PE ainda mais neoliberal militarista e federalista
Em termos gerais, forças da direita e extrema-direita reforçaram posições nas eleições para o Parlamento Europeu que decorreram no dia 9. Entretanto, é reafirmado o consenso neoliberal, militarista e federalista entre a direita, a chamada social-democracia e os liberais, para além de outras forças políticas.
Eleições para o Parlamento Europeu confirmam, em termos gerais, crescimento das forças da direita e extrema-direita
As eleições do Parlamento Europeu, nos 27 países que integram a União Europeia, confirmaram o previsto reforço da direita e da extrema-direita, ainda que numa dimensão menor face ao que foi propagandeado. Com uma abstenção de 50,01%, os eleitores foram convocados a eleger os deputados que representarão os seus países no Parlamento Europeuno quinquénio 2024-2029.
Os resultados finais indicam que o Partido Popular Europeu (PPE) – a que pertencem o PSD e o CDS – conseguiu 186 lugares (25,83% do total dos assentos) no Parlamento Europeu. Em segundo lugar ficou a Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D), o grupo que integra o PS, com 135 lugares (18,75%). Estes dois grupos vão continuar a aliar-se entre si e, se necessário, com outras forças, garantindo uma maioria de deputados na escolha dos titulares dos principais cargos na União Europeia e a continuação e aprofundamento das políticas neoliberais, militaristas e federalistas da UE.
O Renova a Europa (os liberais) ficou em terceira posição, com 79 lugares (10,97%). Seguiram-se os Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), com 73 assentos (10,14%), e o Identidade e Democracia (ID), com 58 lugares (8,06%), ambos formados por partidos da extrema-direita.
Forças da extrema-direita obtiveram a maioria dos votos nas eleições europeias em diversos países, como França, Itália, Áustria e Hungria, e foram a segunda força mais votada na Alemanha.
Os Verdes-Aliança Livre Europeia obtiveram 53 assentos (7,36%) e o Grupo Confederal Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica – a Esquerda no Parlamento Europeu, conquistou 36 assentos (exactamente 5% do total de deputados). Os eleitos do PCP e do BE integram este grupo político.
Há ainda 45 deputados não inscritos, que representam 6,25% dos parlamentares europeus, e outros 55 (7,64%) deputados recém-eleitos não inscritos em qualquer dos grupos políticos do parlamento cessante.
Eleições legislativas em França
Em resultado do triunfo da extrema-direita em França na votação do dia 9 para o Parlamento Europeu, o presidente Macron dissolveu a Assembleia Nacional e convocou eleições legislativas antecipadas, cuja primeira volta se realiza a 30 de Junho.
Nas eleições para o Parlamento Europeu, o Agrupamento Nacional (RN, na sigla em francês), de Marine Le Pen, obteve quase 32 por cento dos votos, mais do dobro dos votos conseguidos pelo partido Renascimento, que apoia Macron. Outro partido de extrema-direita, Reconquista obteve cinco por cento dos votos.
Para combater tanto as políticas antipopulares de Macron como a agenda da extrema-direita, o secretário nacional do Partido Comunista Francês, Fabiel Roussel, defende convergência à esquerda, numa «proposta social e ecológica, com candidatos por cada circunscrição», tendo sido já anunciado um acordo entre o PCF, a FI, o PS e Os Verdes.