Na luta pela afirmação e conquista de direitos, «as mulheres da CDU estão sempre lá»
No domingo, dia 7, realizou-se mais uma edição do Passeio das Mulheres da CDU. Largas dezenas seguiram do Porto, até Vilar de Mouros, distrito de Viana do Castelo, para um dia que foi de convívio e alegria, mas também de afirmação de direitos já alcançados e de luta pela conquista de novos. Entre os presentes, esteve Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP.
Foi o convívio o elemento central daquela tarde bem passada no parque de merendas de Vilar de Mouros. O convívio e o recarregar de baterias daqueles e, em particular, daquelas que nunca viram a cara à luta. De todas aquelas que conhecem a dureza do trabalho e da vida como a palma das suas mãos e que semearam, naquela tarde, o mais puro dos sentimentos de camaradagem, partilha e fraternidade.
Depois de partilhado o farnel, de um ou dois passos de dança ao som do grupo convidado para a animação do dia, surgiu o momento político que culminaria a tarde.
«A luta não se faz sem esta capacidade de ser feliz, porque os trabalhadores do nosso País precisam todos de mais tempo para isto: para conviver, estar em família e com os amigos, precisam de melhores condições, de salários mais justos e de horários de trabalho que permitam ter uma vida para lá do trabalhar e pagar contas», sublinhou Inês Branco, do Grupo de Trabalho das Mulheres CDU (ver caixa).
Mulheres podem contar com a CDU
«Uma saudação a todos vós, mas de forma particular às mulheres, a estas lutadoras que aqui estão. A estas mulheres, todas vós, que carregam às costas, ao longo de anos e anos a fio, a dupla exploração», começou por afirmar o Secretário-Geral. «A todas vós», continuou, «mulheres de uma vida de resistência e de luta, sacrifícios e de dureza».
«A todas vós dizemos: podem contar com o PCP e com a CDU, para a vossa que é também a nossa luta. Cá estamos para todas as circunstâncias, sejam elas quais forem, pró que der e vier», afirmou, voltando a sua atenção para o actual executivo que, acompanhado de uma «máquina de propaganda bem oleada, com os seus comentadores de serviço e páginas e páginas de jornais», procura fazer crer que é um «Governo cheio de iniciativa, pronto para resolver os problemas». «São pacotes atrás de pacotes e anúncios atrás de anúncios em todas as áreas da vida, mas aquilo que estas iniciativas têm em comum é que, ao espremê-las, sobram apenas mais oportunidades de negócio para os grandes grupos económicos», criticou, apontando como exemplo o novo pacote de apoio à economia apresentado dias antes. «Das 60 novas medidas apresentadas, a única concreta e que é mesmo para avançar, é a descida dos impostos para os grupos económicos, a descida do IRC», especificou.
Salários, saúde e reformas
«As mulheres que sofrem as discriminações de todos os dias, no trabalho e na vida, não precisam de proclamações, de documentos bem redigidos ou de conversas bonitas, mas sim de soluções», garantiu. «As mulheres que sofrem com baixos salários, não precisam de umas ajudinhas no IRS, o que precisam é de um aumento, geral e significativo, dos salários agora, porque é agora que ele faz falta e não em 2030», acrescentou.
Sobre a saúde, o dirigente alegou que não é de informação sobre o hospital com serviço ou não de obstetrícia e urgência pediátrica de que as mulheres precisam. «O que precisam», afirmou, «é que se crie as condições para que esteja tudo aberto para servir a população, as mulheres, as crianças e a saúde no País».
Em relação às reformas – preocupação que muitas das mulheres transmitiram ao Secretário-Geral aquando da sua chegada ao local –, Paulo Raimundo assinalou que também aí as mulheres são «duplamente prejudicadas». «Muitas passaram a vida inteira a trabalhar. Algumas delas, uma vida inteira sem que o patrão lhes fizesse os descontos, com salários mais baixos do que os homens», lamentou. «Aquilo que sabemos é que salários mais baixos hoje, são reformas de miséria amanhã e quem trabalha ou trabalhou, merece respeito e dignidade», acrescentou.
No palco, com o Secretário-Geral, estiveram também as camaradas que integram o Grupo de Trabalho das Mulheres da CDU, Jaime Toga e Margarida Botelho, dos organismos executivos do Comité Central, Joaquim Celestino, da Comissão Concelhia de Caminha, Francisco Araújo, da Direcção da Organização Regional de Viana do Castelo, André Gregório, da Direcção da Organização Regional do Porto, e Carlos Alves, presidente da Junta de Freguesia de Vilar de Mouros, autarquia sob gestão CDU.
Mulheres que não viram a cara à luta
«Nestes tempos em que o ataque a quem trabalha se agudiza, são as mulheres as mais exploradas», afirmou Inês Branco, observando que são elas também «que continuam a ver os seus direitos mais básicos postos em causa», que sofrem «ataques aos seus direitos como mães», que estão sujeitas «à pressão e à despromoção da mulher». São as mesmas que continuam a «somar trabalho depois do trabalho» e que continuam a ser «violentadas e assassinadas», mas também são estas as mulheres que «não viram a cara à luta», seja pelo «direito à habitação, na defesa de todos os serviços públicos» ou na «defesa dos direitos de quem trabalha, dos direitos das crianças e dos direitos de quem trabalhou uma vida inteira».
Com estas, afirmou Inês Branco, estão as mulheres da CDU, «sempre a dar corpo à luta de quem diz “não” aos horários de trabalho desumanos, à desigualdade nos salários, à luta para que esses salários subam e permitam viver para lá da sobrevivência, à luta que defende o futuro dos seus filhos».
Também são as mulheres que na CDU deram e dão a «cara e voz enquanto candidatas» nas mais recentes batalhas eleitorais. «Estiveram nas ruas do Porto a falar com a população, à porta da empresa de madrugada, que não descansaram quando era preciso esclarecer os trabalhadores, convencê-los de que era na CDU o seu voto», evidenciou. No dia seguinte a todos e a qualquer um desses embates eleitorais, as mulheres da CDU «não descansaram» e de novo continuaram a fazer exactamente o mesmo.
Isto porque, «o PCP e a CDU», afirmou a jovem comunista, «são feitos de homens e mulheres trabalhadores, que conhecem os problemas e que não vão desistir na defesa de uma cidade, um país e um mundo mais justos».