Utentes fazem frente à ofensiva contra o Hospital do Barlavento

A Comissão de Utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de Portimão contesta o sistema local de saúde apresentado pelo Governo para o Algarve, com os sectores público, social e privado em articulação.

«O ataque ao SNS continua»

«O ataque ao SNS continua», advertem os utentes, que estiveram concentrados, em luta, no dia 3 de Julho junto ao Hospital de Portimão. Para estes, os planos de «contingência» e «agora de urgência», apresentados pelo Executivo PSD-CDS, propondo «uma maior articulação entre urgências e concentrações de profissionais em hospitais alternados», não resolvem «os problemas» de fixação de profissionais e da falta de médicos no SNS.

Também as «linhas telefónicas SNS 24 e SNS grávida não resolvem os problemas dos utentes e das grávidas», salienta a Comissão, alertando para o perigo de «transformar utentes em clientes», através de «uma futura oferta só disponível em serviços de saúde privados». «Actualmente, no Hospital de Portimão, os serviços de Pediatria, Internamento e Urgência, Obstectrícia e Bloco de Partos não têm médicos especialistas. Não podemos permitir que se ante para trás ao nível dos cuidados de saúde públicos», afirmam os utentes, frisando que a Maternidade e a Pediatria «fazem falta» e «têm de se manter abertas», com os seus profissionais ali colocados «todo o ano».

Neste sentido, exige-se do novo Governo a garantia efectiva do direito das crianças a nascer e ser cuidado no Hospital de Portimão, com a manutenção da Maternidade, Serviço de Obstetrícia e Pediatria, melhorando a qualidade de todos estes serviços; colocação de todos os médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e outros profissionais em falta nos quadros do SNS, de forma a garantir a prestação de cuidados de saúde de qualidade; recuperação e melhoria de todos os serviços e valências no Hospital de Portimão; a construção célere do Hospital Central do Algarve, de modo a dotar a região de mais especialistas.

 

Em defesa do SNS

Os utentes do Posto de Saúde Zeca Afonso, no Pinhal Novo, Palmela, saíram à rua, no dia 2 de Julho, em cordão humano, pela contratação de mais médicos de família e pela plena realização das consultas do dia.

Em nota de imprensa, a Comissão de Utentes daquele Posto deu conta de uma reunião com o presidente da Unidade Local de Saúde (ULS), no dia 12 de Junho, que teve como consequência a colocação de dois médicos, um para passar baixas e outro receitas médicas.

«Apesar da contratação destes dois médicos, o Posto de Saúde continua a funcionar com várias debilidades, pondo em causa o direito à saúde de muita gente», aponta-se.

No final do protesto, os utentes asseguraram que a luta vai continuar até que aquela situação seja resolvida, desde logo com a continuação de um abaixo-assinado que já tem mais de 4500 subscritores.

Avis

No dia 3 de Julho foi a vez de os utentes do concelho de Avis se manifestarem em frente ao Hospital de Portalegre contra a falta de médicos e serviços de saúde. O protesto, promovido pela Câmara Municipal de Avis (CMA) e juntas de freguesia do concelho, terminou com a entrega de uma moção à administração da ULS do Alto Alentejo a reivindicar mais médicos para o concelho.

Seixal

No dia 13 de Julho tem lugar a 2.ª Caminhada e Corrida pelo Hospital no Seixal, evento organizado pela Câmara Municipal do Seixal (CMS), em conjunto com as juntas de freguesia do concelho, a Comissão de Utentes de Saúde do Concelho do Seixal e o Núcleo do Sporting Clube de Portugal do Seixal.

«Vamos fazer desta luta uma grande manifestação popular, participando nela ou apoiando-a na sua chegada», afirma a CMS, em www.cm-seixal.pt.





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