Grande greve na Saúde comprovou prosseguimento da luta após OE

Não é por estar aprovado o Orçamento do Estado que os trabalhadores vão deixar de lutar e exigir respostas do Governo, como foi salientado no dia 6, durante a greve nacional que se fez sentir na Saúde.

O Governo faltou ao compromisso de abrir processos negociais, assumido em Julho

«Isto não vai ficar por aqui», assegurou o coordenador da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais. Numa mensagem de saudação, publicada durante a tarde dessa sexta-feira, Sebastião Santana afirmou que «a defesa dos nossos interesses vai ser uma constante», frisando que «não é por ter sido aprovado o Orçamento do Estado (que não foi de encontro às nossas expectativas) que vamos deixar de lutar». A federação da CGTP-IN, garantiu, «vai continuar a exigir respostas ao Governo, ao Ministério da Saúde» e «conta com os trabalhadores para todas as lutas».

A greve abrangeu todo o pessoal do Serviço Nacional de Saúde (assistentes técnicos, assistentes operacionais, técnicos auxiliares de Saúde, técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, técnicos superiores de Saúde, informáticos, entre outros), excepto médicos e enfermeiros, que têm representação sindical e dinâmicas reivindicativas próprias. Foi convocada pela FNSTFPS, porque o Governo não concretizou o compromisso, assumido em Julho, de analisar as reivindicações apresentadas e suscitar processos negociais.

Ficou demonstrada «uma manifesta ausência de vontade política para a resolução de matérias laborais gravosas para milhares de trabalhadores», os quais «estão cansados de esperar», como a federação afirmava em Novembro. Num comunicado, a anunciar a greve, explicava-se que, «ano após ano, as promessas de solução sucedem-se e os problemas dos trabalhadores aumentam e agravam-se».

Em causa estão a valorização de todas as carreiras especiais da Saúde, a assinatura de acordos colectivos de trabalho e sua aplicação, a abertura de concursos para admissão de pessoal e para promoções, bem como para admissão a estágio, a fim de ser atribuído o grau de especialista (técnicos superiores de Saúde), a contagem do tempo de serviço e outras medidas para defesa e reforço do SNS.

Na saudação, Sebastião Santana considerou que esta foi «uma grande greve nacional», com «uma adesão superior a 90 por cento». Os trabalhadores, realçou, «reafirmaram que precisamos de melhores carreiras, melhores salários» e «um Serviço Nacional de Saúde muito mais forte do que temos hoje». A greve comprovou que isto «está ao nosso alcance, temos força para lutar».

Durante a greve, foram prestadas declarações à comunicação social junto dos hospitais de São José (à meia-noite) e Santa Maria (às 9h00), em Lisboa, e São João, no Porto (também de manhã).

Entre outras expressões de solidariedade, estiveram com os dirigentes sindicais e os piquetes de greve, em Lisboa, Tiago Oliveira, Secretário-Geral da CGTP-IN (em São José), e (em Santa Maria) Paula Santos, da Comissão Política do Comité Central do PCP e presidente do Grupo Parlamentar comunista.



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