10 de Junho foi dia de luta antirracista

A Frente Anti-Racista (FAR) e um vasto conjunto de outras organizações (mais de 40) assinalou o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, a 10 de Junho, com uma acção em Lisboa para relembrar todas as vítimas do racismo em Portugal e lutar por um País sem discriminações.

A iniciativa começou junto ao número 19 da rua Garrett, onde foi assassinado há 29 anos o cidadão cabo-verdiano Alcindo Monteiro por um grupo neonazi e racista. Símbolos da luta contínua contra a violência racial em Portugal são também Bruno Candé, Cláudia Simões, Musso, Elson Sanches «Kuku», Nuno Manaças Rodrigues «Mc Snake», Carlos Reis, Wilson Neto, Luís Giovani Rodrigues, Ihor Homeniuk, António Pereira (Xuati), Gurpreet Singh, Ademir Araújo Moreno, ou os seis da esquadra de Alfragide, também homenageados.

«Unidos contra o racismo e a xenofobia», lia-se na faixa que abria o desfile até ao Largo do Carmo. Durante o percurso foram entoadas palavras de ordem como «Racismo é divisão para aumentar a exploração» e «Vergonha nacional». A situação na Palestina foi também denunciada: «Israel é um Estado assassino, viva a luta do povo palestiniano».

Seyne Torres, da FAR, frisou que aquela jornada fazia ainda mais sentido, depois da subida dos grupos de extrema-direita nas eleições de domingo para o Parlamento Europeu. Dai a importância da luta contra o racismo e de «todas as políticas neoliberais», para «uma maior democracia» e «um País mais igualitário». «O capitalismo incentiva as forças de extrema-direita a usarem o racismo e a xenofobia como armas de arremesso de uns contra os outros», desviando «as atenções do que realmente interessa», como aumentar salários, resolver os problemas na habitação e no Serviço Nacional de Saúde, salientou.

Casos recentes

No apelo à participação daquela iniciativa destacou-se o facto de muitas pessoas racializadas continuarem a enfrentar «violência directa e discriminação por parte de grupos racistas», especialmente o recente caso ocorrido na cidade do Porto, em que um grupo invadiu uma casa com vários imigrantes e agrediu-os brutalmente. A este juntam-se os casos de assassinato com motivações racistas contra o cidadão indiano Gurpreet Singh (em Setúbal, no mês de Novembro de 2023) e o cidadão caboverdiano Ademir Araújo Moreno (na ilha do Faial, nos Açores, em Março de 2024).

 

 



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