Crise capitalista agrava pobreza nos EUA

Um em cada sete norte-americanos abaixo do limiar da pobreza

O total de pobres nos EUA cresceu para o maior número desde que são recolhidos dados sobre a matéria. O desemprego e a queda dos rendimentos das famílias contribuem para o flagelo.

«43,6 milhões de norte-americanos estão abaixo do limiar da pobreza»

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A crise na mais poderosa potência capitalista mundial não dá tréguas ao povo. Ao todo são já 43,6 milhões de norte-americanos que se encontram abaixo do limiar da pobreza, um recorde desde que são recolhidos dados sobre a matéria.

De acordo com as estatísticas divulgadas pela Oficina dos Censos dos EUA, entre 2008 e 2009 a percentagem de pobres cresceu de 13,2 para 14,3 por cento, isto é, outras 3,8 milhões de pessoas foram empurradas para a miséria no espaço de um ano.

O aumento revela-se particularmente cruel quando se admite que uma em cada cinco crianças vive na pobreza. Este índice dispara para uma em cada três quando se trata de menores afro-americanos.

A subida é consistente em todo o território nacional, afirma o mesmo organismo, mas nas regiões do Sul, Oeste e Médio Oeste a sua incidência é mais vincada.

A contribuir para a escalada do flagelo social está a elevada taxa de desemprego no país. No mesmo período, diz o Departamento de Trabalho, o desemprego, em sentido estrito e excluindo o sector primário, disparou 3,5 por cento, isto é, passou de 5,8 para 9,3 por cento. Este é outro máximo, dado que desde 1947 nunca se havia registado tamanho crescimento.

Alguns economistas estimam que a economia norte-americana necessita de criar 11 milhões de empregos para regressar à situação anterior ao espoletar da crise.

 

Rendimento a descer

 

A concorrer para a degradação das condições de vida da população está, igualmente, a quebra nos rendimento das famílias trabalhadoras em 1,8 por cento, em média, entre 2008 e 2009.

Por grandes grupos, só os trabalhadores de origem hispânica viram os respectivos rendimentos médios crescer 0,7 por cento. No caso dos caucasianos e dos negros, a descida média foi, respectivamente, de 0,5 e de 4,4 por cento.

No global, diz o governo de Washington, o património líquido das famílias norte-americanas encontra-se 23 por cento abaixo do nível registado antes da «recessão».

No saldo entre dívidas, sobretudo bancárias, e activos, o ano de 2010 continua a não ser de prosperidade para quem vive do seu trabalho. Entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano, os últimos caíram 2,7 por cento.

 

Sem direito à saúde

 

Outro indicador importante difundido pela Oficina dos Censos é o que diz respeito à cobertura de saúde no país. O total de norte-americanos com seguro de saúde garantido pela entidade empregadora é menor que há 20 anos, brangendo apenas 56 por cento do total dos empregados.

Quando observados os números referentes a toda população, o cenário piora. Entre 2008 e 2009, o total de pessoas sem seguro de saúde aumentou de 15,4 para 16,7 por cento, ou seja, de 46,3 para 50,7 milhões de indivíduos.

No que aos seguros privados diz respeito, também se contabiliza uma quebra, de um total de 201 milhões de beneficiários para 194,5 milhões.

Neste contexto, não é de estranhar que cada vez mais norte-americanos dependam do depauperado sistema de saúde estatal. São já 30,6 por cento do total da população, a maior cifra desde 1987, ano em que se começaram a coligir estatísticas neste âmbito.

 



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