Abril e Maio de novo, com a força do povo!

Em avenidas, alamedas, praças, largos, o povo toma as ruas para si para comemorar, em unidade, este «dia inicial inteiro e limpo», as suas conquistas evalores. Daqui reforçamos o apelo, como fez o Secretário-Geral do PCP (ver caixa), para a participação de todos nas comemorações dos 50 anos da Revolução de Abril em todo o País.

Por todo o País comemora-se Abril, «momento maior da história do povo»

Em Lisboa, sob o mote «25 de Abril, agora e sempre! Fascismo nunca mais!», a comissão promotora (que envolve partidos, ORT, movimento juvenil, e muitas outras estruturas) dinamizará o já tradicional desfile, a ter início às 15h00no Marquês de Pombal, e que, descendo a Avenida da Liberdade, irá desaguar no Rossio. Aqui, após as intervenções do representante da juventude e de um militar de Abril, irá realizar-se um momento cultural com diversas actuações musicais.

Ainda na manhã de 25 decorrerá a 45.ª Corrida da Liberdade, com diversos percursos a terminar na Praça dos Restauradores, numa organização conjunta da Federação das Colectividades do Distrito de Lisboa, da Associação das Colectividades do Concelho de Lisboa e da Associação 25 de Abril.

Já no Porto, as comemorações (também organizadas por uma comissão unitária) terão início às 10h00, na Praça General Humberto Delgado, com jogos tradicionais, a que se seguirão, às 14h30, uma homenagem aos resistentes antifascistas junto do Museu Militar (antiga sede da PIDE) e um desfile da liberdade, entre o Largo Soares dos Reis e a Avenida dos Aliados, onde decorrerão concertos comemorativos.

Em todo o País

Por todos os distritos e regiões autónomas, o povo – dinamizado por comissões e outras entidades – poderá comemorar, esta data que é sua. Sublinhamos as seguintes cidades: Coimbra, com uma manifestação às 15h00 da Praça da República ao Pátio da Inquisição; Viana do Castelo, com um desfile a iniciar na ES de Monserrate, às 15h00;Aveiro, onde um desfile tem início na ES Mário Sacramento, às 14h30; Viseu, desfile da Santa Cristina ao Rossio às 14h30; Braga, com uma concentração e desfile às 14h30, na Arcada; desfiles em Benavente (15h00, Praça do Município), Torres Novas (15h00, Largo da República) e Santarém (16h00, Jardim da República); Nisa, com uma concentração e desfile às 10h00 na Praça do Município; Faro, onde decorrerá uma manifestação às 16h00 no Jardim Manuel Bivar; Évora, concentração e marcha às 10h00, da Praça Giraldo ao Parque Infantil; Ponta Delgada, concentração e marcha do Largo Camões às Portas da Cidade, às 13h30; Funchal, com uma marcha às 15h00; Leiria, com um desfile às 15h00, na Vila de Monte Redondo; Bragança, com uma concentração na Praça da Sé às 9h00 seguida de caminhada; Vila Real, onde decorre uma concentração com momentos culturais às 15h00, no Jardim da Carreira; Castelo Branco, com uma arruada hoje às 21h00, no centro cívico; desfiles em Almada (10h00, Praça S. João Baptista) e Barreiro (20h00 de hoje, Torralta), e um jantar de democratas em Setúbal, n’«O Ramila», às 19h00; Beja, com concertos hoje e amanhã na Praça da República;concerto no Teatro Municipal da Guarda, às 21h30; Zona Oriental de Lisboa, com uma festa popular na Praça Paiva Couceiro, hoje, às 19h00; caminhada às 09h30 em Melides, Grândola; e diversas iniciativas fora do País, que podem ser consultadas emwww.instituto-camoes.pt.

Entre hoje e amanhã
Além destas, muitas outras iniciativas estão programadas por autarquias em todo o País, tais como concertos, hoje, em Barrancos (Quintalão de Festas, 22h30), Cuba (Largo Cristóvão Colon, 21h00), Serpa (Praça da República, 21h30, além de uma concentração, no dia 25, 10h00, na Alameda Abade Correia da Serra, seguida de uma arruada), Arraiolos (Multiusos, 22h30, com concentração e desfile amanhã, às 15h45, na Praça do Município), Moita (desfile com início no Largo do Mercado às 10h00), Viana do Alentejo (diversas actuações pelo concelho), Silves (Zona Ribeirinha, 21h00), Sobral de Monte Agraço (Praça Dr. Eugénio Dias, 22h30), Avis (Auditório Municipal «Ary dos Santos», 17h00), Alcácer do Sal (Montevil, 8h00), Santiago do Cacém (entre o Jardim Municipal e o Parque Verde da Quinta do Chafariz, 20h00), Seixal (Parque da Quinta dos Franceses, 21h30) e Sesimbra (tributo a José Afonso no recinto da Festa das Chagas, 22h).

Além destes, destacamos ainda uma iniciativa de ciclo-turismo e caminhada às 9h00 de amanhã na Vidigueira, diversas arruadas no dia 28 em Monforte e, em Palmela, um desfile, às 15h00, na Maré Alta, no dia 25.

 

«Abril tem de ser a concretização dos sonhos»

No domingo, o PCP realizou, no Mercado de Vale Figueira, Loures, um almoço comemorativo dos 50 anos do 25 de Abril onde, entre centenas de militantes e amigos, intervieram Mariana Silva, candidata ao Parlamento Europeu (PE) e da Comissão Executiva do PEV, João Oliveira, primeiro candidato ao PE e da Comissão Política do Comité Central (CC), e o Secretário-Geral do Partido.

«Façamos, como já estamos a fazer, do 25 de Abril e das suas comemorações uma massiva e inequívoca expressão dos seus valores, do seu projecto e dos seus direitos», afirmou Paulo Raimundo, apelando, ainda, a que «façamos do 1.º de Maio já convocado pela CGTP-IN uma grande jornada de luta» (ver página 21).

O dirigente comunista lembrou «esse momento maior da história do povo português e do País», o 25 de Abril que, iniciado por um levantamento militar dos «jovens e valorosos capitães de Abril», foi seguido «por um vigoroso e determinado levantamento popular», que selou a aliança Povo-MFA.

«Uma verdadeira revolução emancipadora, assumida pelo povo, pela classe operária, pelos trabalhadores, pelos intelectuais, por amplas camadas anti-monopolistas», sublinhou, que soube instaurar liberdades e direitos, aumentar salários, concretizar o salário mínimo nacional, criar «o SNS geral e gratuito», alargar a segurança social. E que soube, ainda, liquidar «o capitalismo monopolista de Estado, esse que era o grande sustento do regime fascista», e levar por diante a Reforma Agrária.

Abril que «pôs fim à guerra colonial», recordou, ainda, imprimindo no País uma política de paz, fraternidade, cooperação e amizade que muitos, hoje, pretendem negar, atirando para a guerra «os nossos irmãos, filhos, netos».

«Abril é do povo e faz falta ao povo», destacou, frisando que «Abril tem de ser a concretização dos sonhos e anseios, tem de ser a concretização da felicidade».

Por seu lado, João Oliveira, focando-se nas eleições para o PE, referiu a necessidade de «uma Europa de paz», que não só garanta a cooperação entre Estados soberanos como permita romper com as imposições da UE e do euro, «por um Portugal democrático e desenvolvido», que volte a apostar na sua produção nacional e na sua soberania. Algo que, disse, só será possível dando força à CDU no dia 9 de Junho.

Também no comício, Mariana Silva afirmou que é preciso «defender que a UE tenha políticas adequadas a Portugal», assegurar «um desenvolvimento territorial e harmonioso» do País, apostar nos transportes públicos e na ferrovia, pôr fim à destruição das áreas protegidas, garantir direitos sociais e «combater o discurso de ódio».

Compuseram a mesa, além dos oradores, Patrícia Gonçalves (que apresentou) e Vânia Campaniço, da Comissão Concelhia de Loures, Duarte Raposo, do Executivo da Comissão Regional de Lisboa da JCP, Tiago Matias, candidato ao PE e membro da ID, Gonçalo Tomé, do CC, da Direcção da Organização Regional de Lisboa (ORL) e responsável por Loures, e Ricardo Costa, da Comissão Política do CC e responsável pela ORL.