Morreu a fadista Mísia
A fadista Mísia, considerada uma inovadora do género, morreu, no dia 27, aos 69 anos, em Lisboa.
Susana Maria Alfonso de Aguiar nasceu no Porto e protagonizou uma carreira de cerca de 34 anos, durante a qual actuou nos mais variados palcos do mundo e recebeu diferentes prémios. O seu primeiro álbum, Mísia, foi editado em 1991.
Em 2023, levou à Festa do Avante! o seu último álbum Animal Sentimental: parte de um projecto tríptico sobre trinta anos de carreira, que inclui um livro, com o mesmo título, e um novo espetáculo.
«Eu defino-me como um animal sentimental, fui assim toda a minha vida. Sentir salvou-me nos maus momentos e fez-me valorizar os bons. Não faço balanços à minha vida. Ela ensinou-me a ser humilde e não pretender formatá-la ou controlá-la», contou a fadista ao Avante! numa entrevista em Agosto de 2023.
A Festa do Avante! lamentou, no dia 28, o falecimento da cantora nas suas redes sociais: «A sua voz incomparável e a sua presença em palco deixarão uma enorme saudade na música e na cultura, especialmente no fado, género ao qual dedicou a sua vida com paixão e autenticidade».
Em 2004 foi condecorada com a Ordem das Artes e das Letras de França e no ano seguinte com a Ordem de Mérito da República Portuguesa. Entre os vários galardões que arrecadou ao longo da sua carreira está também o prémio francês Charles Cross pelo seu álbum Garra dos Sentidos, no qual gravou poemas de Natália Correia, Mário Cláudio, Lídia Jorge, José Saramago, Lobo Antunes, Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro e António Botto.