1974 – o PCP à luz do dia

Depois de quase cinco décadas de corajosa e tenaz resistência clandestina, o PCP surge à luz do dia logo a 25 de Abril de 1974. Horas depois do derrube do governo fascista de Marcelo Caetano pelos militares do MFA e pelo povo que se concentrou no Largo do Carmo, a Comissão Executiva do PCP emitiu um comunicado em que saudava os patriotas das Forças Armadas e a «classe operária, as massas trabalhadoras e democráticas que lutam abnegadamente há longos anos pelo derrubamento do fascismo». O PCP manifestava-se então pronto a colaborar com todos os que desejam lutar unidos para a criação de um Governo Provisório que instaure as liberdades democráticas e acabe com a guerra, e que promova a curto prazo eleições para uma Assembleia Constituinte». A dissolução dos órgãos e instrumentos do poder fascista, a libertação de todos os presos políticos, o fim da censura, a garantia das liberdades sindicais, políticas, de reunião, associação, manifestação e greve, a cessação das operações militares em África e a abertura de negociações com os movimentos de libertação eram, para o PCP, exigências imediatas – que o desenvolvimento do processo revolucionário acabaria por confirmar.

Gageiro

No mesmo dia, as direcções das organizações regionais de Lisboa, do Norte e do Sul distribuíam comunicados próprios aos trabalhadores e ao povo.