Honduras podem encerrar base militar dos EUA
A presidente das Honduras, Xiomara Castro, advertiu que o seu governo poderá tomar a decisão de encerrar a base militar dos EUA no país, caso a próxima administração norte-americana concretize a ameaça de deportação em grande escala de hondurenhos, entre outros imigrantes.
Os EUA tem desde 1982 uma base militar nas Honduras
«Face a uma atitude hostil de expulsão massiva dos nossos concidadãos, teríamos de considerar uma mudança nas nossas políticas de cooperação com os EUA, especialmente no campo militar», afirmou no dia 1 a Presidente hondurenha, numa mensagem de Novo Ano. Segundo Xiomara Castro, os EUA mantêm bases militares nas Honduras desde há décadas «sem pagar um centavo».
Donald Trump, que será investido como presidente dos EUA no dia 20, ameaça que uma das suas medidas será levar a cabo a maior deportação de imigrantes na história do país.
A chefe do Estado hondurenho manifestou esperança de que os EUA estejam abertos a um «diálogo construtivo e amistoso» e não adoptem «represálias desnecessárias» contra os migrantes das Honduras, que dão um grande contributo à economia norte-americana. E defendeu relações entre Tegucigalpa e Washington baseadas no respeito e sem ingerências.
Os EUA mantêm nas Honduras, desde 1982, a base aérea militar de Soto Cano, em Palmerola, a 80 quilómetros da capital, que opera como sede da Força de Acção Conjunta Bravo, uma das unidades operacionais do Comando Sul dos EUA.
A questão das bases militares não é nova no país. Na base do derrube ilegal do ex-presidente Manuel Zelaya poderá ter estado a mesma intenção de encerrar as instalações militares norte-americanas nas Honduras.