorando da troika e por uma alternativa de esquerda e soberana.

Lutar já é vencer

«Apesar da campanha que apela à resignação, à desistência e ao conformismo, vir tanta gente a estas manifestações de hoje é uma demonstração de que o Governo e a sua propaganda não passam», e «virem...

A luta vai continuar já

É preciso parar a ofensiva do Governo PSD/CDS-PP, completamente comprometido com os interesses do capital e responsável...