Das raízes populares aos sons do mundo, qualidade e diversidade
Em mais uma edição da Festa do Avante!, o Palco Paz apresenta, tal como em anos anteriores, uma programação simultaneamente de tradições e inovação, onde «qualidade» e «diversidade» são as principais palavras-de-ordem.
Diversidade de estilos, ligação às raízes e inovação são mais uma vez marcas do Palco Paz
Do folk à música celta, passando pelo cante alentejano, rancho, rock, pop e diversos sons portugueses ou do mundo, o Palco Paz é mesmo assim. Na sua diversidade de estilos e géneros musicais, revela a sua principal característica. Na sua profunda ligação às raízes populares da música, e à transformação que o tempo e a inovação produzem sobre essas raízes, revela a sua maior força.
A festa da cultura é, efectivamente, para todos.
Programação
O visitante da Festa do Avante! poderá contar, nos dias 6, 7 e 8 de Setembro, com um Palco Paz que continua, como em edições anteriores, com uma programação fiel a estas suas características.
Homem Nú, e a sua música de intervenção social, não se colam a etiquetas, carimbos, ou tags sonoras: cantam sons tradicionais, tocam temáticas populares, são enérgicos e irreverentes, primam pela originalidade… Não sendo nem trad, nem folk, rock ou indie, fazem somente aquilo que aspiram fazer: abordar a portugalidade, meter o «dedo na ferida» e, no fundo, fazer música de que não se envergonhem.
Num percurso pelo imaginário celta, Espiral levará o visitante a uma viagem sonora pelas músicas tradicionais da Irlanda, Escócia, País de Gales e Bretanha, a par de composições próprias. Seja em ambiente mais intimista e romântico, seja com a animação de um baile folk de danças europeias, o grupo traduz-se sempre numa palavra: emoções.
Somos do Alentejo, grupo formado em 2018 na freguesia de Abela, Santiago do Cacém, é uma opção certa se o interesse for o cante alentejano, com letras e músicas alusivas à paisagem e cultura da região. Também nesta senda, poder-se-á assistir à actuação do Grupo Coral Feminino da Granja ‘Flores de Abril’, conjunto de mulheres cujo nome é uma homenagem à Revolução de Abril, ou ao Grupo Coral Minas de São Domingos.
Por outro lado, mas mantendo as raízes populares, desta feita, directamente do Ribatejo, poder-se-á ver a actuação do Rancho Folclórico da Casa do Povo do Tramagal.
Com um único sopro, a Orquestra de Foles é capaz de levar a gaita de foles ao seu merecido lugar de destaque. No palco ou na rua, este grupo anima o público jogando com ritmos improváveis, arranjos arrojados e um rico e diversificado repertório.
Com o coro sénior Projecto com Voz, criado em 2013, poder-se-á assistir a um grupo que promove o envelhecimento activo e combate a solidão através da música, celebrando o rock e o pop em concertos que são verdadeiros encontros de gerações.
Continuando a mistura de sons, será certamente do interesse do visitante as actuações de Valu, com as suas referências à música de intervenção e ao punk, dos G Combo e do seu emaranhado de referências, de Cuba à Colômbia, ou dos CorCunda, banda de rock alternativo originária da Marinha Grande.
A banda de rock portimonense DIVIИE, formada por quatro jovens músicos, será a escolha certa para quem apreciar as influências do rock clássico e quiser ser levado numa jornada musical emocionante.
Os Epilepsia Alienígena trazem-nos, numa atmosfera de psicadelia e peso, uma mensagem de amor, paz e muito rock ‘n’ roll.
Já Hugo Costa e a Banda do Vento irão explorar, em conjunto, as barreiras entre o rock experimental, a música tradicional portuguesa, o folk entre os outros géneros.
Entre círculos e fandangos, valsas ou repasseados, viras e fados batidos, o objectivo do DJ Catadiscos é bem claro: divulgar e fazer dançar ao som da nova música tradicional portuguesa (e além fronteiras), partilhando edits e juntando samples e efeitos às canções que toca, elevando-as a outro expoente. Com música forte e bem sentida para todos os que dancem sem querer parar, oDJapresenta um toque de electrónica com uma pitada psicadélica.
Desde 2009, os Urze de Lume são uma forma de memória viva do imaginário ancestral português, inspirados pela tradição ibérica e celebrando as raízes que alimentam a identidade de um povo e que o unem à sua terra. Expoente de um novo movimento que abraça a espiritualidade e as tradições atávicas, não apenas como pontos de partida, mas como directrizes nas suas incursões pelo folk, o grupo utiliza, sobretudo, instrumentos como o rabel, a gaita transmontana, a viola campaniça e as percussões tradicionais.
Pelo Palco Paz passará, ainda, no sábado, 7 de Setembro, um momento de solidariedade com a Palestina e a luta e resistência do seu povo que, como não podia deixar de ser, contará com momentos musicais e de dança.