É preciso parar a agressão israelita e impedir o alastramento da guerra

Não cessa a guerra genocida levada a cabo por Israel contra o povo palestiniano: prosseguem os bombardeamentos na Faixa de Gaza, de norte a sul, e continua a repressão na Cisjordânia. Israel ameaça agora desencadear uma «guerra total» contra o Líbano.

Número de mortos e feridos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ultrapassa os 120 mil em nove meses

Na Faixa de Gaza, devastada após nove meses de guerra genocida levada a cabo por Israel, registaram-se nos últimos dias, em diversas zonas, mais ataques das forças ocupantes, que causaram dezenas de mortos e feridos, incluindo crianças.

A agência noticiosa Wafa deu a conhecer bombardeamentos de habitações nos bairros de Al-Daraj e Al-Sabra, na cidade de Gaza. Houve também um número indeterminado de vítimas em resultado dos disparos da artilharia israelita contra as tendas dos acampamentos dos deslocados na área de Al-Mawasi, a noroeste da cidade de Rafah, no sul do território.

Desde princípios de Maio que as forças armadas israelitas levam a cabo uma ofensiva militar contra Rafah, onde estavam refugiados mais de um milhão de pessoas e agora restam menos de 60 mil, segundo a ONU. Nessa operação, as tropas israelitas ocuparam e encerraram o vizinho posto fronteiriço, na fronteira com o Egipto, a única porta por onde entravam alimentos, água, combustível e medicamentos para a faixa cercada e bloqueada.

Houve também mais ataques israelitas contra habitações na cidade meridional de Khan Yunis. Registaram-se ainda bombardeamentos israelitas no centro da faixa contra os campos de refugiados de Al-Maghazi e Nuseirat.

Os massacres e outras atrocidades israelitas provocaram na Faixa de Gaza a morte de mais de 37.700 palestinianos e ferimentos em 86 mil, além de milhares de desaparecidos, que se receia estarem sob os escombros dos edifícios arrasados. Na Cisjordânia, há registo de 500 mortos e cinco mil feridos palestinianos. E, por toda a Palestina ocupada, os israelitas prenderam milhares de pessoas.

Colónias na Cisjordânia
Dirigentes e partidos palestinianos condenaram a decisão do governo israelita de legalizar cinco postos avançados judaicos na Cisjordânia ocupada.

O presidente do Conselho Nacional Palestiniano, Rawhi Fattouh, criticou a «coligação governamental racista» por legitimar essas construções levantadas por extremistas na Margem Ocidental. «A colonização judaica e o roubo de fundos à Autoridade Nacional Palestiniana reflectem a profundidade do racismo e o extremismo das autoridades israelitas, assim como a sua mentalidade criminosa», considerou.

«A colonização israelita no território palestiniano é ilegal e viola todas as leis internacionais», sublinhou Fattouh. Além disso, assegurou que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e os seus parceiros no poder impulsionam uma estratégia de genocídio, limpeza étnica e deslocamento forçado tanto na Faixa de Gaza como na Margem Ocidental.

Por sua parte, a Frente Popular para a Libertação da Palestina classificou a decisão israelita como um prelúdio à imposição de um controlo total sobre a Cisjordânia. Essa política é parte da doutrina colonial estabelecida para expulsar e deslocar os palestinianos, realçou.

Há dias, o governo israelita aprovou a legalização de cinco postos avançados na Cisjordânia e planos para construir milhares de novas habitações nos colonatos da zona. O anúncio foi feito pelo ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, conhecido pelas suas posições sionistas, racistas e em defesa da ocupação total da Margem Ocidental. Essas construções são a semente de futuras colónias israelitas nos territórios palestinianos ocupados, incluindo Jerusalém Oriental. Todas elas são consideradas ilegais pela ONU, incluindo por várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Mais de 250 mil colonos israelitas vivem na zona ocupada de Jerusalém Oriental e outros 500 mil no resto da Margem Ocidental.

FAO alerta para fome
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) alertou novamente para o alto risco de fome que ameaça quase toda a população da Faixa de Gaza devido aos ataques e bloqueio imposto por Israel.

Um comunicado do organismo internacional, com sede em Roma, assinala que, segundo o mais recente relatório da iniciativa global Classificação Integrada de Fases da Segurança Alimentar (CIF), essa situação agravar-se-á na medida em que continue o conflito no Médio Oriente a Israel dificulte a ajuda humanitária.

Segundo o relatório, cerca de 495 mil palestinianos, quase um quinto da população da Faixa de Gaza, experimenta a fase 5 de insegurança alimentar, que corresponde a uma situação de catástrofe, enquanto 2,15 milhões de pessoas, 96 por cento dos habitantes do enclave encontram-se na fase 3, com problemas agudos.

A FAO revelou recentemente que se constata «um alto risco de fome nos últimos oito meses devido às incessantes hostilidades caracterizadas por bombardeamentos e operações militares terrestres, e ao acesso limitado a quem necessita de ajuda humanitária urgente, com graves impactos na população de Gaza».

 

Governo de Israel ameaça «guerra total» contra o Líbano

Diversas embaixadas em Beirute acompanham com «preocupação» a situação tensa no sul do Líbano e estão a aconselhar os cidadãos dos respectivos países a abandonar o território libanês.

Este é mais um sinal da escalada na fronteira libanesa-israelita, havendo informações de que Israel, com apoio dos EUA, se prepara para lançar uma ofensiva militar contra o país vizinho, ao mesmo tempo que prossegue a guerra genocida contra a Palestina ocupada, em especial a Faixa de Gaza, sob fogo desde Outubro de 2023.

Desde há meses que, em solidariedade com o povo palestiniano e tendo como objectivo parar a agressão israelita na Faixa de Gaza, as milícias da Resistência Islâmica Libanesa (Hizbollah) atacam posições militares israelitas e que Israel bombardeia o sul do Líbano.

Cerca de 100 mil pessoas viram-se obrigadas a abandonar as suas casas no sul do Líbano devido aos ataques israelitas, de acordo com fontes governamentais libanesas. Telavive, por sua vez, afirma que 80 mil israelitas foram retirados da zona fronteiriça.

As autoridades israelitas anunciaram, no dia 18 de Junho, que tinham aprovado planos para lançar uma ofensiva militar contra o Líbano. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, disse mais tarde que o seu país está muito perto de adoptar uma decisão para «mudar as regras» na frente norte e ameaçou a resistência libanesa com uma «guerra total».

Perante as ameaças e planos anunciados por Israel, o secretário-geral do Hizbollah, Hassan Nasrallah, advertiu que este ripostaria, sublinhando que o seu movimento não quer uma «guerra total» e que apenas age em apoio da resistência do povo palestiniano, instando Israel a parar os bombardeamentos na Faixa de Gaza.

 



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