A grande distribuição pode e deve pagar melhor

No Auchan e no Lidl, como na generalidade das empresas da grande distribuição, reinam os baixos salários, os horários desregulados e o desrespeito e bloqueio da contratação colectiva. No dia 21, os trabalhadores do Auchan estiveram em greve.

O grupo Auchan paga os salários mais baixos do sector da distribuição

Melhores salários, horários regulares e melhores condições de trabalho: eram estas as principais reivindicações dos trabalhadores do grupo Auchan, que motivaram a greve do passado dia 21. Em solidariedade com eles esteve, junto à sede da empresa, em Paço de Arcos (Oeiras), o Secretário-Geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira.

O grupo Auchan rejeita negociar salários com o sindicato que representa os seus trabalhadores, o CESP, mantendo a discriminação salarial assente nas avaliações tendenciosas e desvalorizando as carreiras e antiguidade. Além disso, denuncia ainda o sindicato, manteve o subsídio de alimentação da Dia/Minipreço nos 6,25 euros por dia. O Auchan, acusa o CESP, paga os salários e subsídio de alimentação mais baixos do sector.

Em causa está também o direito ao seguro de saúde, conquistado pelos trabalhadores, também ele em risco. O grupo Auchan força os trabalhadores a escolher entre uma alternativa mais cara por um serviço pior ou a desistir deste direito.

Exploração no Lidl
«O Lidl mantém maioria dos trabalhadores em part-time (e recebem menos de 870 euros por mês», denuncia o sindicato do sector filiado na CGTP-IN, o CESP, em comunicado distribuído na empresa. O sindicato informa que enviou à administração o Caderno Reivindicativo dos Trabalhadores, com proposta de reunião para a sua negociação, e garante que a empresa tem «todas as condições para pagar salários dignos e garantir horários regulados a todos os seus trabalhadores».

Os aumentos anunciados para Janeiro, denuncia o CESP, «só se aplicam aos trabalhadores a tempo inteiro, que são na verdade «algumas chefias e muito poucos operadores de supermercado e armazém». A realidade é que a esmagadora maioria dos trabalhadores do Lidl «trabalha por turnos, com cargas horárias de 28 ou 32 horas semanais – e continuarão a receber menos que os 870 euros do salário mínimo».

Para além dos salários baixos, estes trabalhadores confrontam-se ainda com turnos rotativos, trabalho aos fins-de-semana e feriados, e alterações constantes dos horários de trabalho. São, assim, «impedidos de viver com o salário pago pelo Lidl e impedidos de o conciliar com outro trabalho».

O sindicato lembra ainda aos operadores de supermercado ou armazém que a limpeza geral da loja não está na sua categoria, pelo que se devem recusar a prestar essas funções, que devem ser desempenhados por serventes de limpeza.

 



Mais artigos de: Trabalhadores

Escalada de lucros da GALP não chega aos trabalhadores

No dia em que a GALP anunciou os resultados anuais, registando lucros de 961 milhões de euros, trabalhadores concentraram-se junto à sede da empresa exigindo melhores salários, mais justiça na distribuição da riqueza e que esta reverta para o País.

Greve na Carris a 11 de Março

O Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP) entregou anteontem, 24, à administração da Carris um pré-aviso de greve para o próximo dia 11 de Março. Cumpriu, assim, a decisão assumida na passada semana, em plenário, pelos trabalhadores da empresa, que...

Luta não desarma no sector alimentar

Os trabalhadores da Dan Cake estiveram em greve no dia 20, com a paralisação a sentir-se nas duas fábricas da marca, em Coimbra e na Póvoa de Santa Iria. Em causa está a negociação do caderno reivindicativo, que inclui entre outras exigências aumentos salariais de 150 euros para todos os...

Luta por salários e em defesa das carreiras

A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais convocou os trabalhadores da carreiras gerais para uma greve nacional a decorrer ao longo de três dias, conforme a carreira: ontem, 26, os técnicos superiores; hoje, 27, os assistente técnicos; e amanhã, 28, os assistentes operacionais....