Salários nas misericórdias têm de aumentar

No dia 21, os trabalhadores das misericórdias e da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), em greve, concentraram-se à porta da sede da UMP, numa acção promovida pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS). No centro desta acção de luta estiveram as reivindicações de salários justos e dignos, melhores condições laborais e a integração na esfera do Estado.

Em declarações à imprensa, Elisabete Gonçalves, dirigente sindical e responsável pelo sector social na federação, destacou a grande adesão dos trabalhadores à greve em vários pontos do País, o que fez com que muitas instituições, principalmente na área da infância, estivessem encerradas durante esse dia.

No final da concentração, os trabalhadores presentes aprovaram, por unanimidade, uma resolução que explanou as suas reivindicações e que foi entregue na sede da UMP.

Na acção, estiveram presentes o coordenador da FNSTFPS, Sebastião Santana, e o Secretário-Geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira.

Alma Rivera, do Comité Central do PCP, marcou presença solidária na concentração, lembrando que, apesar de essenciais, estes trabalhadores não têm o reconhecimento adequado, e defendendo que devem ter melhores condições de trabalho.

 

Misericórdias recusam negociar

É «inaceitável», considerou a FNSTFPS, que a UMP e as misericórdias continuem sem chegar a um acordo com as estruturas sindicais que preveja aumentos salariais para os seus trabalhadores, situação que já ocorreu em 2023, e que se perspectiva «que assim seja em 2024».

De acordo com a federação, numa nota que antecedeu a jornada, da parte das entidades patronais, vieram propostas de aumentos de dois ou três euros, num contexto em que muitos trabalhadores recebem o salário mínimo nacional (e mesmo os técnicos superiores recebem menos que os seus congéneres na Administração Pública).

Assim, «após grande insistência dos representantes da FNSTFPS», afirmou esta estrutura, «as misericórdias comprometeram-se a apresentar uma nova proposta de actualização salarial, para ser discutida a 27 de Maio».

No entanto, não só não apresentaram essa proposta, como «pediram o adiamento da reunião, que até hoje não foi marcada».

A FNSTFPS considera que não se pode continuar a adiar a actualização salarial «para daqui a mais uns meses», sendo necessário concretizá-la em 2024, com retroactividade a Janeiro.



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